sexta-feira, 29 de maio de 2020

Kogonada, Collage e Found Montage


Kogonada

Kogonada é um diretor norte-americano de origem sul-coreana. O conjunto de sua obra é marcado por vídeo-ensaios de curtas-metragens que utilizam como referência obras de cineastas reconhecidos. Onde é perceptível a utilização do found montage e da collage. No presente trabalho será abordado o uso destes conceitos na composição de uma dupla de filmes seus; que além de estudos, são homenagens ao cinema.


What is Neorealism?

“Acho que não devemos falar de collage quando nos referimos ao cinema. Devíamos falar sobre montage.” (apud, Sonia García, Laura Gómez, 2009, pg.1). Ao pensar sobre o filme What is Neorealism? (2013) é importante introduzir esta frase de Bruce Conner. Kogonada compara a montagem do diretor italiano Vittorio De Sica, de seu filme Stazione Termini com a do seu produtor David O. Selznick. Kogonada justapõe os cortes de ambos para fazer sua comparação. Faz uma breve análise da montagem onde mostra a diferença entre o Neo-Realismo e o Cinema Clássico Americano. Tece observações sobre a demora dos planos. Pois para Vittorio De Sica, a caminhada de um personagem pode ser vista completa. Enquanto David O. Selznick se importa  apenas com o apontamento da movimentação do personagem. E se na visão de Vittorio de Sica os figurantes são importantes para compor a estória, no caso de Selznick eles são desnecessários e atrapalham os ícones do star system. What is Neorealism? É uma collage de found montage que através da apropriação artística cria uma obra que em sua metalinguagem pensa justamente a montagem, que nas palavras de Bruce Conner deveria ser o que chamamos de colagem.

Mirrors of Bergman

No filme Mirrors of Bergman (2015) Kogonada mostra mulheres e espelhos, duas obsessões do cineasta sueco Ingmar Bergman. No corte do diretor é possível ouvir em off  a narração de um poema de Sylvia Plath chamado The Mirror enquanto ouvimos ao fundo a obra de Vilvaldi Concerto for Two Mandolins. Sylvia Plath inspirada no filme Nära livet escreveu o poema Three Womem sobre as mulheres de Bergman. Nesta curta Kogonada trabalha com vários fragmentos de Bergman em que o cineasta pôs mulheres junto a espelhos. Kogonada ao seguir a mesma métrica tem mostrado sensibilidade na análise das marcas de outros diretores, e produziu filmes como:
Kubrick // One Point-Perspective (2012), Ozu // Passageways (2012), Sounds of Aronofsky (2012), Malick // Fire & Water (2013), The World According to Koreeada Hirokazu (2013),  Hands of Bresson (2014), Wes Anderson // Centered (2014), Eyes of Hitchcock (2014), Way of Ozu (2016), Goddard in Fragments (2016).

Referências
Goldsmith, Kenneth (2015). Escritura no-creativa: Gestionando el lenguaje en la era digital Buenos Aires: Caja Negra Editora
in LÓPEZ, Sonia García e VAQUERO, Laura Gómez (2009). Piedra, papel y tijera – el collage en el cine documental. Ayuntamiento de Madrid e Ocho y Medio.
https://www.academia.edu/43195146/Kogonada_Collage_e_Found_Montage

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Deus e o Diabo na Terra do Sol...


