sexta-feira, 26 de outubro de 2018
Só Por Hoje...
As Guerreiras da Cinelândia...
Afastei todas as bandeiras que vi pelo caminho. Até que conseguimos atravessar o mar de gente e chegar ao meio dos acontecimentos. Dei uma olhada ao redor e a multidão era formada por gente de todas as idades, cores e estilos. Ao meu lado direito havia um teatro com sua cúpula dourada que o fazia parecer um castelo imponente. À minha frente, atrás do grande carro estava o palácio. Lentes apontavam para pessoas em suas escadarias. Eu pensava se eles iam assistir àquelas imagens e analisar os fatos. O prédio velho lembrava Edson Luís que morreu no calabouço de um lugar assim. Recordei noventa e dois quando também estive por lá. O colorido das bandeiras e roupas, e a diversidade de ideologias e crenças me fez crer que ali havia uma interseção. As cores lembravam a primavera de sessenta e oito. Só que agora era diferente. Lá em cima do carro estavam somente mulheres num contra-plongée. No topo de tudo. Mulheres diferentes umas das outras. Mulheres negras. Mulheres brancas. Eu tentava recordar ocasião igual àquela. A frase do menestrel sobre o macho adulto branco sempre no comando perdera o sentido. Elas deixavam bem claro que estavam lutando por todos. Eram mães, mulheres, filhas, e de todas as religiões. Lá em cima não havia uma bandeira. O discurso era seguido como um mantra, uma oração... E as pessoas repetiam as frases no mesmo estribilho... E de repente ecoavam gritos que revitalizavam a energia do ambiente. O coro de palavras confortadoras vinha de um lugar onde todos seriam iguais. E no céu zumbia o mosquito de metal. E de repente todo mundo gritava aquela frase que era uma negação, mas que soava como uma afirmação: “Ele não! Ele não!” Todos cerravam os punhos. As pessoas apontavam para o mosquito de metal e gritavam para ele: “Ele não! Ele não!” Eu acreditei que tanto o piloto como o homem das lentes ouviam o coro. Um grupo de mulheres de perna de pau ficou à frente do grande carro, foram feitos pedidos para a que a multidão permitisse a sua passagem, e todos foram caminhando... Quando saímos ela disse: “Colaram algo em suas costas.” Era a foto de um homem com um número. Eu tirei a foto da camisa e joguei no lixo. O carro aos poucos começou a se distanciar. E para nós, os outros; que estavam ali, e que eram filhos, netos, e pais… aquela talvez fosse a última esperança.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
Ídolos...
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
Status-Político...
domingo, 21 de janeiro de 2018
Tenha Cuidado Com A Lavagem Cerebral...
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Na Rua...
Na rua tem ladrão, engarrafamento.
Na rua tem traveco, na rua tem puta.
Na rua tem drogado, na rua tem biruta.
Na rua o gosto amargo, na rua da amargura.
Na rua insanidade, a rua da loucura.
Na rua homem honesto, na rua desonesto.
Na rua tem modelo, na rua tem o resto.
Na rua não há tempo, a rua é correria.
A rua é pra bandido, a rua pra vadia.
Na rua das câmeras, nas ruas da cidade.
Na rua o desapego, na rua falsidade.
Na rua do cão… Levanta a mão!
Na rua do egoísmo… se joga no chão.
Na rua da prisão, na rua do cárcere.
Na rua da desova, na rua vai célere.
Na rua o que mais tem é gente nua.
Quem cultua a rua acaba na rua.
Na rua o meu passo, acelerado.
Na rua que eu passo, apressado.
Na rua jogam lixo.
Na rua viram bicho.
Na rua do valão.
Na rua do lixão.
Na rua dos crackudos.
Na rua da biqueira,
e das moscas varejeiras.
Hino...
No rosto o medo a expressão, é trágica
De um povo heróico brado retumbante
Onde moleques são ladrões ou traficantes
O sol da liberdade em raios fulgidos
Onde pretos permanecem sendo súditos
Brilhou no céu da pátria nesse instante
Um tiro de fuzil som de traçante
Se o penhor dessa igualdade
Não conseguimos conquistar nem com a morte
Em teu seio oh liberdade
Eu lhe peço que a minha nunca corte
Oh Partia Amada
Violentada
O alvo salve... O alvo salve
Brasil um sonho intenso um raio vívido
Mas saúde educação nunca é o mínimo
De amor e de esperança a terra desce
Criança faz criança nunca cresce
Se em teu formoso céu risonho e límpido
Que a paz reine em teu sistema límbico
A imagem do cruzeiro resplandece
Aqui embaixo tudo fosco escurecesse
Gigante pela própria natureza
É feliz, mas é cheio de tristeza
És belo és forte impávido colosso
E tem gente por aqui roendo osso
O teu futuro espelha essa grandeza
Você sabe que beleza não põe mesa
Violentada
Entre outras mil, és tu Brasil
Pátria enganada
Enquanto os filhos deste solo
Mãe sútil
Morrem de fuzil
Brasil de amor intenso seja símbolo
Não pise quem por ti chicoteado
O lábaro que ostentas estrelado
Apesar do seu tempo ainda nublado
E diga o verde e louro desta flâmula
Porque não cobre com uma campânula?
