O cara se sente a Greta Thunberg por não imprimir algumas folhas de papel e preservar a natureza. Dá discurso e tudo. Não imprime e não lê. Além disso carrega consigo um Apple Watch, um tablet, e um computador portátil. Ele pensa que essa energia brotou de onde, do nada?
quarta-feira, 9 de novembro de 2022
Qual é a frequência?
A primeira pergunta era: "Qual a frequência da rádio?" Ele entendeu errado e tascou a resposta: "Eu ouço à rádio com alguma frequência." Ela perguntou no grupo de mensagens: "Vocês sabem quando é a frequência?" A frequência aqui tem sentido de prova ou teste. Alguém respondeu: "Não teremos frequência. Esta frequência à qual o professor se refere é a frequência nas aulas." A língua portuguesa e as suas possibilidades de interpretação. A língua não é matemática. É entonação, inflexão, poética, aberta. Então… qual é a sua frequência?
Saber político
Não quero mais saber de política. Encheu o saco. Já deu. Fui. Bocejo ao ouvir o jornal. Votei no PT a minha vida toda até 2018. Fui ao Ele Não. fiz campanha para o Haddad, e quando Bolsonaro entrou acompanhei a política na esperança do impeachment. Não veio. Este último voto por medo de Bolsonaro. Quando puxaram o tapete da Dilma pensei: "Eles que são brancos que se entendam. O Temer era amigo dela..." Gostei das passeatas de 2013. A Petrolândia do Lula aconteceu independente de Mouro. Depois acompanhei na esperança que alguém o expulsasse o Bolsonaro. Não o Lula do Celso Daniel.
Eu vendo todo mundo
Eu vendo todo mundo vendo celular.
Eu vendo todo mundo.
Eu, vendo,
Celular.
Eu, vendo,
Todo mundo.
segunda-feira, 31 de outubro de 2022
Prémio As Três Marias de Odemira
Amigos... Este ano eu tive a sorte de ganhar dois prêmios, um de cinema e agora, o segundo, de literatura. O primeiro prêmio que ganhei com minha arte foi o Novos Autores Fluminenses do Governo do Estado do Rio de Janeiro com o livro Todo Mundo é Jhow! Este ano veio o da Rede de Culturas na categoria Ensino Superior com o prêmio principal do júri para o meu filme Abrantes. E agora me veio este mimo, segundo lugar na modalidade contos do Concurso As Três Marias do Município de Odemira sobre igualdade de Gênero. Uma homenagem a coletânea Novas Cartas Portuguesas. Participei com o conto Maria Cheia de Graça. Um evento promovido pela Câmara de Odemira e pela Comissão de Igualdade de Gênero, com o apoio da Associação de Escritores. Todos foram muito simpáticos (as). Logo que puder voltarei à cidade. Gostei demais da tarde agradável. E obrigado meus amigos e amigas que me incentivam.
terça-feira, 25 de outubro de 2022
Maldito, Michel Houllebecq!
“Viver sem leitura é perigoso. Obriga a pessoa a viver a sua vida, o que comporta realmente muitos riscos.” A Plataforma
Não há nada de novo
na literatura de Michel Houellebecq. Ele apenas está sendo sincero. E
sinceridade é algo que falta em todas as épocas, e não só na literatura.
Mas, em todos os setores da vida. Mentir, assim como correr, fugir, ou se
camuflar... são essenciais para a sobrevivência. É por isso que quando surge um
escritor que tem colhões para dizer a verdade, parte de nós fica boquiaberta, e
a outra parte precisa combatê-lo por causa de sua própria covardia. Leio os
livros de Michel Houellebecq porque não há nada novo no mundo maquiado em que
vivemos. Os escritores têm vivido com muito medo da censura, e da nova onda
puritana que do mundo ocidental. O que impossibilita publicações e
financiamentos. Então pensam cinco vezes antes de escrever com as mãos
trêmulas. Temem ser linchados pelos pinochets, maos, lenins, e hitlers das
redes sociais; que agora empunham a bandeira do bem que oprime a verdadeira
psique humana com o seu lado sombrio e suas fabulações. Michel Houellebecq faz
parte de uma tradição de escritores malditos: Hamsun, Céline, Henry Miller,
John Fante, Bukowski, José Louzeiro, Lima Barreto (em vida), Nelson Rodrigues,
J.D Salinger… e assim como eles, precisa ser extirpado das bibliografias das
academias, movimentos e religiões. A não ser para servir de base para mostrar o
preconceito deles próprios. Maldito, Michel Houellebecq!
domingo, 23 de outubro de 2022
Lula é tão honesto quanto Bolsonaro é cristão
Bolsonaro era um
jovem que desejava explodir a adutora do Guandu no Rio de Janeiro e jogar
bombas em quarteis por melhores salários e condições de trabalho.