Deus e o Diabo na Terra do Sol é uma alucinação no meio do deserto-sertão com o sol batendo na moleira e causando vertigens. É um western brasileiro. Faroeste Caboclo de Renato Russo. John Ford 
Neo-Realista. O maior deles. Chico-Science high-tech. O povo espera junto de Antônio Conselheiro que Dom Sebastião volte do fundo do mar para nos salvar. O cego cantador do sertão, violeiro, e repentista, conta a nossa história na figura de Sérgio Ricardo que quebrou o violão no palco num festival na época da ditadura. De onde o cego sentado pergunta se Antônio das Mortes sabe o que significa àquela imensidão à sua frente. Ele responde que é Canudos. Antônio Conselheiro é o beato que incomoda a igreja. Todo o povo segue Conselheiro-Sebastião a Monte Santo. Assim como no livro A Guerra do Fim do Mundo de Mario Vargas Llosa. Padre Cícero fecha o corpo de Corisco e arruma armas para que Lampião derrube o governo. Mas eles cortaram a cabeça de Lampião e exibiram numa feira. E na quinta expedição conseguiram derrubar CanudosO Sertão vai virar mar, o mar virar sertão. Canta o violeiro a frase de Conselheiro. No futuro Sá e Guarabyra a cantarão. Antônio das Mortes continua matando no sertão sem água por causa da corrupção endêmica do Brasil. Corisco estupra uma mulher. Diz que entrou naquela casa, pois foi humilhado pelo pai do cabra que ele chama de corno. Corisco precisa matar, matar, e depois morrer. Assim como Antônio das Mortes diz que temos todos o mesmo sangue. Somos tudo farinha do mesmo saco. O ambiente é hostil. Inóspito. Bucólico. Como dizem. Rosa mata Sebastião. Ele sacrificou o seu filho. O mesmo padre do Alto da Compadecida de Suassuna. O mesmo bispo que deseja a morte de Conselheiro. O mesmo que não aceita os milagres de Padre Cícero. O mesmo que não deixa Zé do Burro de Dias Gomes pagar a sua promessa no filme de Anselmo Duarte. É o mesmo que está ali agora e que pede a cabeça de Sebastião. É o pecado, pecado, e pecado de país pobre do terceiro mundo. Antônio das Mortes precisa matar para se livrar do pecado. Rosa mata sebastião para se vingar do infanticídio. Manoel é batizado de Satanás por Corisco. Manoel é nome de vaqueiro. Mas ele era o crente que seguia o santo que falava em paraíso. Quem carrega o pecado é a república que expulsou a coroa. São eles que vão liberar o divórcio. São eles que são o diabo. Aquela república estúpida. Sentimos saudade de Conselheiro que nos acolheu. Volta Conselheiro! Vem salvar o seu povo junto de Dom Sebastião. E temos aquele monólogo de Antônio das Mortes. O solilóquio de Corisco no sertão. Depois vemos a cabeleira de Corisco. Rosa que se aproxima dele, e no meio da sede na seca do sertão, ele beija a Rosa. A mulher de Satanás. E se deita com ela no meio do sertão. Aparece Antônio das Mortes. Os quatro estão fugindo no sertão. Tudo está cercado. O mesmo aconteceu com Lamarca isolado naquele filme de Sérgio Rezende. As fronteiras estão fechadas. Os limites dos estados. Corisco diz a Padre Cícero que ele irá matar os macacos. Não mata. Eles estão cercados. Pula como um guia de macumba. E o assassino morre. Segurando Dadá. Tenta fugir. Manoel e Rosa correm para o mar. Fogem da morte. O sertão vai virar mar, o mar vai virar sertão.... A frase é repetida. Corre Manoel... Corre!

Oração Contra Bolsonaro...

Cramulhão. Coisa Ruim. Espírito obsessor. Vigilante das trevas. Espírito sem luz. Encosto. Vá de retro satanás! Retira-te satanás. É mau o que tu me ofereces. Bebe tu mesmo o teu próprio veneno! Na sua testa está o número da besta. Você é a própria besta! O príncipe da milícia terrestre! O seu número é o 666. Deus nos livre de você, ó maligno! Nunca hei de pronunciar o seu nome com os meus lábios. Anjo da Morte. Mercador da morte. Eu te esconjuro! Em nome de Deus abandone este corpo! Axé, meu pai! Saravá! Glória a Deus! Glória! Todos deram glória... E eu saí da igreja em paz. Um pouco mais leve.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Sobre Colagem e Apropriação Artística