Paz no futuro e glória no passado
O futuro por ti sempre esperado
Mas se ergues da justiça e clava forte
Verás que um filho teu não foge a luta
Verás que um filho teu não se sepulta
Nem teme quem te adora a própria morte
E sairá vivo daqui quem tiver sorte
Violentada
Entre outras mil.… és tu Brasil
Oh! Pátria enganada
Enquanto os filhos deste solo
Mãe sútil
Morrem de fuzil
Como É Lindo O Amanhecer Do Dia No Rio de Janeiro...
Um motorista é alvejado avançando o sinal
Entre garrafas de bebidas e anúncios de cigarros
Amantes suicidas o conto do mais bizarro
Criança prostituída e praia poluída
Hospital público é a negação da vida
A farra do pó, a puta na cama.
A passeata no centro, a verdadeira lenda urbana.
Mas o meu pão quentinho, e o meu café na padaria.
Que desfaz esse mau tempo até o céu desanuvia
Como é lindo o amanhecer do dia no Rio de Janeiro
Como é lindo o amanhecer do dia no Rio de Janeiro
No confim da madrugada uma notícia pro jornal
No toque da alvorada os olhos da colegial
Com guarda municipal e barracas de camelô
Que vendem de CD pirata a jogos de computador
Na vista pro mar no meu pensamento
A fumaça pro ar e o engavetamento
Deixa a rosa no canteiro e o morro com partideiro
E o padre que fala gíria dá à benção ao fogueteiro
Mas um dia vem chegando com ricos na ciclovia
O final do turno o ônibus para o vigia...
Como é lindo o amanhecer do dia no Rio de Janeiro
Como é lindo o amanhecer do dia no Rio de Janeiro
Não Há Nada Mais Bonito...
Que um casal de namorados
Ele vai a casa dela
Ela vai a casa dele
Ele conta um segredo pra ela
E o quê só o casal sabe?
Não há nada mais bonito
Não há nada mais bonito mesmo
Que um casal de namorados
Ele cuida dela
Ela cuida dele
Nós somos seres humanos
E eles são outros seres
Não há nada mais bonito
Não há nada tão bonito assim
Que um casal de namorados
No cinema, o olhar.
Na música, o desejo.
Na dança, o passo.
No quadro, o beijo.
Não há nada mais bonito
Que um bonito casal de namorados
Na colação de grau
Numa enfermaria de hospital
Num dia nublado
E num dia normal
Ondas Gigantes...
Tudo engarrafado em todo canto da cidade
O sol escondido, o tempo nublado
Um vento esquisito, o céu carregado
O pássaro voando, fugindo não sei de quê
Como que prevendo o quê iria acontecer
A chuva caindo cada vez mais forte
Uma frente fria, vinda lá do norte
Da minha jangada eu vejo toda choradeira
A lágrima jorrando feito numa cachoeira
Espere por mim minha mina
Espere por mim meu amor
Eu sigo o canto da sereia
Foi ela quem me salvou
Eu tava com pressa, doido pra chegar em casa
E quando eu to assim sempre tem algo que me atrasa
A saudade do lar, da mulher pra beijar
Da comida quentinha, da cama pra esquentar.
Chuva torrencial, onda gigante temporal
Catarata tromba d água com força marcial
Todo mundo querendo falar no telefone
No Rio de janeiro enchente Tsunami
Da minha jangada eu vejo toda choradeira
A lágrima jorrando feito numa cachoeira
Espere por mim minha mina
Espere por mim meu amor
Eu sigo o canto da sereia
Foi ela quem me salvou
Cenas de terror, cinegrafista amador
Uma casa caiu, um barraco despencou
Desabamento, afogamento, lixo na encosta
Um velho perde tudo, o governo sem resposta
Falta de previsão, debate na televisão
A fúria da natureza, o povo sem prevenção
O celular não dá linha, não consigo falar
Todo mundo ao mesmo tempo querendo ligar
Da minha jangada eu vejo toda choradeira
A lágrima jorrando feito numa cachoeira
Espere por mim minha mina
Espere por mim meu amor
Eu sigo o canto da sereia
Foi ela quem me salvou
A falta de luz, a cidade no breu.