Lula era um jovem metalúrgico que liderava uma greve e lutava pelos mesmos
motivos de seu atual oponente em sua respectiva categoria.
Bolsonaro foi preso e expulso do exército após um acordo para sair ileso de
outras sanções. Assim como ele, Lula foi preso. Um por insubordinação e outro
por atos grevistas.
A sorte de
Bolsonaro mudou quando a revista Veja deu a ele espaço para manifestar suas
ideias através de um texto. Ele atingiu em cheio o coração dos militares de
baixa patente e suas famílias.
Lula caiu nas graças da classe média branca hegemônica e intelectual de
esquerda dos cursos de ciências humanas.
Bolsonaro se
manteve na política com a promessa de cuidar dos militares e esta se renovou a
cada mandato seu em mais de vinte anos como um político apagado. O tipo que não
propõe nada e que é irrelevante para a aprovação de projetos.
Lula por sua vez
se manteve como presidente do PT enquanto tentava alcançar o objetivo pessoal e
de seu partido de virar presidente. Durante esse tempo agiu como o homem das
classes populares, mas era usado e usava de sua condição de líder por direito.
Algo que a esquerda instrumentalizada das universidades adora: "O homem do
povo."
Bolsonaro em seus
mandatos se fortaleceu com todos os grupos militares e paramilitares como as
milícias cariocas. Ao ser eleito atacou as pautas dos governos petistas com
discussões voltadas para o povo brasileiro em sua maioria
"moralista". Agradou ao público evangélico que cresceu e virou uma
potência nas urnas.
Bolsonaro é fruto da emergente classe média de ressentidos que viu os
militantes do Partido dos Trabalhadores atacarem aos seus opositores sem
possibilidade de argumentação, como toscos, atrasados, sem estudo e cultura, e
acusados de valores ultrapassados mesmo diante de sua ascensão social. A mesma
metralhadora que fizera vítimas à direita.
Lula fazia o
trabalho sujo. Diferente de Bolsonaro que se esconde atrás do clã familiar e de
comparsas, Lula negociava pessoalmente com banqueiros, pastores e empreiteiros.
E despejava dinheiro em sua militância que reforçava os seus projetos sociais, culturais
e acadêmicos. Sendo quase impossível a aprovação dos que não passassem pelo
crivo da ideologia petista.
Bolsonaro antes
de sua presidência, era um macaco de auditório que em programas de televisão de
segunda categoria repetia a máxima de Sivuca de "que bandido bom é
bandido morto". Ao lado de políticos grotescos como Enéas Carneiro e Afanásio
Jazadji alegrava as tardes de auditórios.
Bolsonaro é uma invenção do Partido dos Trabalhadores como repetem os
analistas. E um alimenta o outro através da divisão do país. Dividir para
enfraquecer. É mais fácil resumir a disputa a um inimigo. Lula nega a corrupção
explícita e vergonhosa da qual foi agente independente dos juízes Sérgios Moros
da vida.
Bolsonaro não
nega a corrupção, pois a sua clientela não se importa com isso, e sim com
questões religiosas e de cunho "moral" para onde ele leva o
adversário. Embora Bolsonaro se for julgado por suas atitudes nunca tenha feito
o sinal da cruz.
Os petistas em
seu fanatismo religioso e no poder concentrado na figura de Lula, tenta
emplacar o anjo caído. É melhor um esquerda corrupta do que uma direita
fascista. Enquanto o líder se contradiz para tentar alcançar as massas e se põe
a favor de preconceitos bolsonaristas, e evita assuntos delicados com medo da
perda de votos. Questões como a descriminalização das drogas, LGBTQI+, e a
perseguição de religiões de matrizes africanas. Embora muitos destes atores
sociais se mantenham firmes em sua base. E por sua vez os bolsonaristas dizem
"que pelo menos ele é cristão". Lula é tão honesto quanto Bolsonaro é
cristão.
A única certeza que
nós temos é que seja qual for o resultado desta eleição a guerra não acaba nas
próximas semanas.