Ninguém veio do nada. Esta frase é um clichê. Mas é necessária. Até aonde vão os limites que nos dizem que não devemos usar os famigerados clichês. Posso estar satisfeito em relação à frase em questão. O que quero dizer quando repito a mesma, é que sofremos influências, e que mesmo a nossa única e exclusiva persona com à qual somos identificados, é um poço de influências; de gente, coisas, e acontecimentos que vieram antes ou caminham junto conosco. Nós somos únicos e originais dentro desta mistura idiossincrática.
Quando um artista pop enumera as suas influências todos entendem que isto não faz dele um mero plagiador. Ele é um conjunto único daquelas referências. Como não se repete um DNA, não se duplica uma personalidade ou mesmo determinada visão de mundo. Somos seres únicos. Ninguém leu os mesmos livros, ouviu as mesmas músicas, ou esteve presente nos mesmos acontecimentos e os sentiu da mesma forma. Por mais que um artista se esforçasse o tempo todo para copiar outro, em algum momento a sua marca pessoal viria à tona. Embora seja possível identificar nas palavras de um escritor, o estilo de alguns dos seus autores preferidos.
Muitas músicas que assobiamos no metrô são pastiches. Alguns exemplos são os brasileiros Tim Maia e Raul Seixas que têm plágios entre algumas de suas músicas conhecidas. Segundo a lei artistas populares como Rod Stewart e George Harrison plagiaram. Mas estes são casos extremos que envolveram brigas judiciais. O cantor brasileiro Lobão disse que os seus compatrícios da banda Paralamas do Sucesso plagiaram um dos seus discos. Mas não será que eles ouviam tanto Cena de Cinema, que reproduziram em Cinema Mudo à sua maneira de fazer? Segundo relato do próprio Lobão em sua autobiografia (Lobão 2010), o vocalista Herbert Vianna teria dito que gostava demais da obra. Depois deste episódio Lobão gravou músicas dos mesmos.
Alguém pode ficar decepcionado ao saber que àquela música, àquele livro ou filme são uma versão. Talvez possamos acreditar que é possível que algumas obras advindas de outras sejam transformadas em arte. Assim como reinterpretações. O Hip-Hop desde o seu início é feito com colagens de samples. Através desta prática o estilo se fez e cresceu. No caso do rap é mais um sinal de reverência ao início de sua história do que alguma relação com a falta de criatividade. Para os seus pares é uma prova de conhecimento acumulado; e de reconhecimento dos artistas homenageados, e isto traz o respeito de admiradores deste gênero musical.
Muitos trabalhos originais e com suas assinaturas são reflexo de reverências anteriores. Assim como Henry Miller dizia ter reescrito o Tropic Of Cancer (1934) após ter lido Voyage au Bout de La Nuit (1932) de Céline. Da mesma forma que Charles Bukowski que pôs Céline como personagem de uma de suas novelas, Pulp (1994), era influenciado pelo mesmo. E vemos em Bukowski traços de John Fante que no final da vida teve o auxílio do admirador para ser publicado. Mas estes são exemplos que partem de influências. Dom Quixote de Miguel de Cervantes é inspirado em romances de cavalaria com enredos comuns à época. Romeu e Julieta tem um enredo entre outros que já eram conhecidos de o dramaturgo inglês antes mesmo de Shakespeare molhar a pena na tinta.
A collage e a apropriação são responsáveis pelo novo significado dado a um objeto. O urinol de Duchamp, não pode ser considerado arte. Mas a forma de olhar para ele, sim. E artístico é o modo como Duchamp chamou a nossa atenção para o objeto em seu randy made. Da mesma forma que veremos na Pop Art de Andy Warhol e Yoko Ono. A collage e a apropriação são como releituras e novas representações. “E a própria "voz" de Benjamin está presente através de notas brilhantes e comentários sobre as citações copiadas” (Goldsmith, 2015, p.1).  
“Acho que não devemos falar de collage quando nos referimos ao cinema. Devíamos falar sobre montage.”  Bruce Conner. (apud, Sonia García, Laura Gómez, 2009, pg.1). Seguindo este raciocínio podemos pensar na montagem como arte. A montagem é o mesmo que a “limpeza” de uma peça de teatro para alguns diretores brasileiros. Quando dizem que uma representação está cheia de “barriga” ou “gordura” e que precisa ser “enxugada”. A montagem no cinema leva ao tempo-ritmo teatral. Será que diretores de teatro que ainda montam Shakeaspere são plagiadores? Eles também trabalham com Found Footage. A montagem de uma peça assim como a montagem de um filme é releitura e reinterpretação. E uma função muito similar à do editor de livros e do produtor musical.
A montadora Sally Menke de Pulp Fiction de Quentim Tarantino talvez tenha decidido o destino do filme na mesa de edição quando mudou a ordem das cenas. Quando um filme é montado ele dá um novo sentido à imagem. O material apresentado em fragmentos é praticamente reinventado na mão do montador. Ainda mais se este não participou de todo o processo, e nem esteve presente no set de filmagem. Ele faz com que o bruto ressurja com a sua visão. Onde está a arte neste caso? Em suas escolhas. Não é todo mundo que consegue fazer esta reinvenção com as suas junções. Por mais que exista um guião, a arte está em suas escolhas. Quando reconhecemos uma marca e criação de sentidos. Só àquele montador poderia ter juntado àquelas peças. O sentimento de autoria  impresso. O conceito de autoral segue o mesmo caminho de onde vem a inspiração, com suas idiossincrasias ao juntar uma imagem à outra que irá criar um sentido nesta nova fusão. Para isto também é preciso que exista uma personalizada por trás dela.

