Escrever hoje é como falar sozinho no passado. É coisa de doido. Pois são raros os que cultivam o bom hábito da leitura em meio a um mundo de estímulos visuais onde a diversão a imposição da felicidade veloz e explosiva. Gosto de escrever uma crônica aos domingos, pois isto lembra algumas famílias que reunidas aos domingos tomam o seu “breakfast” de pão com mortadela e café com leite antes da feira com pastel e caldo de cana, e o jornal ao lado na cadeira sempre à mão. Famílias de classe média ou classe média baixa. No jornal jogado estão as críticas das novelas, e os seus resumos. Do teatro, cinema, crônicas futebolísticas, políticas, quadrinhos e reportagens. Eu fazia sempre à ronda do Segundo Caderno. Ia na casa de quem assinava O Globo e perguntava: “Posso ficar com o segundo caderno de ontem?”, “Ah, sim. Eu ia deixar para forrar o lugar do cachorro, mas tem suficiente ali…” Mas eu ia escrever um crônica sobre literatura. Eu gostaria de indicar os livros de um escritor que amo e que acho incrível. Ele é um peruano. Ganhou um prêmio Nobel e tudo. Eu não quero saber sobre as suas opiniões políticas ou com quem ele é casado. Mas, os livros desse homem são de humanismo e sensibilidade. Em seus romances ele também denuncia os mandos e desmandos de regimes totalitários. Vou nomear alguns publicados em português. Livros magníficos: “A Guerra do Fim do Mundo.”, “Conversa na Catedral.”, “A Festa do Bode”, “Lituma nos Andes”, “Tempos Duros”, “O Paraíso em outra esquina”, “Batismo de Sangue”, “Travessuaras de uma menina má”, “O Sonho do Celta”, “A Casa Verde”, “O Elogio da Madrasta.” Só para citar alguns. Lembrei dele pois estou com um livro dele que vai na metade e se chama “A Sociedade do Espetáculo”. Um livro que analisa a sociedade em que vivemos. Bom domingo e boas leituras para todos.
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