A sua casa encheu? Quanta gente morreu?
Será que é isso mesmo? Será que tem jeito?
Pergunta o cientista, responde o prefeito
E daqui pra frente, toda vez que chover
Nós vamos sair na rua com esse medo de morrer?
Que Deus nos perdoe e não mande mais pra gente
Que ele nos proteja desse tipo de enchente
Da minha jangada eu vejo toda choradeira
A lágrima jorrando feito numa cachoeira
Espere por mim minha mina
Espere por mim meu amor
Eu sigo o canto da sereia
Foi ela quem me salvou
Cenas de terror, cinegrafista amador
Uma casa caiu, um barraco despencou.
Desabamento, afogamento, lixo na encosta
Um velho perde tudo, o governo sem resposta
Falta de previsão, debate na televisão
A fúria da natureza, o povo sem prevenção
O celular não dá linha, não consigo falar
Todo mundo ao mesmo tempo querendo ligar
Da minha jangada eu vejo toda choradeira
A lágrima jorrando feito numa cachoeira
Espere por mim minha mina
Espere por mim meu amor
Eu sigo o canto da sereia
Foi ela quem me salvou
A falta de luz, a cidade no breu.
A sua casa encheu? Quanta gente morreu?
Será que é isso mesmo? Será que tem jeito?
Pergunta o cientista, responde o prefeito
E daqui pra frente, toda vez que chover
Nós vamos sair na rua com esse medo de morrer?
Que Deus nos perdoe e não mande mais pra gente
Que ele nos proteja desse tipo de enchente
domingo, 14 de janeiro de 2018
A Minha Cidade...
essa porção de gente.
Esse bando de macumbeiro,
esse monte de crente!
A minha cidade é isso,
é puta, é traficante, é camelô.
Os que vivem do ódio,
e os que morrem por amor.
Se falar da minha cidade…
entra na porrada!
Pois da minha cidade…
ninguém pode falar nada!
A minha cidade é isso,
é bunda, é funk, é pagode.
É de quem só se dá bem,
e de quem só se fode.
A minha cidade é isso,
é essa gente engravatada.
Essa cachaça quente,
essa cerveja gelada.
Se falar mal da minha cidade…
Entra na porrada!
Pois da minha cidade…
Ninguém pode falar nada!
Onde É Que Tá O Controle Da Televisão?
A Barata Está Morta...
Eu me lembro de você
Que tem medo de barata
É tanto tempo sem se ver
E quando eu vejo aquele ator
De novela que eu odeio
Que você acha lindo
Eu continuo achando feio
É melhor você voltar
Que ninguém tá dando jeito
Sou eu que aturo o seu jeito
E você os meus defeitos
E quando eu vejo uma mulher
Sem nenhuma compostura
Sempre me lembro de você
Da tua falta de mesura
Com perguntas idiotas
Burra igual uma porta
Então já pode voltar
Que a barata está morta
É melhor você voltar
Que ninguém tá me dando jeito
Sou eu que aturo esse teu jeito
E você os meus defeitos
A Cidade Da Minha Namorada...
No final daquela estrada mora minha namorada
Ao longo da estrada eu só vejo mato
Eu vou por minha namorada, é tanta coisa que eu faço...
E na sua pequena cidade talvez, assim, média...
Dessa gente acanhada e um tanto séria
Ela me leva num shopping com cinema
Eu que não gosto de shopping, mas gosto de cinema
A minha namorada fala com a sua família no telefone
A família da minha namorada está longe no telefone
Ela vai trabalhar e me deixa dormindo
E eu sonho que a minha namorada já está vindo...
Eu vejo as pessoas da cidade da minha namorada
São tão calmas a cidade e as pessoas da minha namorada
Quando a campainha toca, eu abro a porta
Quando o meu coração toca, eu abro a porta
Eu amo tanto a minha namorada
E sem a minha namorada eu não sou nada
Eu amo tanto a minha namorada
E sem a minha namorada eu não sou nada
sábado, 13 de janeiro de 2018
Ah, Se Essa Rua Fosse Minha...
Eu garanto pra você que por aqui nem carro tinha
De domingo a domingo ia ter área de lazer
A molecada todo dia sempre tendo o quê fazer
Com quadra de futebol voleibol basquetebol
E uma grande piscina pra quando fizesse sol
Eu ia colocar um fliperama tinindo
E ninguém na minha rua ia perder tempo discutindo
Ah, se essa rua... Se essa rua, fosse minha...