Referências

Goldsmith, Kenneth (2015). Escritura no-creativa: Gestionando el lenguaje en la era digital Buenos Aires: Caja Negra Editora
in LÓPEZ, Sonia García e VAQUERO, Laura Gómez (2009). Piedra, papel y tijera – el collage en el cine documental. Ayuntamiento de Madrid e Ocho y Medio.
https://www.academia.edu/43176227/Sobre_Colagem_e_Apropria%C3%A7%C3%A3o_Art%C3%ADstica

domingo, 24 de maio de 2020

Considerações Sobre um Filme Universitário

Eu tinha bastante material à mão. Gravava entre uma e outra tarefa do dia a dia. Como era um filme sobre o isolamento social filmava em casa. O que facilitou filmar à vontade na obtenção de imagens que pudessem ser interessantes aos meus objetivos. Tenho pouca experiência como operador de câmera, e o equipamento que possuía era um aparelho celular. Já participei da produção de documentários, videoclipes e curtas em que estive presente em todo o processo. Mas sempre assessorado por ótimos profissionais. Então esta era a primeira vez em que atuava sozinho nestes campos.
Embora quisesse reproduzir em meu filme à ideia de câmera na mão, referência direta a  movimentos cinematográficos alternativos de vanguarda e autorais. Mas durante as filmagens estava preocupado se iria balançar muito o celular. E até que ponto isto poderia ser considerado como uma opção artística ao invés de uma deficiência técnica. A câmera a balançar desde o início fazia parte de uma opção estética para o filme. Quando filmei algumas fotografias que aparecem na edição final não dei estabilidade completa à câmera. O que me deixou inseguro. Munido do material filmado iniciei a montagem. Durante o processo fui em busca de takes que me satisfizessem, e consegui selecionar os que me pareciam mais aprazíveis.
Em relação ao equipamento eu não tinha intimidade com os filtros e com o set da câmera do aparelho. Mas busquei o filtro clássico que dava o efeito de imagem antiga que artisticamente fazia parte da proposta inicial do filme. Eu iria usar o preto e branco que assumi como uma das marcas do trabalho em questão. Mas esta não foi uma escolha aleatória, pois ela veio junto da necessidade de mostrar as dificuldades da produção, e de fortalecer à insinuação de trabalho “artesanal” com poucos artefatos tecnológicos sofisticados. Além, de como já foi dito, exaltar novas vagas presentes na história do cinema. Utilizei a vinheta e isto me deixou satisfeito, já que desejava sublinhar os muitos objetos circulares presentes em meu filme, que remetiam ao ciclo que se repetia nos longos dias trancados que transcorriam lentamente. Tentei adaptar as minhas opções estéticas às limitações de recursos.
Sobre o áudio do filme adaptei o som à minha volta ao ritmo da montagem. É possível ouvir algumas marteladas. Ficou de fora uma furadeira que ainda ouço enquanto escrevo este texto. Existe uma obra no prédio ao lado que começou na época das filmagens. Alguns cortes foram feitos no intervalo das marteladas e dos sons graves como a marcação do bumbo de uma bateria. E isto despertou uma vontade imensa de aprofundar ainda mais o tratamento do som. Ao fazer este filme a sonorização mostrou a sua enorme importância na montagem. Foi uma redescoberta. E senti ânsia de aprofundar com mais afinco o trabalho e conhecimento da mixagem de som.
