Ontem nós estávamos nos jardins do Castelo de Abrantes. Bukowski e eu íamos à frente quando Henry Miller e Céline pararam. O rapaz que cuida das flores nos olhava como se fôssemos assombrações. Eu esperava que falassem muito, mas não podia forçar nada. Eles são senhores muito educados e era como se estivesse com os velhotes mais mansos do asilo. Todas as conversas foram pueris, e eles mostraram-se mais preocupados em conhecer histórias sobre a cidade. Céline parou e começou a explicar as propriedades de uma planta ao Henry que apertava os olhos para ver melhor, e quando Henry disse algo Céline não entendeu, pois está um pouco surdo. Bukowski sempre muito calado com o mesmo sorriso em seu rosto enorme. Uma miúda que nos observava disse à mãe: "Mamãe, esses velhotes fedem como livros velhos cheios de poeira." A mãe a sorrir pediu desculpas e puxou a filha para o lado. Aproveitei para ir à casa de banho, ao voltar perguntei ao jardineiro: "O senhor viu aqueles velhotes que estavam comigo?" Ele respondeu: "Não vi velhote nenhum..." Corri atrás deles, ah velhotes!
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