Nenhum babaca ia espancar uma vizinha
Eu ia construir uma enorme cobertura
Com um templo unicamente dedicado a leitura
Todo mundo da minha rua ia ter corpo de atleta
Cada criança ia ganhar uma bicicleta
E quando fosse réveillon eu ia colocar o som
E chamar um DJ só pra tocar rap do bom
Ah, se essa rua... Se essa rua, fosse minha...
Eu garanto pra você que político aqui não vinha
E ninguém na minha rua ia se sentir à toa
Ninguém ia perguntar aonde é que tá a boa
Na rua ia ter economia sustentável
Ninguém ia pra emprego com salário miserável
O plantio da minha rua ia estar sempre nossa porta
Do terreno baldio eu ia fazer uma horta
Ah, se essa rua... Se essa rua, fosse minha...
Eu garanto pra você que por aqui nem carro tinha
Ah, se essa rua... Se essa rua, fosse minha...
Nenhum babaca ia espancar uma vizinha
Ah, se essa rua... Se essa rua, fosse minha...
Eu garanto pra você que político não vinha
Ah, se essa rua... Se essa rua, fosse minha...
Ah, se essa rua... Se essa rua, fosse minha...
Advogados
E tenho que defender o meu cliente
E por mais que o cara tenha prejudicado uma porção de gente
Eu tenho que provar que ele é inocente
Eu sou um advogado de defesa
E sei que o cliente sempre tem razão
E caso comece a pensar o contrário
Viro advogado de acusação
Advogado de defesa
Advogado de acusação
Não importa quem tá certo ou quem tá errado
Eu sou pago pra exercer a minha função
Eu sou um advogado de defesa
E assim como um padre num confessionário
E não posso delatar os seus pecados
Pois é você quem paga os meus honorários
Eu sou um advogado de defesa
E sei que Deus é onipotente
E de uma coisa eu tenho certeza
A Deusa justiça está com a gente
Advogado de defesa
Advogado de acusação
Não importa quem tá certo ou quem tá errado
Eu sou pago pra exercer a minha função
quinta-feira, 11 de janeiro de 2018
Farinha Pouca Meu Pirão Primeiro!
Se é você que tá com ele e é você que é o bom!
Pois com ele não tem torto com ele não tem feio
Com ele a gente engole até biscoito sem recheio
Ele a te leva a ter talento e um sucesso sideral
E junto do dito cujo todo mundo é o tal
Ele te faz ver a beleza e traz de volta a saúde
Aumenta a autoestima melhora atitude
Você vai ser tentado feito Cristo no deserto
Pois quando se está com ele tem você e tem o resto
Sabe aquela paixão igual a do primeiro amor
E agora... Você vai cantar poemas e canções em seu louvor
Traz de volta o sexo e a pessoa amada
Vão te chamar de bonito vai achar que é piada
Ele te dá a melhor droga na melhor viagem
Ele te dá todo conforto e a mais bela paisagem
Ele faz com que você entre em qualquer lugar
Estando em sua companhia todos vão me respeitar
Quando eu estou com ele eu me sinto protegido
E agora... Posso te garantir que não falta um amigo
Junto dele a gente engole até comida sem tempero
Mas quando ele vai embora é você que fica azedo
Pena que não dá em pé que não cresce em mato!
O rato vai atrás do queijo e o gato vai atrás do rato
É ele quem indica ou então quem desacata
Às vezes dá “carteirada” às vezes tapa na cara
Ninguém te enche o saco com passado com futuro
Com ele pode ser chato você não sabe como é duro
Ele gera a cultura e apoia o esporte
Às vezes dá a vida a às vez traz a morte
Ele faz com que você seja um sujeito notório
Olha só quanta carpideira vai colar no seu velório
Mesmo que não tenha estudo ou mesmo sendo burro
E agora... Se está com ele é você que sabe tudo
Nunca mais o Zé Povinho vai cruzar o seu caminho
E nunca mais você vai se sentir sozinho
Com ele faz me rir, com ele faz chorar.
Com ele pede música põe maluco pra dançar
Com ele mete o bedelho em tudo dá opinião.
Mas há sempre um desconto, o cliente sempre tem razão.
Ele te dá o telefone, ele te dá o endereço.
E agora é ele quem passa à chave, é ele quem diz o preço.
Com ele você gosta, dá o play, deixa rolar...
Com ele cê bate palma deixa essa porra pra lá...
