domingo, 4 de dezembro de 2022

A crônica de domingo para Mario Vargas Llosa

Escrever hoje é como falar sozinho no passado. É coisa de doido. Pois são raros os que cultivam o bom hábito da leitura em meio a um mundo de estímulos visuais onde a diversão a imposição da felicidade veloz e explosiva. Gosto de escrever uma crônica aos domingos, pois isto lembra algumas famílias que reunidas aos domingos tomam o seu “breakfast” de pão com mortadela e café com leite antes da feira com pastel e caldo de cana, e o jornal ao lado na cadeira sempre à mão. Famílias de classe média ou classe média baixa. No jornal jogado estão as críticas das novelas, e os seus resumos. Do teatro, cinema, crônicas futebolísticas, políticas, quadrinhos e reportagens. Eu fazia sempre à ronda do Segundo Caderno. Ia na casa de quem assinava O Globo e perguntava: “Posso ficar com o segundo caderno de ontem?”, “Ah, sim. Eu ia deixar para forrar o lugar do cachorro, mas tem suficiente ali…” Mas eu ia escrever um crônica sobre literatura. Eu gostaria de indicar os livros de um escritor que amo e que acho incrível. Ele é um peruano. Ganhou um prêmio Nobel e tudo. Eu não quero saber sobre as suas opiniões políticas ou com quem ele é casado. Mas, os livros desse homem são de humanismo e sensibilidade. Em seus romances ele também denuncia os mandos e desmandos de regimes totalitários. Vou nomear alguns publicados em português. Livros magníficos: “A Guerra do Fim do Mundo.”, “Conversa na Catedral.”, “A Festa do Bode”, “Lituma nos Andes”, “Tempos Duros”, “O Paraíso em outra esquina”, “Batismo de Sangue”, “Travessuaras de uma menina má”, “O Sonho do Celta”, “A Casa Verde”, “O Elogio da Madrasta.” Só para citar alguns. Lembrei dele pois estou com um livro dele que vai na metade e se chama “A Sociedade do Espetáculo”. Um livro que analisa a sociedade em que vivemos. Bom domingo e boas leituras para todos.

sábado, 3 de dezembro de 2022

Assédio

Ela sonhava poder explodir a cabeça daqueles homens tarados. Filhos da puta do caralho que não podiam ver um rabo. Estourar o crânio de um deles com a sua 45 e ver os seus restos escorrendo e o sangue salpicando em seu rosto e nas paredes. Desde criança chamou sempre a atenção por suas nádegas duras e arredondadas, e o seu corpo forjado em simetria com um rosto magnético. E agora como policial não era diferente. Ouvia piadinhas dos colegas e dos bandidos das ruas. Logo que passava eles disfaraçavam para olhar a sua bunda. Negra, o seu ódio aumentava por ser olhada mais com desejo do que com temor. O pai sempre dizia: "Ah, minha pretinha linda..." 

Ele era um fracassado de 45 anos. Fazia parte do lixo branco. Desempregado não tinha gasolina para pôr o carro velho a andar. Professor que não havia aprendido a ganhar dinheiro. Só ensinava uma história de merda obsoleta que não dava futuro a ninguém. Quando decidiu topar o desafio de transportar um quilo de pasta base de cocaína. Antes disso havia tentado de tudo, Big-Brother, sorteios, loteria, jogo do bicho, raspadinhas, e nada. Completar seis anos desempregado com a idade que tinha nem fodendo. País de merda.

Ele suava no ponto de ônibus. A maconha deu uma bad e ao invés de viajar na vibe e acalmar ele ficou paranoico e não podia ouvir uma sirene que tomava susto. A policial no ponto de ônibus parecia olhar para ele. Será que ela sabia de algo? Só poderia ser paranoia sua. O ônibus não vinha, o tempo voava, e o suor havia começado a escorrer... Quando a princesa negra sacou da pistola e arremesou o seu tronco em direção ao carro pondo as algemas nele. O macho adulto branco pensou que era uma emboscada. Ela disse: "O senhor está preso por assédio." 

