terça-feira, 18 de janeiro de 2022
Tanto esforço por nada
segunda-feira, 17 de janeiro de 2022
Tédio Pandêmico
Neurótico em recuperação
Boa noite. Eu sou um neurótico em recuperação, e também faço parte desta irmandade. Preciso controlar a minha raiva. Já botei pra fora todos os capetas e demônios que habitavam o meu corpo, frequentei sessões de descarrego, passei um tempo agradável num SPA psiquiátrico, e outro numa pousada de reabilitação. Eu me confessei, meditei, fiz análise, e tomei remédios. Todo mundo disse: "Depois, você vai ficar melhor..." Mentira deslavada! Não fica! Você piora quando lhe tiram os seus brinquedinhos. Tire o doce da boca de uma criança e você vai ver a face da besta! Olhei no espelho e estava nu. Não foi bonito o que vi. Estávamos eu, a culpa, a mágoa, e o ressentimento. Espelho é lugar onde filho chora e mãe não vê. Travesseiro é testemunha ocular. Pro inferno tudo isso! Vinte quatro horas de paz e serenidade para todos.
Cuidados, médicos!
O Máquina de Escrever
O seu hobby é um tanto exótico... Ninguém lê mais nem as tirinhas do Planeta Diário! Exibe o peitoral, nele está contido o seu histórico de atleta! Quem sabe a Penthouse te convida para fazer umas fotos com o Jair Bolsonaro? Prefiro escrever, digo. Pois eu sou tímido e espalhafatoso, igual o Caetano. Espero não incomodar. Não incomoda, não. Só é estranho. Você acredita que eu paro no meio da rua para escrever bobagens como esta? Eu sou o máquina de escrever...
domingo, 16 de janeiro de 2022
O mocinho morre no final
Começo imprevisível, final inexequível.
Para aquele que fica, o roteiro aqui é crível.
Não há nada de novo, nada de diferente.
Apenas um corpo a mais, caído em meio a toda gente.
O ouro e a prata, viram o cobre e a lata.
E o cão de raça, um famoso vira-lata.
Ontem o piloto de fuga, com o carro mais possante.
Hoje é só um meliante, autuado em flagrante.
Na estória onde o mocinho, morre, morre, no final.
Não há glamour nenhum, em ser capa de jornal.
No twist, no clímax, existe uma grade.
Um sonho de liberdade, um choro de saudade.
E o que fica, como uma herança.
Esse pranto de mãe, esse choro de criança.
Muda o artista, muda o roteirista.
O retrato é o mesmo, mudem o ponto de vista.
Só não é possível, mudar o cenário.
Sempre tem um mercenário, sonhando ser um milionário.
Na estória onde o mocinho, morre, morre, no final.
Não há glamour nenhum, em ser capa de jornal.
No twist, no clímax, existe uma grade.
Um sonho de liberdade, um choro de saudade.
Molly e Musa
Molly saiu sábado à noite à procura de fazer amorzinho gostoso. Na festa conheceu Musa, uma linda travesti, feminina, e gostosinha. Elas fizeram amorzinho gostoso, e Molly ficou apaixonada.
Molly queria uma parceira, libidinosa, mas que fosse fiel a ela. Musa desejava alguém gentil e romântico. Molly ligou e mandou flores.
Elas faziam amorzinho gostoso todos os dias; na cama, no banheiro, o que deixou Molly apaixonada. De joelhos ela pediu Musa em casamento.
Passada a lua de mel, Musa descobriu que Molly soltava gases, roncava e urinava no assento sanitário. Além de sentir-se excitada por uma garçonete.
Molly, por sua vez, descobriu que Musa não tinha tanta libido como parecia, e que agora vivia indisposta, com dor de cabeça, e nem sempre gostava de festas.
Elas se separaram, casaram muitas vezes, e ainda estão em busca da pessoa ideal.