Então... A louca vinha pelo cheiro
Nossa... Depenou a porra dum funqueiro
Eita... Dominou a porra dum boleiro
E agora? Farinha pouca meu pirão primeiro!
Quando A Cama Quebrou...
Pra tocar no celular quando você me ligar
Essa é pra tocar no carro quando você viajar
Essa é pra dançar no quarto pra poder me inspirar
Eu ponho pra rolar no som enquanto você toma banho
A gente bebe vinho e vem fumando aquele cânhamo
Essa é a sintonia da nossa excitação
Na dança do seu quadril gravitando intenção
Enquanto as mãos se enroscam rolam “as preliminares”
É à noite e o dia o sol a lua ao se encontrarem
A última foi ótima amanhã será melhor
Na nudez do seu balé mergulhada de suor
E num quinto de hora nesse quarto confinado
E eu sinto como se o tempo, se ele tivesse parado.
Não sabe como é quente aqui dentro de você
No vai vem aconchegante então eu vou sair pra quê?
Nessa cama flamejante onde o sonho é delirante
Onde tenho seu gemido e o seu sussurro é gritante
Eu cheiro o seu cabelo e falo em seu ouvido
Então você me conta o quê você faz só comigo...
Eu olho em seus olhos e desvendo seus segredos
Então você me dá aquilo que mais tem desejo
Eu admiro o seu talento de fazer parar o tempo
Você sabe ultimamente eu me demoro aqui dentro
Eu me enredo em seus cabelos evaporo no seu cheiro
Vejo a poça de suor no centro do seu travesseiro
Quando eu estou com você à vida o mundo faz sentido
Esse teu bico, esse teu seio, esse teu rosto tão bonito...
Quando a cama quebrou, eu pensei como é que pode...
Tem gente que faz amor e tem a gente que...
Eu percebo seus prazeres você prefere mantê-los
E eu me sinto tão feliz por poder satisfazê-los
Você diz que ele é seu, que irá cuidar “dele” com zelo.
E, eu digo que sim, mas só se você prometê-lo.
Se eu toco no ponto “G” delicado pra você
Eu vejo você tremer, mas você treme de prazer.
Enquanto eu vou e venho e tenho você gemendo
Música pro meu ouvido é essa cama rangendo
E de debaixo do seu ventre eu tenho a visão mais bela
Toca uma canção distante, a brisa entra pela janela.
Nesse quarto de hotel, nesse cantinho do céu.
Vejo a cama levitar no ar leve igual papel
E você me pergunta, mas será que você gosta.
Então digo que sim e você vem como resposta
Com sensibilidade aumento a velocidade
Corpos entrelaçados, estupenda unidade.
Vejo você flutuar num sobe e desce escaldante.
E sinto o seu furor no meu entra e saí constante
No ápice do prazer você não aguenta e berra...
E sinto que seu o berro estremece toda a terra
E quando toda a vizinhança começa a acordar
Você abre os olhos continua a sonhar
Eu admiro o seu talento de fazer parar o tempo
Você sabe ultimamente eu me demoro aqui dentro
Eu me enredo em seus cabelos evaporo no seu cheiro
Vejo a poça de suor no centro do seu travesseiro
Quando eu estou com você à vida o mundo faz sentido
Esse teu bico, esse teu seio, esse teu rosto tão bonito...
Quando a cama quebrou, eu pensei como é que pode...
A Soma de Todo Mundo...
Sempre existe alguém com quem todo mundo quer falar
Todo mundo se conhece quem sabe algum dia
Todo mundo se cruza numa esquina ou numa via
Eu devo conhecer, quem você está falando
Ou então um dia desses, a gente acaba se cruzando
Tem um parentesco, próximo ou distante
Gosta do mesmo filme, o mesmo livro, na estante
A gente já se viu, eu tenho essa sensação
Se não foi nesta vida, foi em outra dimensão
É o instinto coletivo, o inconsciente coletivo
É a soma dos seres, dos mortos, e dos vivos
Se banhar no mesmo mar, beber da mesma água
Se entende o gesto, quando não conhece a fala
Você sabe de mim, e eu sei tanto de você
E com certeza um dia desses, a gente vai se conhecer
Todo mundo consome, o que todo mundo produz
Todo mundo o mesmo sol, todo mundo a mesma luz
Porque todo mundo vive, num portentoso planeta
Mesmo todo mundo, não seja nenhum cometa
Todo mundo um dia foi, ou todo mundo ainda é
Todo mundo ainda é bicho, computador, café
Por isso que eu sou, a soma que dá de todo mundo
Será todo mundo mesmo? Ou todo mundo, mundo, mundo...
