“Viver sem leitura é perigoso. Obriga a pessoa a viver a sua vida, o que comporta realmente muitos riscos.” A Plataforma
Não há nada de novo
na literatura de Michel Houellebecq. Ele apenas está sendo sincero. E
sinceridade é algo que falta em todas as épocas, e não só na literatura.
Mas, em todos os setores da vida. Mentir, assim como correr, fugir, ou se
camuflar... são essenciais para a sobrevivência. É por isso que quando surge um
escritor que tem colhões para dizer a verdade, parte de nós fica boquiaberta, e
a outra parte precisa combatê-lo por causa de sua própria covardia. Leio os
livros de Michel Houellebecq porque não há nada novo no mundo maquiado em que
vivemos. Os escritores têm vivido com muito medo da censura, e da nova onda
puritana que do mundo ocidental. O que impossibilita publicações e
financiamentos. Então pensam cinco vezes antes de escrever com as mãos
trêmulas. Temem ser linchados pelos pinochets, maos, lenins, e hitlers das
redes sociais; que agora empunham a bandeira do bem que oprime a verdadeira
psique humana com o seu lado sombrio e suas fabulações. Michel Houellebecq faz
parte de uma tradição de escritores malditos: Hamsun, Céline, Henry Miller,
John Fante, Bukowski, José Louzeiro, Lima Barreto (em vida), Nelson Rodrigues,
J.D Salinger… e assim como eles, precisa ser extirpado das bibliografias das
academias, movimentos e religiões. A não ser para servir de base para mostrar o
preconceito deles próprios. Maldito, Michel Houellebecq!
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