Não obstante tenha ficado satisfeito, pois tendo em mãos o imenso material bruto que possuía, as minhas escolhas foram facilitadas. Eu podia cismar com um take, mas sempre havia outro para substituí-lo, e se um take estava insatisfatório, ou uma cena apresentava muitos ruídos, eu tinha em minha mão um leque de opções. Acho que isto ao final foi o que fez toda a diferença. A quantidade de cenas filmadas se tornou essencial para que eu pudesse ter opções, o que me deixou com uma gama de possibilidades que facilitaram a construção do curta.
O filme é dividido em dois capítulos. Eu havia feito um primeiro corte da segunda parte que tive de refazer completamente. Não gostei da soma final e cheguei à conclusão de que era precipitado. Estava correndo demais com o ritmo do filme. Mesmo que a velocidade dos cortes fosse uma de suas características.  Apesar do que havia concebido inicialmente, senti necessidade de que os planos fossem um pouco mais contidos
Existe um respiro no meio do curta. Tive receio, mas precisava que o filme desacelerasse naquele ponto. Eu temia que no primeiro corte da segunda parte, ele corresse tanto que fosse impossível acompanhar seu raciocínio. Tanto é que tive de refazer o corte completamente, como já citado acima. Apaguei tudo que estava na timeline. Não fiquei satisfeito com o resultado e parti para outra montagem. Percebi outro problema de minha concepção anterior; o tempo do filme não era o tempo de sua realidade.
Na nova montagem utilizei duas vezes o efeito chamado de cross dissolver. Eu tinha consciência de que este efeito era muito usado em determinadas situações, e que em outras ele havia caído em desuso. Ele é utilizado sobretudo em algumas ocasiões para representar passagem de tempo. Não usei o efeito com esta premissa. E sim por um viés artístico em que entendi que a regra do filme pedia. Senti necessidade que soasse daquela forma. Eu queria usar o cross dissolver mesmo que parecesse tosco como o jump cut de Jean-Luc Godard quando ele era apenas uma novidade. Eu sabia que era um clichê. Mas quando editei o filme, senti necessidade que ele soasse daquela forma. Utilizei o efeito na junção de dois planos longos. Embora pudesse simplesmente suprimir esses quadros. Ao invés de usar o esteticamente feio, mas instigante jump cut como fiz em alguns momentos.
Aprendi muito com este processo. E o interessante foi que pelo fato de estar sozinho, como todo mundo, aliás, tive de me virar e encarar situações que evitava. Como segurar uma câmera e editar completamente sozinho.
Um erro crasso que cometi foi com os créditos. Usei um crédito criativo que não desejava mexer, pois foi apresentado de forma inusitada como o resto do filme. Mas deixei de fazer uma ficha técnica mais apurada, e que estivesse de acordo com um trabalho profissional. Novamente de maneira optativa. Depois repensei bastante sobre o caso, e concluí que realmente poderia ser refeito. Tem simplesmente os títulos e o crédito do realizador. Pensei que por se tratar de um filme de âmbito escolar e interno, seria adequado. Deixei passar a oportunidade da premissa profissional.
No processo de um filme existem problemas na organização que acabam por ter implicações no trabalho artístico. Mas no geral, realmente fiquei bastante satisfeito com o filme. E sempre que tiver oportunidade irei mostrá-lo para alguém. Aprendi muito com este processo. E o interessante foi que pelo fato de estar sozinho, como todo mundo, aliás, tive de me virar e encarar situações que temia. Perdi o medo. E o mais importante senti prazer com o trabalho.  

