sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Ilha de Edição

Waly Salomão disse: "A memória é uma ilha de edição." Estou aqui trancado numa igual àquela personagem do filme Doces Poderes de Lúcia Murat que edita as campanhas políticas ou o narrador do livro Pornopopeia de Reinaldo Moraes. É verdade, montamos tudo na nossa cabeça, o passado, e cada frase  que vamos dizer. Quando chego ao ponto de escrever já pensei diversas vezes sobre o assunto. Tenho a Síndrome do Pensamento Acelerado, TDAH e ansiedade. Os meus olhos são câmeras e os meus ouvidos gravadores. Por isso que o ritmo da minha montagem é igual ao de Vertov em O Homem da Câmera de Filmar, e o de Godard em O Acossado, e a linguagem videoclipe. Gosto das redes sociais porque trabalham com colagens de imagens, apropriação, e found footage. Mas eu queria mesmo era gravar ao invés de escrever, porque eu falo como escrevo, e a única diferença da fala para a escrita é o tempo. Pensamos- falamos. Pensamos-repensamos-escrevemos. Não consigo gravar com o celular por causa da pontuação... o texto saí todo errado. Alguns clássicos foram ditados por seus autores. Quando conseguir isso vou escrever ao caminhar como já faço.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Vício é vício

A agressividade é inerente ao ser humano e precisa ser canalizada. É por isso que muitos adoram filmes violentos, sadomasoquismo e lutas. A maioria vê um lutador matar o outro e vai dormir satisfeito sem precisar estrangular o chefe na segunda-feira. Outros, não. Antigamente os videogames precisavam de televisão. Se você fosse classe média baixa ia ter de disputar à tevê com adultos que desejavam assistir à novela ou o jornal. Mesmo assim os aparelhos esquentavam e começava o cheiro de queimado. A ficha do fliperama custava dinheiro. Hoje os telemóveis estão nos bolsos e os computadores portáteis nas mochilas. Todo mundo evita lugares sem Wi-Fi. E não existe nada melhor do que um filho quieto. Um estudioso acredita que o número de psicopatas cresceu nos Estados Unidos em decorrência dos traumas da guerra e do aumento da fascinação pela violência exibida no cinema. O normal das famílias hoje em dia é ter gente viciada em pornografia, redes sociais, e jogos. Mesmo que não admita. O nosso cérebro não estava preparado para a internet, creem alguns neurocientistas, é muito estímulo, vicia. A indústria dos jogos movimenta milhões e agora faz parte da cultura. Todo mundo joga. Os governos fazem vista grossa com a regulamentação para não perderem as suas fatias. Vício é vício, e vício rouba tempo, atrapalha o desenvolvimento, e põe ideias na cabeça de quem têm poucas. Sejam elas; fazer sexo com crianças, roubar para comprar crack, ou explodir uma escola.

Se liga, malandragem

Se liga malandragem, o racista homofóbico machista que você tem que temer não é o Trump ou o Bolsonaro, desses vocês já sabe o que esperar. Você tem que temer é esse lobo em pele de cordeiro que está ao seu lado, sugando o seu sangue, ganhando dinheiro com o seu sofrimento, fazendo projetos, angariando votos, querendo que você bata sempre na mesma tecla enquanto ele se adianta com os seus projetos acadêmicos, artísticos, e políticos, e você fica aí parado dando o seu sangue na favela enquanto ele volta para a sua casa aconchegante de carro. Se liga!

Preciso Repetir

Não sou escritor de periferia. Sou escritor e cantor, assim como Chico Buarque de Holanda, que não é escritor de àrea nobre. Mas apenas, escritor. Embora escreva muito sobre a periferia em minhas músicas e livros. Sou cineasta, assim como Woody Allen não é um cineasta branco, eu não sou um cineasta negro, eu sou um cineasta. Sou ator, e negro, assim como Morgan Freeman, não sou um ator negro, embora fale sobre negritude e combata o racismo. E sou um pensador, e não me sinto na obrigação de falar sobre filosofia negra que vocês incentivam porque não querem dividir o bolo com pessoas que julgam serem inferiores em seus espaços, e que espaços!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Monark

O Monareta-Monark é um semianalfabeto que nunca leu nem o Harry Potter, mas mantinha a maior audiência do Brasil e carregava na testa o rótulo de inteligente. Assim como o seu avô, o Olavo de Caralho, que o Diabo o tenha, também falava para supostos inteligentes igual às funkeiras que vivem de suas bundas deliciosas e são símbolo da esquerda e do feminismo porque xingaram o Bolsonaro no Twitter inspiradas por suas amigas patricinhas da Globo que nunca puseram a cara na rua e são militantes virtuais como diria o Fat Joe: "Eu vejo mais o Michael Jackson na quebrada do que você." Temos um rapazola criado a leite com pera que era da Jovem Pânico e o vi bater no peito e dizer que era editor do Olavo de Caralho. Defendia o Bolsonaro até que isso passou a ser de mal gosto. Agora é da Band onde tem um bolsonarismo mais clean, lembra da reunião: "O cara da Band está aqui atrás de dinheiro…" E o Datena quase infartou ao vivo, coitado, lembra? Então, esse rapagão agora é isento e fala da Lapa, Santa Teresa, e samba de raiz e só falta aparecer com uma camisa do Lula Molusco. Não sou a favor de cancelamentos porque julgamentos no calor da história não são confiáveis. As empresas fazem isso por causa da dinâmica do capitalismo, apenas. O povo boicota quem quiser. Eu mesmo sou cancelado em em pequeno cosmos por expressar as minhas opiniões. O que me impressiona é um idiota desses ter esse número de seguidores. Embora não creia que manifestar os seus preconceitos e a sua violência, como os americanos acreditam, seja sinônimo de liberdade. E é isso que eles querem levar para o Brasil. Michael Moore diz: "Meu país, o país dos idiotas", e eu complemento: "Com o maior deles no poder."

Matar Bolsonaro

Mais gente morando na rua, desemprego, fome, miséria, e violência. Misturou Bolsonaro com COVID. Uma porção de gente que eu conhecia de todas as idades morreu das mais variadas formas. Com certeza boa parte em decorrência do stress, ansiedade, sequelas do vírus; e os assassinados de sempre. Mais sofrimento, aumento de drogas (sobretudo álcool), má alimentação, e péssimo serviço de saúde. Nunca tantos conhecidos morreram doente com tão pouca idade. O brasileiro não liga porque é apático. Fico deprimido rezando por minha família. Se esse povo pensasse como eu, ele iria esquartejar o Bolsonaro em praça pública, e sambar sobre o seu corpo, antes de ir atrás dos outros.

Guerra ortográfica

Sobre essa guerra do acordo ortográfico Brasil-Portugal… pessoal, vós relaxai. Até porque a opinião de vocês e nada é a mesma coisa. Os homens da lei bateram o martelo faz tempo. Sabemos que não dominá-lo-emos; o angolano, português ou brasileiro. Continuem falando ou a falar o inglês mequetrefe que conhecem, e nos deixem em paz. A língua é viva, como dizem os linguistas. E nós mal conhecemos o teor semântico dessa discussão. Assinado: homem do povo, semiletrado, falante de português das arábias.