segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Cuidados, médicos!

Caso você não seja médico, e precise usar a roupa branca por algum motivo, tenha cuidado para não ser confundido com um médico. Pois a maior parte da população brasileira está com um ódio mortal dos médicos. Puseram na cabeça que são os médicos que transmitem a doença e não o vírus. Agora se você é médico, não deixe que ninguém saiba onde mora. Ande à paisana e não comente sobre a sua profissão. Esqueça o orgulho de ser doutor. Não importa se é um geriatra ou pediatra, você é médico, e está a serviço dos chineses e dos laboratórios que desejam inserir um chip nos pobres para matá-los de fome, roubar o seu dinheiro e acabar com o Carnaval. Mas a melhor maneira de se prevenir dos linchamentos e das excussões públicas ainda é mudando de profissão.

O Máquina de Escrever

O seu hobby é um tanto exótico... Ninguém lê mais nem as tirinhas do Planeta Diário! Exibe o peitoral, nele está contido o seu histórico de atleta! Quem sabe a Penthouse te convida para fazer umas fotos com o Jair Bolsonaro? Prefiro escrever, digo. Pois eu sou tímido e espalhafatoso, igual o Caetano. Espero não incomodar. Não incomoda,  não. Só é estranho. Você acredita que eu paro no meio da rua para escrever bobagens como esta? Eu sou o máquina de escrever...

domingo, 16 de janeiro de 2022

O mocinho morre no final

Começo imprevisível, final inexequível.

Para aquele que fica, o roteiro aqui é crível.

Não há nada de novo, nada de diferente.

Apenas um corpo a mais, caído em meio a toda gente.

O ouro e a prata, viram o cobre e a lata.

E o cão de raça, um famoso vira-lata.

Ontem o piloto de fuga, com o carro mais possante.

Hoje é só um meliante, autuado em flagrante.


Na estória onde o mocinho, morre, morre, no final.

Não há glamour nenhum, em ser capa de jornal.

No twist, no clímax, existe uma grade.

Um sonho de liberdade, um choro de saudade.


E o que fica, como uma herança.

Esse pranto de mãe, esse choro de criança.

Muda o artista, muda o roteirista.

O retrato é o mesmo, mudem o ponto de vista.

Só não é possível, mudar o cenário.

Sempre tem um mercenário, sonhando ser um milionário.


Na estória onde o mocinho, morre, morre, no final.

Não há glamour nenhum, em ser capa de jornal.

No twist, no clímax, existe uma grade.

Um sonho de liberdade, um choro de saudade.

Molly e Musa

 Molly saiu sábado à noite à procura de fazer amorzinho gostoso. Na festa conheceu Musa, uma linda travesti, feminina, e gostosinha. Elas fizeram amorzinho gostoso, e Molly ficou apaixonada.

Molly queria uma parceira, libidinosa, mas que fosse fiel a ela. Musa desejava alguém gentil e romântico. Molly ligou e mandou flores.

Elas faziam amorzinho gostoso todos os dias; na cama, no banheiro, o que deixou Molly apaixonada. De joelhos ela pediu Musa em casamento.

Passada a lua de mel, Musa descobriu que Molly soltava gases, roncava e urinava no assento sanitário. Além de sentir-se excitada por uma garçonete. 

Molly, por sua vez, descobriu que Musa não tinha tanta libido como parecia, e que agora vivia indisposta, com dor de cabeça, e nem sempre gostava de festas.

Elas se separaram, casaram muitas vezes, e ainda estão em busca da pessoa ideal.

sábado, 15 de janeiro de 2022

Enfim, a consagração

Acreditem nos seus sonhos... Você conhece a MC Bandida? E o MC Delano? Ela é uma homenagem à personagem do seu livro e ele às suas músicas. Era o Cachorrão que me ligava às dez horas da manhã direto de um baile funk. Corri para a internet e quando vi quem eles eram saí pulando pela casa. Já comecei a imaginar a MC Bandida entrando numa livraria comprando um exemplar do Todo Mundo é Jhow! para presentear à Anitta, e o MC Delano numa roda trocando uma ideia com a rapaziada e dizendo: "Eu estou ouvindo um MC das antigas. O nome dele é Delano." Eu imagino a minha chegada ao Galeão com os funkeiros exibindo o meu livro e pedindo autógrafos e o meus sons rolando ao fundo nos carros... enfim, a consagração.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Henry Miller, Céline e Bukowski

Ontem nós estávamos nos jardins do Castelo de Abrantes. Bukowski e eu íamos à frente quando Henry Miller e Céline pararam. O rapaz que cuida das flores nos olhava como se fôssemos assombrações. Eu esperava que falassem muito, mas não podia forçar nada. Eles são senhores muito educados e era como se estivesse com os velhotes mais mansos do asilo. Todas as conversas foram pueris, e eles mostraram-se mais preocupados em conhecer histórias sobre a cidade. Céline parou e começou a explicar as propriedades de uma planta ao Henry que apertava os olhos para ver melhor, e quando Henry disse algo Céline não entendeu, pois está um pouco surdo. Bukowski sempre muito calado com o mesmo sorriso em seu rosto enorme. Uma miúda que nos observava disse à mãe: "Mamãe, esses velhotes fedem como livros velhos cheios de poeira." A mãe a sorrir pediu desculpas e puxou a filha para o lado. Aproveitei para ir à casa de banho, ao voltar perguntei ao jardineiro: "O senhor viu aqueles velhotes que estavam comigo?" Ele respondeu: "Não vi velhote nenhum..." Corri atrás deles, ah velhotes!

A última do Tio do ZAP

Nem Jesus tira o demônio da ignorância do corpo das pessoas. A NASA precisa realmente estudar o povo brasileiro. Cinco ou seis brasileiros estão preocupados com a COVID e com a gripe, o resto da população quer mais é que se exploda. Morre o pai,  a mãe, e o filho, e no enterro dos três o cara vira para um coveiro horrorizado e pergunta: "Vai ter carnaval?" Dá vontade de sentar na calçada e chorar. Agora o Tio do ZAP está espalhando que os médicos querem matar os aposentados para que alguém fique com os seus benefícios. Os médicos que são os portadores de notícias ruins, e não os seus criadores, agora viraram os inimigos. E muitos já foram agredidos. O mundo não quer aceitar a fatalidade. Os dinossauros foram extintos e aconteceram eras glaciais e governos e laboratórios não tiveram nada com isso. Sem chance da educação brasileira melhorar com essas gerações de políticos que aí estão. Quem tem fé, reza. Quem não tem, chora.