domingo, 23 de janeiro de 2022

Big Brother Brasil

Quando as vendas de livros despencam no Brasil, as livrarias brasileiras já sabem; começou um novo Big Brother. Quando o programa termina, elas disparam tanto que fica até difícil manter o estoque.

Saudades dos meus livros

As pessoas estão nos aparelhos. Os lugares nas fotos e vídeos. Mas sinto saudade dos meus livros. Deixar uma biblioteca para trás é abandonar uma vida. Obras escolhidas à coração. Selecionadas durante décadas. Coleções de escritores fisgadas milimetricamente em sebos obscuros e empoeirados de vários lugares. Conseguidas à custa de muita disposição. Toda a linhagem artística à qual parte pertenço. E nenhuma frase sobre eles. Não sei se serviram a alguém, se foram lidos, queimados, vendidos, ou simplesmente abandonados por falta de espaço. Não vou conseguir superar esta perda. Sinto saudade deles ao meu lado. Eu abria um que havia relido diversas vezes, e era feliz. Numa época em que gente que não gosta de ler queima livros com a desculpa de não querer queimar árvores... Pressinto que por mais errante que seja, terei de carregar uma bibliografia comigo. Embora afeito aos exemplares virtuais, penso que tenho de arrastar um baú por aí, como fazia Nietzsche.

Pessoas diferentes parâmetros diferentes

Não vou julgar a minha filha caçula, música, e maconheira, como julgo a primogênita matemática e abstêmia com quem tenho mais afinidades. Pessoas diferentes, parâmetros diferentes. Não podemos ser vítimas de nossas simpatias. Não posso promover a funcionária menos capaz, só porque ela tem um rabo e uma estampa bonita, e não fui com a cara da velhota, feiosa, e caxias. Não vou privilegiar determinado aluno porque ele tem inclinações parecidas com as minhas, e o outro prefere aquela abordagem que eu não aprovo. É preciso perceber o esforço, trabalho, estudo, e fundamento. É dificílimo. Isso não se aprende na escola. Mas é hora de começar a ser ensinado, pois tem muito doutor cometendo erros que pertencem à nossa natureza, mas se reconhecidos, podem ser alterados. Formamos opiniões muito rápidas sobre as pessoas, e que na maior parte das vezes não condizem com a realidade. Caso contrário, fica algo assim, não vou com a cara desse cara, porque ele não torce para o mesmo time que eu, pertence ao mesmo partido, ou segue o que eu acredito.

Caetanos

Existem três Caetanos: o que experimenta, o que interpreta músicas de outros estilos e artistas, e o Caetano que criou o seu próprio estilo e que é uma mistura dos dois Caetanos acima. Esse disco novo pertence ao terceiro Caetano. De todos os Caetanos os melhores. 

Verbo Coisar

Ô coisa, ô coisinha!

É hora de coisar...

vamos coisando.

Sem coisificar ninguém!

Os animais e as redes sociais

Tudo que é gatinho e cachorrinho de estimação que me segue eu sigo de volta. Eles são legais. Não vejo a hora do resto da bicharada aderir às redes sociais. Imagina quando chegarem os gados, bois, touros, vacas, piranhas, cobras, víboras-cornudas, jararacas, ovelhas, cabritas, ratos, porcos, cavalos, antas, burros, e papagaios... serei amigo de todos! Pois eu me sinto à vontade com eles.

sábado, 22 de janeiro de 2022

As vozes do Nelson Rodrigues

As vozes do Nelson Rodrigues não me deixam dormir. Medo de quê, carambolas? Medo de quê! Uma que é assim, assim. Na rua tal, número tal. Palpite... Não dá palpite! É batata? Batatíssima! Pela minha palavra de honra! Não, o brasileiro não... o brasileiro é pacifico! Não faz drama! Para que tanto drama? Eu ainda serei um Otto Lara Resende... Rapaz... dá bico em barriga de mulher grávida, mas não se mete com os pederastas! A pederastia no Brasil é uma potência! Só eu não como ninguém! Eu odeio esse homem! A mijada é como o ato sexual. O maior enterro que o Brasil teve foi o do Barão do Rio Branco, ah, sim, foi sim. Quem não morreu com a espanhola? O Abdias olha para a gente como se ele fosse o único negro que ainda não foi surrado pelos brancos. A grã fina das narinas de cadáver, o padre de passeata, a esquerda festiva, o crioulo sem dentes com a camisa do Flamengo, o crioulo do Chicabom entendiado diante a nudez feminina na praia, o cretino fundamental, o canalha, o brasileiro é um cafajeste! o Palhares, aquele que não respeita nem as cunhadas. É preciso ter paixão até para chupar um Chicabom. As estudantes do Pedro II. Amantes... nunca as teve! O Manuel Bandeira disse: "Não façam pães, construam pirâmides, mas o que é o Manuel Bandeira senão uma pirâmide de confeitaria?" O sujeito não precisa ser nenhum Goethe para saber que o Nelson Rodrigues é o maior escritor brasileiro de todos os tempos.