terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Monark

O Monareta-Monark é um semianalfabeto que nunca leu nem o Harry Potter, mas mantinha a maior audiência do Brasil e carregava na testa o rótulo de inteligente. Assim como o seu avô, o Olavo de Caralho, que o Diabo o tenha, também falava para supostos inteligentes igual às funkeiras que vivem de suas bundas deliciosas e são símbolo da esquerda e do feminismo porque xingaram o Bolsonaro no Twitter inspiradas por suas amigas patricinhas da Globo que nunca puseram a cara na rua e são militantes virtuais como diria o Fat Joe: "Eu vejo mais o Michael Jackson na quebrada do que você." Temos um rapazola criado a leite com pera que era da Jovem Pânico e o vi bater no peito e dizer que era editor do Olavo de Caralho. Defendia o Bolsonaro até que isso passou a ser de mal gosto. Agora é da Band onde tem um bolsonarismo mais clean, lembra da reunião: "O cara da Band está aqui atrás de dinheiro…" E o Datena quase infartou ao vivo, coitado, lembra? Então, esse rapagão agora é isento e fala da Lapa, Santa Teresa, e samba de raiz e só falta aparecer com uma camisa do Lula Molusco. Não sou a favor de cancelamentos porque julgamentos no calor da história não são confiáveis. As empresas fazem isso por causa da dinâmica do capitalismo, apenas. O povo boicota quem quiser. Eu mesmo sou cancelado em em pequeno cosmos por expressar as minhas opiniões. O que me impressiona é um idiota desses ter esse número de seguidores. Embora não creia que manifestar os seus preconceitos e a sua violência, como os americanos acreditam, seja sinônimo de liberdade. E é isso que eles querem levar para o Brasil. Michael Moore diz: "Meu país, o país dos idiotas", e eu complemento: "Com o maior deles no poder."

Matar Bolsonaro

Mais gente morando na rua, desemprego, fome, miséria, e violência. Misturou Bolsonaro com COVID. Uma porção de gente que eu conhecia de todas as idades morreu das mais variadas formas. Com certeza boa parte em decorrência do stress, ansiedade, sequelas do vírus; e os assassinados de sempre. Mais sofrimento, aumento de drogas (sobretudo álcool), má alimentação, e péssimo serviço de saúde. Nunca tantos conhecidos morreram doente com tão pouca idade. O brasileiro não liga porque é apático. Fico deprimido rezando por minha família. Se esse povo pensasse como eu, ele iria esquartejar o Bolsonaro em praça pública, e sambar sobre o seu corpo, antes de ir atrás dos outros.

Guerra ortográfica

Sobre essa guerra do acordo ortográfico Brasil-Portugal… pessoal, vós relaxai. Até porque a opinião de vocês e nada é a mesma coisa. Os homens da lei bateram o martelo faz tempo. Sabemos que não dominá-lo-emos; o angolano, português ou brasileiro. Continuem falando ou a falar o inglês mequetrefe que conhecem, e nos deixem em paz. A língua é viva, como dizem os linguistas. E nós mal conhecemos o teor semântico dessa discussão. Assinado: homem do povo, semiletrado, falante de português das arábias.

Extrema-esquerda versus extrema-direita

Eu gosto dessa análise que diz que a extrema-esquerda viu que não poderia vencer o capitalismo, abandonou a sua opção pelos pobres, e começou a radicalização do seu discurso ideológico. Impulsionou seus inimigos. Tudo que era nazista de armário limpou o pó da lapela, aparou os pelos das narinas, e veio à tona. Agora nós temos que aturar todos os tipos de aberrações e os fascistas cada vez mais subindo no poder por todo o canto. A extrema-esquerda continua onde sempre esteve, nos bares bebendo cerveja, e nos departamentos de humanas espalhados pelo mundo mordiscando bolsas. A diferença é que agora temos de aturar esses racistas da extrema-direita por todo canto, e com as redes sociais isso virou um inferno. E nós que não temos nada com isso, ficamos no meio desse fogo cruzado, e temos de ver parte dos nossos impostos irem para o bolso de gente que nos odeia.

Nós, os verdadeiros artistas

Nós, os românticos do século XIX, e polímatas da Renascença, somos raros e odiados por 99,9 por cento dos autômatos desde que o samba é samba. Como a maioria deles não consegue amar nada tão intensamente além do dinheiro, eles pensam que nós somos vagabundos ou que apenas queremos aparecer. Na verdade nós somos um bando de lunáticos dedicados a viver integralmente para o seu amor. É por isso que quando alguém põe o pé na minha frente para que eu possa cair, eu vou para casa, choro de ódio, bebo vinho, bato com a cabeça na parede, tomo remédio, falo com a minha terapeuta, vou dormir, e no outro dia estou bem. Até porque descobri que a minha arrogância é mais forte do que qualquer prepotência, e depois de trinta anos de sofrimento, o chão se torna macio igual veludo. Ali embaixo eu deito, cruzo as pernas, aproveito à paisagem, olho para o céu, descanso um pouco, e depois sigo em frente.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Rapaz congolês

Ainda sobre o impacto da morte do rapaz congolês ao ouvir às notícias soube que ele morava nas 5 Bocas em Brás de Pina. Quebrada com a qual tínhamos alguma intimidade, e que até um dia desses estava sofrendo com extremistas cristãos, impulsionados provavelmente por Bolsonaro, pastores de extrema-direita e o se fetiche com a bandeira de Israel, segundo notícias que me chegam, como diria o ilustre Sérgio Cabral Filho. Sobre o sofrimento de sua pátria, e com as terríveis colonizações, ele citou ainda o clássico Coração das Trevas, de Joseph Conrad, que inspirou o filme Apocalipse Now de Francis Ford Copolla, e que é um dos meus livros preferidos. E acrescento à lista O Sonho de Celta de nosso orgulho latino Mario Vargas Llosa, e que nós lemos recentemente aqui em casa. Outra coisa que eu não sabia, era que o quiosque demoníaco levava o nome da nossa querida Tropicália, e que entre os agressores, havia, só para variar, gente das nossas violentas forças de insegurança. E não posso esquecer dos milhares de linchamentos e execuções com os quais não aprendi a conviver.

Escrevo porque preciso

 Ainda havia café, pão com manteiga, arroz, feijão e ovo. A casa cheirava à morte, solidão e carestia. Todo mundo tinha ido embora e eu dormia no chão frio em cima de um lençol com o qual tentava me cobrir. Esqueceram um computador velho com algumas teclas faltando e sem internet. Eu olhava para ele e pensava: “O que posso fazer com isso?” Então escrevi o meu primeiro romance. E lembrei… Shakespeare escrevia por encomenda para sobreviver. Balzac com os credores à sua porta. Dostoiévski, idem. Salinger no campo de batalha. James Joyce com dores terríveis nas costas. Céline com dores, e zumbido no ouvido, mal conseguia dormir por causa das sequelas da guerra. O apagado Proust, como o descreveram, escreveu sua obra numa cama convalescendo. John Fante já debilitado e amputado por causa do diabetes, cego, ditava para a esposa. Lima Barreto bêbado e ignorado pelos baluartes da literatura brasileira, escrevia no hospício. Bukowski, alcoólatra convicto dizia que escrevia para não enlouquecer. Henry Miller esmolava em Paris. Nietzsche sentia dores inimagináveis a maior parte do ano, e ignorado pagou de seu bolso suas últimas edições. Esses são os meus heróis. Dificuldades não são pedras de tropeço, e sim gasolina para a minha inspiração. Eu não escrevo porque eu quero. Eu escrevo porque eu preciso.