Cabelo
Tem cabelo crespo e tem cabelo à toa.
Tem cabelo ressecado e cabelo pintado.
Tem cabelo quebrado e cabelo mal tratado.
Tem cabelo preso e tem cabelo curto,
e cabelo pro alto de quem tomou um susto.
Tem cabelo raspado e cabelo que caiu.
E tem cabelo verde, rosa, azul, anil.
Tem cabelo “estiloso” e sem estilo nenhum,
E cabelo sem graça de pessoa comum.
Tem cabelo revoltado e cabelo crescendo.
Tem cabelo moicano, reco e com topete.
Tem cabelo asa-delta, chanel, cabelo black.
Tem cabelo armado e para todo gosto.
Depende do corte e do formato do rosto.
Há de Ecoar
Há de soar o Sabotage todo dia no Canão
Mas o Tom Jobim diz que é o fim do caminho
Eu sinto uma saudade danada do Dominguinhos
Claudinho e Buchecha todo o dia em São Gonçalo
Um Itamar Assunção para cada Rua de São Paulo
Tem de ter Jorge Amado em cada esquina da Bahia
Tem de ter um Gog pra cada periferia
Mas não tem creche, não tem escola
Falta um campinho pra ficar jogando bola
Não tem luz, Não tem água.
Ouço no ar essa poluição sonora
Há de ecoar o Cartola na alvorada da Mangueira
Há de soar Arlindo Cruz todo dia em Madureira
Não deixar o som do Gil nunca fugir desse lugar
Quem esbarrar com Belchior que peça a ele pra voltar
Tem de ter Chico Buarque todo dia na favela
E florir Tim Maia um em cada Primavera
Zeca Pagodinho chora a chuva em Xerém
Dolores Duran canta A Noite do Meu Bem
Mas não tem médico, não tem remédio.
E a piscina maior tédio
Há de Ecoar a Legião no espaço aéreo nacional
Há de se soar Chico Science por toda a Manguetonw
Enquanto o Raul diz que é só girar o botão
Leio tem uma pedra no sapato Drummond
Há de se ouvir Cazuza na lua do arpoador
E deixar que o Roberto fique falando de amor
Viajar com os Paralamas na barca de Niterói
Agir como se o Noel ainda estivesse entre nós
Falta cultura, falta leitura.
Sobra droga, e loucura.
Há de ecoar o Bandeira a voltar de Pasárgada
Há de soar Carmem Miranda mesmo americanizada
Tem que ter Jorge Aragão pra quem pensa que é bamba
E Geraldo pereira na vitrola da caxanga
Não existe pagode sem Fundo de Quintal
Caetano Veloso Cinema Transcendental
Se o Vinícius de Moraes não está em Ipanema
E o Gonzaguinha vai embora com morena
Tem bota na janela, tem boa na porta
Tem bota no banheiro, pouco importa
O Outro Lado da Maçã...
É o cheiro do corpo o beijo no pescoço o cabelo sedoso você fica louco
Quando se lembra daquela boca do aroma da roupa da risada louca
O avião bronzeado de torso torneado de peito empinado bumbum arrebitado
E começa procurar até encontrar dorme cedo pra poder sonhar
Igual a todo homem se toca o telefone quase enlouquece se ela diz teu nome
Aquela voz suave baixa e um pouco grave o pensamento voa você vira uma ave
É toda diferente derruba de presidente para o trânsito causa um acidente
Rola uma simpatia um momento de alegria unir o útil ao agradável é tudo que você queria
Fica viciado parece um tarado o coração começa a bater acelerado
Vira poeta, contempla a lua vaga pela rua ela tem que ser sua
Na televisão, na ejaculação na internet na masturbação
Quem é a menina a tua heroína aquela pela qual você desatina
Novo ou velho caindo os cabelos cuida do visual malha o dia inteiro
Abandona de emprego abandona da tua família a mãe do teu filho da tua novilha
Sente tesão igual toda nação tem gente que vai parar na prisão
É o quê me deixa puto o ato corrupto o defloramento o tormento do estupro
Se isso é amor quem pode me dizer eu só posso te dizer que isso mexe com meu ser
Se isso é paixão quem é que dirá que não se bate no pênis e sobe pro coração
É a fome da droga, o poder do vício, conheço cum cara que parou num hospício,
Que sofreu a crise da privação, da separação, e hoje está em depressão,
Toma Lexotan, Prozac e Diasepan, Adão, comeu da maçã agora vive no divã
Você tá na loucura Você tá na procura, tá na fissura, e saí à procura com a pica dura
O homem machão, da globalização, onde não há pecado, não há traição,
É o quê olho não vê e o coração não sente, cada vez mais gente se entrega a serpente
Senão tem dinheiro entra em desespero ela não pode saber que tú tá no vermelho
Não é passatempo ou coisa de momento, esqueça o passado acabou o casamento
Joga fora o anel sorri no motel, depois do gozo se sente no céu...