Referências:

Valentim, Delano; Pré-produção de Curta Universitário: A Curva Achatada. Delano Valentim, Ano 2020
A Curva Achatada… (2020)
https://www.youtube.com/watch?v=9F5peLXblD0&t=9s
https://www.academia.edu/43151233/Considera%C3%A7%C3%B5es_Sobre_um_Filme_Universit%C3%A1rio

terça-feira, 19 de maio de 2020

Curta Universitário: A Curva Achatada

A Curva Achatada será uma curta metragem documental de Delano Valentim, com duração de 5 minutos, retratando o dia a dia do artista durante à pandemia. O filme irá mostrar a atitude do personagem perante a quarentena. É a segunda curta de uma sequência de três filmes; que foi iniciada com Quarentena 369, e será finalizada com um último capítulo composto de imagens de arquivos.
A curta mostra o artista a trabalhar. Ele escreve, e compõe canções. Alguns desses textos serão publicados em seu blog homônimo. Assim como algumas das músicas que virão a ser lançadas em seu canal no YouTube. Parte do material o artista irá enviar para festivais e concursos de música e literatura. A Curva Achatada também exibe imagens inéditas de um futuro videoclipe.
O diretor apropria-se da metalinguagem e pensa a própria produção da curta que é exibida. Com imagens de si próprio com a câmera. Além da inclusão de sons que surgem da realidade, como as marteladas e barulhos de uma obra na casa vizinha, que serão inseridos na composição do filme, dando muitas vezes o ritmo dos cortes.
Toda a ação será composta por uma estrutura não linear, sem narração, mas que deixa evidente às intenções da obra. Não serão feitas entrevistas nem haverá um narrador. A curta irá privilegiar às imagens para contar a história e apresentar o personagem. Uma imagem que junto de outra compõe um terceiro sentido. Como no experimento do cineasta russo Lev Kuleshov.
Algumas cenas sobre o momento histórico em que estamos vivendo serão apresentadas; como a reação do artista perante às notícias, e mesmo a arte que é produzida a partir delas, presenteando à audiência com os meandros da inspiração. Assim como serão mostradas algumas influências literárias, cinematográficas e musicais; através de livros, fotografias e camisas. O diretor opta esteticamente pelo preto e branco com um filtro clássico que dialoga com antigas vanguardas cinematográficas e seus trabalhos quase artesanais.
A curta acontece no espaço confinado da casa de Delano Valentim. A obra frisa o momento atual de uma pessoa confinada, ao mostrar o dia a dia do funcionamento da casa, e certos cuidados necessários durante o período. Além de ser um filme sobre como uma pessoa reage ao confinamento, ele apresenta um artista inquieto em sua ebulição durante o seu processo criativo.
https://www.academia.edu/43107888/Pr%C3%A9-produ%C3%A7%C3%A3o_de_curta_universit%C3%A1rio_A_Curva_Achatada
https://www.youtube.com/watch?v=9F5peLXblD0&t=9s

Pré-produção de curta universitário: A Curva Achatada

Índice

1.2 Tema

1.3 Recursos a Utilizar

1.4 Argumento

1.5 Moodboard

1.2 Tema
O dia a dia do artista Delano Valentim em casa durante a quarentena da pandemia do
Coronavírus.

1.3 Recursos a Utilizar

Computador
HP EliteBook Folio 9470
Sistema Operacional
Microsoft Windows 10 Pro
Programa de Edição
Adobe Premiere Pro 2019
Câmara
Telemóvel Galaxy 8 (2018)
1.4 Argumento: A Curva Achatada…

A Curva Achatada será uma curta metragem documental de Delano Valentim, com duração de 5 minutos, retratando o dia a dia do artista durante à pandemia. O filme irá mostrar a atitude do personagem perante a quarentena. É a segunda curta de uma sequência de três filmes; que foi iniciada com Quarentena 369, e será finalizada com um último capítulo composto de imagens de arquivos.
A curta mostra o artista a trabalhar. Ele escreve, e compõe canções. Alguns desses textos serão publicados em seu blog homônimo. Assim como algumas das músicas que virão a ser lançadas em seu canal no YouTube. Parte do material o artista irá enviar para festivais e concursos de música e literatura. A Curva Achatada também exibe imagens inéditas de um futuro videoclipe.
O diretor apropria-se da metalinguagem e pensa a própria produção da curta que é exibida. Com imagens de si próprio com a câmera. Além da inclusão de sons que surgem da realidade, como as marteladas e barulhos de uma obra na casa vizinha, que serão inseridos na composição do filme, dando muitas vezes o ritmo dos cortes.
Toda a ação será composta por uma estrutura não linear, sem narração, mas que deixa evidente às intenções da obra. Não serão feitas entrevistas nem haverá um narrador. A curta irá privilegiar às imagens para contar a história e apresentar o personagem. Uma imagem que junto de outra compõe um terceiro sentido. Como no experimento do cineasta russo Lev Kuleshov.
Algumas cenas sobre o momento histórico em que estamos vivendo serão apresentadas; como a reação do artista perante às notícias, e mesmo a arte que é produzida a partir delas, presenteando à audiência com os meandros da inspiração. Assim como serão mostradas algumas influências literárias, cinematográficas e musicais; através de livros, fotografias e camisas. O diretor opta esteticamente pelo preto e branco com um filtro clássico que dialoga com antigas vanguardas cinematográficas e seus trabalhos quase artesanais.
A curta acontece no espaço confinado da casa de Delano Valentim. A obra frisa o momento atual de uma pessoa confinada, ao mostrar o dia a dia do funcionamento da casa, e certos cuidados necessários durante o período. Além de ser um filme sobre como uma pessoa reage ao confinamento, ele apresenta um artista inquieto em sua ebulição durante o seu processo criativo.