No trajeto à delegacia eles irão pedir a droga, isto foi o que ele pensou. Vão tentar me subornar. Mas, nada disso aconteceu. Ele teve de vender o carro. Dormiu na cadeia e saiu sob fiança. Não tocaram em sua mochila e ele conseguiu devolver a droga ao traficante. Aquela vida de esperto não era para ele. Nem a humilhação de eterno desempregado. Meteu uma bala na cabeça sem precisar da ajuda de ninguém.


segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Dinamarca com sol

Eu fui buscar o meu tio no Humberto Delgado e a sua euforia petista acabou por me contagiar. Esqueci até que um dia desses eu xingava o Lula. Tio, e o Brasil? Que tal? Aquilo cresce a passos largos agora meu filho! Mas, então, ele ainda nem foi empossado? Isso aí… É só o começo! Imagina quando for… Bolsonaro fez tão mal… Eu podia ouvir a voz de Stefan Zweig a proclamar que o Brasil seria o país do futuro. Vamos pôr esses europeus no chinelo, o meu tio disse. Eu já comecei a imaginar as crianças trocando as armas por livros. E os adultos os carros por bicicletas. Ele me perguntou: “E você, quando volta?” Eu respondi a ele: “Logo assim que o Brasil virar uma Dinamarca com sol.”, “Então falta pouco.” Quase tive um colapso de ansiedade e euforia.


A natureza

A natureza é caótica. Não existe regra para a natureza. Nela tudo é desorganização e acaso. Mesmo quando consegue construir o belo e o funcional. Não há como lutar contra a natureza ou tentar dominá-la. Se você tentar destruir a natureza ela te destrói. Se você tentar dominá-la ela te domina. A natureza não é boa nem má. E a única forma de conviver de maneira harmoniosa com a natureza é aceitando o seu fluxo. Aproveitar o que existe de bom nela, e pôr de volta no lugar.

sábado, 19 de novembro de 2022

Véspera do 20 de novembro

existem muitos negros em determinadas áreas das academias que por força das circunstâncias e incentivo são quase obrigados a estudar questões raciais. não invadindo os campos de atuação daquilo que seria a vida das pessoas de pele mais clara. Se um negro sentir vontade de estudar Shakespeare ou música clássica ele deve fazer isso. não pode ser estranho a ele, da mesma forma que nunca foi estranho para uma pessoa branca estudar as tribos africanas.  pense nisso. sempre que eu vejo um negro como conentarista, principalmente no Brasil, ele está falando sobre raça. Já é difícil o acesso a outras áreas do conhecimento humano se a sua família é de origem pobre, por causa de questões historicas, e blablablá, racismo estrutural.  o negro precisa de grana para se levantar. não de tapinha nas costas. enquanto incentiva a discussão sobre o racismo, o branco ganha o grosso do dinheiro da academia. se um negro quiser ser um astronauta ele tem de poder.

Por exemplo, um político

Existem pessoas que vivem para odiar. Postam o dia todo sobre algo ou alguém que elas não gostam. Por exemplo, um político. Hoje com os avanços da neurociência já sabemos que o algoritmo adora ódio. Pois ele chama mais a atenção do nosso cérebro "gera engajamento". Quem passa o dia todo odiando... por exemplo, um político. Não está fazendo nada além de perpetuar o seu nome e as suas ideias. Até porque conscientizar pessoas pelas redes sociais é uma falácia. Raramente um ser humano muda de opinião. Eu mesmo, às vezes, perco tempo a odiar. Mas, quem odeia, por exemplo, um político. Não sabe que o ódio é paralelo ao amor... e que está numa simbiose e é uno ao seu amor... eterno.

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

A voz de Deus

 - E a política deste país?

- Não sei. Deve estar bem. Da minha parte eu só não quero que mexam no supermercado. Enquanto eu tiver a minha pizza de supermercado, o meu vinho barato, e a minha Netflix... Eu nem quero saber quem está lá, e se é contra isso ou aquilo. Se é de esquerda ou de direita. As pessoas é que acreditam nessas tretas de políticos.

- É... a voz do povo é a voz de Deus!