A aliança fica na lembrança daquele dia de pura bonança
Aconteceu como tinha que ser... comigo, com ele, e com você...
Tiro no ouvido, pulo precipício, tomou veneno, cometeu suicídio
Crime passional, gesto sensual, no leito conjugal aonde é que tá o mal
Que o mundo muçulmano cobre de pano, naquela cabeça de apenas dez anos
Na capa da revista na vizinha adventista na tia na puta ou na artista
Na modelo magrela na passarela na atriz de novela na garota da favela
No que deus nos dá na nossa costela e até o demônio sofre por ela
Sonha tem miragem ninguém quer ficar virgem uma foto uma imagem uma vertigem
Só ela te diverte você se derrete pensa o tempo todo num se esquece
Sempre o mesmo motivo, começa a emagrecer para de comer e todos sabem por quê
Tiraram o doce de uma criança que não seguiu os passos da nova dança
Foi com o teu melhor amigo ou com um desconhecido com um cara pobre com um cara rico
Um dia ficou cansada? se sentiu entediada? Ou simplesmente saiu sem dizer nada!
Voltou pro ex-namorado? Voltou pro ex-marido saiu reclamando do tempo perdido?
Foi por amor ou foi por pura ilusão, disse alguma deu alguma explicação?
E você o quê irá fazer, continuar sonhando ou tentar viver?
Nessa postura sempre a procura do gosto do começo de uma nova aventura
Todo mundo explica tudo se complica amor de vagina bate e fica
Na verdade na realidade enquanto há tempo até mais tarde
Vai esperar ou vai ver no lema de arrumar um novo problema
Me disseram que é gostoso um prato apetitoso de um paladar muito saboroso
Claro que provei que comi e que gostei e posso até te dizer que me senti um rei
Que se pudesse voltaria no tempo talvez amenizasse o teu sofrimento
Elas estão no colégio elas estão no trabalho em todos os lugares em todos os horários
É a chama que incendeia a aranha em sua teia a mais bela sereia o top less na areia
E você pare de beber ponha um cd e hoje à noite nós vamos fazer o quê?
Uma cama dividida acaba com uma vida e cria outras mal concebidas
Vai sair vai se divertir já tem o quê fazer já tem pra onde ir
Agradece a deus fica de joelhos levanta essa cabeça se olha no espelho
Mais uma madrugada uma noite enluarada, e a mulherada daqui não te diz nada
Vai falar com ela veja como é bela sorriu pra você então é aquela!
Aconteceu como tinha que ser... comigo, com ele, e com você...
Dita...
Honorário farto o ano inteiro esperar pelos gringos chegar fevereiro
Febre da selva favela de pedra noite suja nome de guerra
Nossa Senhora Barata Ribeiro tecla virtual quanto puteiro
Banho de espuma que porra nenhuma quem não cheira fuma não se apruma
Ipanema Gávea Barra Leblon promessa de muito ganho pura ilusão
O leão de chácara vai te esperar até o último centavo nada irá sobrar
Tá na resenha da luta ferrenha ponha camisinha não fique prenha
Escravas brancas cabelos louros, escrava negras, boca de ouro
Um anjo um broto que já nasce morto pensamento torto clínica de aborto
Cargo chulo carro de luxo o lucro é pouco mas tem muito custo
Caia na agência, sem experiência rosto bonito dê a preferência
Bunda de saúva você tá uma uva, mas vai ficar viúva cedendo à vulva
Arrebenta o hímen da virgem feliz agora um clitóris de qualquer infeliz
Fetish script boquete internet mundo hi-tech AIDS site kitinetch
Regime detenção semiescravidão na lei do ilegal também tem exploração
O dia inteiro num apartamento o telefone toca a qualquer momento
Direto pro motel fora do bordel sem a proteção do Arcanjo Miguel
Beijo na boca é o que gama o demente na cama ele diz que te ama
Dependente químico paciente clínico usuário do crônico do caixa eletrônico
Quando o corpo murcha você cai na pista dar pra taxista brigar com as bichas
Minissaia preta, vermelho batom em frente à praia azul gás neon
Polícia militar polícia civil faz o que faz e diz que ninguém viu
Meu bem toma cuidado com a playboyzada que quando drogada quer dar porrada
Hoje a sua foto nos classificados logo mais você num bar de viciados
Puta rampeira acordada a noite inteira a mesma choradeira cheia de olheira
Oh! Dita me liga me diga como você tá como é que vai a sua vida?
