Quando temos uma curtida ou vemos um meme nossos cérebros ganham descargas de satisfação instantâneas, assim como ao comermos doces, e elas nos fazem ir à caça de mais prazer. Por isso vivemos horas rolando essa barrinha aí ao lado à espera de pequenas doses de recompensa. A expectativa gera ansiedade e a superexposição às telas durante muito tempo prejudica o nosso sono, o que nos deixa mais estressados. A comparação com os outros faz com que fiquemos deprimidos. Não são mais os ricaços distantes das revistas, e sim os nossos vizinhos de porta com vidas mais "interessantes" que as nossas, numa época onde para sermos felizes supostamente só dependemos do nosso próprio esforço. O que gera frustração e culpa. As redes sociais precisam que passemos mais tempo nelas pois ganham com propagada. Então ao invés de apresentarem um conteúdo que pode desafiar nossa inteligência, elas nos envolvem cada vez mais no imediatismo de gostos e opiniões da "bolha" à qual pertencemos. Políticos, extremistas, e influenciadores desonestos em sua ânsia por audiência criam teorias conspiratórias contra os seus inimigos. O "robô do algoritmo" tendo o forte sentimento da ira como aliada, e querendo nossa atenção faz com que percamos tempo de trabalho, estudo, saúde mental, e convívio. Pensemos na bomba-relógio que é esse aparelho no bolso de uma criança ou adolescente.
domingo, 19 de dezembro de 2021
sábado, 18 de dezembro de 2021
Xenofobia Portuguesa
Portugal tem seis xenófobos que são tipo bolsonaristas. Se fui discriminado por meus pares posso sofrer preconceito até na Antártida. No Brasil vi discriminação de todo mundo contra todo mundo. Eu me sinto mais seguro num país onde as leis funcionam. Os portugueses em sua maioria formam um povo viajante e aglutinador. Não falo dos colonizadores, e sim do Seu Manoel, do Seu Ramiro, e da Dona Leontina. Sou cosmopolita e vivo onde quiser. Acho o nacionalismo uma piada e a globalização uma chatice. Podia ter nascido no Japão se o bom Deus assim desejasse. Não nego as minhas origens, mas não fiquei preso onde o meu umbigo foi enterrado. Quem é carioca e negro com DNA português que diz ser por causa de estupro do tempo da colonização não conhece a história do Rio da virada do século XIX para o século XX. Não sabe que inúmeros portugueses pobres viveram na cidade e constituíram família. O próprio Machado de Assis era filho de um descendente de alforriado e uma lavadeira portuguesa. Não consta que a sua mãe tenha estuprado o seu pai. E o sexteto ficará horrorizado ao saber que no caso dos brasileiros talvez sejamos parentes. Quem se meter a besta comigo e vier dizer: "Volte para o Brasil!" Vai ouvir: "Volte você!" Como trumpista não conhece história pouco provável que entenda a piada. Chega!
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
Meu País
- Que país é este?
Stefan Zweig responde:
- O país do futuro.
Jorge Amado disse:
- O país do carnaval.
Os mexicanos disseram:
- O País do futebol.
Sabotage rima:
- País da fome.
Flávio José canta:
- Com certeza não é o meu país.
O economista observa:
- É um país em desenvolvimento.
Zé das Couves complementa:
- Um pais sempre em desenvolvimento...
quinta-feira, 16 de dezembro de 2021
O Vira-Lata
Um vira-lata não valia nada. Ele ficava ali no meio da rua junto de geral. Na Penha existiram vira-latas famosos como as gerações de Bisnagas. O vira-lata fazia parte da correria do dia a dia. Não existia esse pessoal cheio de problemas e que odeiam gente para cuidarem deles. Ele precisava se virar, revirar os lixos, daí vem a classificação. O vira-lata serelepe tinha que abocanhar veloz o pedaço de carne que caía no chão na hora do churrasco. Às vezes aparecia uma senhora generosa ou um dono de armazém. Enquanto os menores levavam cascudos e mocas ao vacilarem, se um vira-lata comesse um chinelo ou furasse uma bola ele era chutado para escanteio. O vira-lata latia para os carros e os motoqueiros precisavam acelerar fugindo de uma dentada. O estranho com medo do rosnado perguntava:"De quem é este cachorro?", o garoto com a linha na mão respondia: "Da rua. Nosso segurança. Cala a boca Rin-Tin-Tin." Estragaram até os cachorros. Eles não mordem mais. O vira-lata dorme na cama, toma banho quentinho, e pensa... "Se eu morder um mequetrefe desses posso pegar uma infecção na boca." Você dá bom dia para o dono que não responde. Se brinca com o cachorro ele também vira a cara para o outro lado. Não fala mais com pobre. Você não encontra um vira-lata no meio da rua... mas criança em orfanato com o rosto triste colado na grade ou em situação de rua nas metrópoles dos países sempre em desenvolvimento... "Mas é que os animais precisam de nós." Coitados dos leões sozinhos naquelas selvas perigosas.. "As crianças são culpa dos pais!" Você sabia que vira-lata também tem família? A imagem que fica na minha cabeça é a do menino triste na rua sentado em cima da bola e o vira-lata ao seu lado fazendo companhia.
As Palavras o Povo e a Opinião Pública
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
O DNA da Nossa Família
Por mais que os testes de DNA evoluam nós nunca conseguiremos mapear os nossos antepassados porque mal conhecemos a história dos nossos bisavós. Nossa família não tem brasão ou empresas e propriedades passadas por gerações. Não existem tios doutores. Nossos ancestrais eram subalternos e se perderam em viagens como trabalhadores braçais que mudavam de paradeiro dependendo do ritmo da economia do lugar. Nossas mães não disseram quem eram os nossos pais. Nossa história é um borrão e muitos dos nossos familiares foram enterrados em valas comuns como indigentes. Nós somos os pobres do mundo.