segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Saudade da minha mãe

Hoje eu fui tomar a terceira dose lembrei da minha mãe tímida puxando àquele garotinho tímido pelas ruas de Caxias. Se fechar os olhos consigo visualizar o cartãozinho de vacinação com os quadrados informando quais foram tomadas. Não tomar uma vacina naquele tempo poderia deixar uma pessoa deficiente por causa da paralisia infantil. Antigamente as vacinas tinham alguma reação. Era normal. Ninguém ligava. Saudades da minha mãe... ela só estudou até à antiga quinta série, mas foi em colégio de freiras. Saiu por causa da matemática. Minha mãe possuía uma letra impecável em se caderno de orações. Eles tinham uma caligrafia linda antigamente, o sujeito precisava estudar mesmo, caso não, não conseguia passar de ano. Haviam ditados, era preciso saber ler... que saudade da minha mãe! Por falar em vacinas... eu lembro de uma geração inteira que foi dizimada pela AIDS, tanta gente bacana. Hoje em dia a ciência faz com que os seus portadores vivam mais e melhor, por isso muita gente nem liga para usar camisinha, pois não vê gente morrendo à sua frente como nos vimos. Voltando à minha mãe, que saudade!

Senso de socialização

Você conhece o Nelo? Ele era um rapaz comum como qualquer um de nós. Ia trabalhar de dia, à noite à escola, e passava boa parte do tempo livre em frente ao computador. Quando o tal colega de classe convidou o Nelo para uma daquelas reuniões. No início ele achou tudo meio esquisito, e o pessoal com ideias bastante radicais. Mas agora tinha onde ir aos sábados, conquistou amigos, uma namorada, e principalmente àquele grupo social onde foi acolhido. Assim Nelo virou quem é hoje, por causa desse senso de socialização. As crenças e ideologias ajudaram Nelo na afirmação de sua personalidade, e criaram a justificativa para a sua vida. Em alguns momentos ele nem acredita no que está dizendo, mas diz assim mesmo. Fico feliz por Nelo ter encontrado a si mesmo.

Bom Aluno

Um bom aluno (a) não sabe escrever corretamente; não frequenta às aulas, e quando vai à escola, ele abre no joguinho ou nas redes sociais e fica em silêncio, pois aprendeu que os professores em sua maioria não gostam de sabichões que fazem perguntas ou observações. Um bom aluno é bem relacionado com seus colegas; principalmente os mais vagabundos, ele entendeu que são eles que irão assinar o seu nome nas listas de presença e trabalhos em que não se fez presente, então mesmo que goste de outras drogas, ele paga muita cerveja para esse pessoal que adora essa bebida mais do que tudo. Quando chega no ensino superior, o bom aluno adota as mesmas convicções, gostos, e preferências de seus professores, o que é determinante para o sucesso de sua carreira acadêmica. O bom aluno sabe algo que ninguém sabe, que seu futuro acadêmico depende da sorte de conquistar a simpatia dos professores.

Políticos Brasileiros

Perdi uma amizade de infância por causa das minhas opiniões sobre os políticos brasileiros. Se eu for dizer o que eu penso dos políticos brasileiros de esquerda, direita, centro, cantinho... não me sobra um amigo. E ainda existem alguns portugueses surtados que defendem políticos brasileiros. Choram e tudo assistindo documentários. Iguais muitos brasileiros que fazem isso, e nunca pisaram na Baixada ou no cu das favelas cariocas. Só conhecem favela gourmet com grupinhos de artistas e ONGs como guias. Estou falando de esgoto, ratos do tamanho de gatos, barraco de madeira, e chão de terra. Invasões. Nunca sentiram o aroma fétido da violência, da fome, e da miséria. Garganta eu também tenho. Eu quero ver fazer trabalho em presídio com assassinos, limpar feridas de mendigo, dar banho em criança pestilenta, lavar bunda de velho... Ser militante de Facebook eu também sou. Ganhar dinheiro para fazer projeto social e se promover é mole. Se me derem uma grana eu vou na hora. É só dizerem quanto.Perdi uma amizade de infância por causa das minhas opiniões sobre os políticos brasileiros. Se eu for dizer o que eu penso dos políticos brasileiros de esquerda, direita, centro, cantinho... não me sobra um amigo. E ainda existem alguns portugueses surtados que defendem políticos brasileiros. Choram e tudo assistindo documentários. Iguais muitos brasileiros que fazem isso, e nunca pisaram na Baixada ou no cu das favelas cariocas. Só conhecem favela gourmet com grupinhos de artistas e ONGs como guias. Estou falando de esgoto, ratos do tamanho de gatos, barraco de madeira, e chão de terra. Invasões. Nunca sentiram o aroma fétido da violência, da fome, e da miséria. Garganta eu também tenho. Eu quero ver fazer trabalho em presídio com assassinos, limpar feridas de mendigo, dar banho em criança pestilenta, lavar bunda de velho... Ser militante de Facebook eu também sou. Ganhar dinheiro para fazer projeto social e se promover é mole. Se me derem uma grana eu vou na hora. É só dizerem quanto.

domingo, 23 de janeiro de 2022

Big Brother Brasil

Quando as vendas de livros despencam no Brasil, as livrarias brasileiras já sabem; começou um novo Big Brother. Quando o programa termina, elas disparam tanto que fica até difícil manter o estoque.

Saudades dos meus livros

As pessoas estão nos aparelhos. Os lugares nas fotos e vídeos. Mas sinto saudade dos meus livros. Deixar uma biblioteca para trás é abandonar uma vida. Obras escolhidas à coração. Selecionadas durante décadas. Coleções de escritores fisgadas milimetricamente em sebos obscuros e empoeirados de vários lugares. Conseguidas à custa de muita disposição. Toda a linhagem artística à qual parte pertenço. E nenhuma frase sobre eles. Não sei se serviram a alguém, se foram lidos, queimados, vendidos, ou simplesmente abandonados por falta de espaço. Não vou conseguir superar esta perda. Sinto saudade deles ao meu lado. Eu abria um que havia relido diversas vezes, e era feliz. Numa época em que gente que não gosta de ler queima livros com a desculpa de não querer queimar árvores... Pressinto que por mais errante que seja, terei de carregar uma bibliografia comigo. Embora afeito aos exemplares virtuais, penso que tenho de arrastar um baú por aí, como fazia Nietzsche.

Pessoas diferentes parâmetros diferentes

Não vou julgar a minha filha caçula, música, e maconheira, como julgo a primogênita matemática e abstêmia com quem tenho mais afinidades. Pessoas diferentes, parâmetros diferentes. Não podemos ser vítimas de nossas simpatias. Não posso promover a funcionária menos capaz, só porque ela tem um rabo e uma estampa bonita, e não fui com a cara da velhota, feiosa, e caxias. Não vou privilegiar determinado aluno porque ele tem inclinações parecidas com as minhas, e o outro prefere aquela abordagem que eu não aprovo. É preciso perceber o esforço, trabalho, estudo, e fundamento. É dificílimo. Isso não se aprende na escola. Mas é hora de começar a ser ensinado, pois tem muito doutor cometendo erros que pertencem à nossa natureza, mas se reconhecidos, podem ser alterados. Formamos opiniões muito rápidas sobre as pessoas, e que na maior parte das vezes não condizem com a realidade. Caso contrário, fica algo assim, não vou com a cara desse cara, porque ele não torce para o mesmo time que eu, pertence ao mesmo partido, ou segue o que eu acredito.