Dita me liga
Dita me diga
Como vai você
Como é que vai a sua vida?
Eu já não posso mais julgar ninguém o sexo é a sua arma é o que você tem
Eu sei que nunca terá uma justificativa o que no desespero é uma alternativa
A sua amiga diz para sair se divertir vamos curtir! Vai ficar parada aí?
A mente padece a vista perece o corpo fenece a gente falece
Na loja do shopping a grana não via o salário não rendia a maior covardia
Eu ainda tô moço e cachorro quer osso não dá pra viver sem um puto no bolso
Seu tempo é louco e ainda e já é tarde pra estudar esperar faculdade
O segundo grau feito nas cochas nem que a prova fosse tão frouxa
Sua família não pode esperar comidas e roupas contas pra pagar
Você não confiou não acreditou em mim e a sua ansiedade decretou o nosso fim
Com uma dor no peito eu sigo cantando pra que nossa gente continue respirando
Um abraço na minha tia outro na sua irmã a minha Pingalã garanta o seu dia de amanhã
Ouça o meu coração e fique sabendo que por mim você não estaria se vendendo
Eu fiz o que pude o que eu pude eu fiz desculpe se não deu para fazer você feliz
Eu não sei o que é pior eu não queria estar só o caminho mais rápido nunca é o melhor
Tempo perdido vida bandida algo de errado, tendência suicida
Eu perdi você para o dinheiro o que posso dizer cuide bem dela parceiro
Conto urbano poesia urbana criaturas da noite a primeira dama
Santa Rita Escrava Anastácia Escravo de Ogum Santa Engrácia
No antebraço a tatuagem no canto da sala a tua imagem
Mas a que fica na minha lembrança é a daquela garota cheia de esperança
É muito difícil trair os meus princípios com seus artifícios de parco sacrifício
Eu sei como é que é a vida de gente pobre cada um se vira da maneira que pode
E o que a gente capta dessa bravata é que ninguém gosta, todo mundo se adapta
Oh! Dita me liga me diga como você tá como é que vai a sua vida?
Dita me liga
Dita me diga
Como vai você
Como é que vai a sua vida?
A Menina Branca da Piscina...
E faz de tudo para pegar uma cor
Ah, se a água da piscina fosse santa
Se fosse santo esse seu bronzeador
A menina da piscina é muito branca
Mas eu sei o quanto ela quer se queimar
Com o fone no ouvido ela canta
Enquanto passa o seu protetor solar
Eu vou viver no fundo dessa piscina
Eu vou viver alucinado pelo cloro
Eu vou viver bem dentro dessa menina
Eu vou viver dentro de quem tanto choro
A menina da piscina é tão branca
E vê no mar uma bela tatuagem
Subo de escada ou então pulo da prancha
Fico na borda à mercê da sua margem
A menina da piscina é demais branca
Só que tem óculos de sol e viseira
Eu tenho um preto excluído na garganta
Desses que estão cansados de viver à beira
Eu vou viver no fundo dessa piscina
Eu vou viver alucinado pelo cloro
Eu vou viver bem dentro dessa menina
Eu vou viver dentro de quem tanto choro
Amor Internacional...
Ela é portuguesa
E com sua pele alva
Ela parece uma princesa
Ela é do tipo
Que pertence a realeza
Ela é frágil igual cristal
Com sua imponente beleza
Ela diz nem por isso
E a gente fica a toa
E vagamos sem rumo
Nessas ruas de Lisboa
Um drible do Ronaldo
Uma frase do Pessoa
Vamos a Cidade Alta
Pra poder ficar de boa
Eu e ela
Um amor internacional
Eu e ela
Paixão transcontinental
Ela me diz que o Rio é gira
Eu digo que é sensacional
Mas é que por você
Eu vou ficar em Portugal
Ela diz que eu sou fixe
E me leva ao seu castelo
Você minha Desdêmona
Sem ciúme eu sou Otelo
Ela me leva a conhecer
O seu universo paralelo
Ela é verde e vermelho
Eu sou verde e amarelo
Eu atravesso um oceano
Eu atravesso os verdes mares
E quando estamos juntos
Vamos a todos os lugares
Eu a levo a Ipanema
Ela me leva ao Algarve
É então que nosso amor
Vai se espalhar pelos ares