segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Minicontos

 Encontrei um popular no Pingo-Doce:

- E aí... não posta mais minicontos?

- Nas redes apenas crônicas.

- Ih... a realidade é maçada, hein?

- Tem razão. Vou postar alguma coisa.

- Quando postar avisa. Pois esses algoritmos...

- OK. Pode deixar.

Ele foi para a seção dos vinhos e eu fui à procura do meu detergente.

domingo, 10 de outubro de 2021

Sobre a burrice atual

 A burrice é um problema de saúde pública mundial. A OMS precisa estar atenta a isso. Não confunda burrice com o analfabetismo que chega a ser poético quando um indivíduo nem sequer pensa na possibilidade de caminhar quilômetros no sol para ir bocejar numa escola e prefere arrancar o seu sustento da enxada. Existe analfabeto sábio por sua parcimônia para ouvir. Falo  da burrice voluntária que se abateu sobre o mundo com o advento das novas tecnologias. Essa burrice que faz com que o sujeito não suporte a solidão de sentar a bunda sozinho e ler ou presenciar uma aula de cinquenta minutos sem ficar entediado. Ele vai ao YouTube assistir a um tutorial de cinco minutos sobre o assunto e saí de lá vomitando opiniões a torto e a direito com a certeza de ser um novo Sócrates. A burrice está relacionada à preguiça. Mas não àquela dos vagabundos que ocupavam as esquinas do passado, pois esta era muito mais lúdica e criativa. Os burros mais velhos num culto à burrice das novas gerações dizem: "É a geração deles... Eles são assim mesmo!" Enquanto isso ambos acreditam que são mais inteligentes que toda a história da humanidade, quando na verdade quem "sabe tudo" é o Google, e não eles.


sábado, 9 de outubro de 2021

Como ter classe

Penso que o fato de a pessoa ser bonita, rica, saber se vestir e cumprir todos os protocolos de etiqueta não significa que tenha classe. Assim como a elegância a classe é algo intrínseco. Os outros são esforçados. Quem tem classe nasce com a espinha ereta enquanto você passa o jantar inteiro procurando uma posição melhor na cadeira ou tentando disfarçar a careta de dor. Existem modelos famosas que não têm classe.Eu considero Cartola o brasileiro com mais classe. Ele era favelado e não concluiu os estudos formais. Cartola a caminhar em Mangueira, mesmo com o seu problema no nariz, põe qualquer coquete do Leblon com suas marcas caras no bolso. Cartola possuía traquejo ao falar e lidar com os outros ele era elegante com os gestos e no trato que dava aos seus poemas. A sua classe exalava em seus cantos e harmonias. Assim como o cantor francês Serge Gainsbourg que era acusado de ser feio, por alguns. Ou o ator italiano Marcelo Mastroianni que diziam ser um homem “simples”. Antigamente alguns jogadores de futebol possuíam classe, nomes como Franz Beckenbauer ou Paulo Roberto Falcão. Jogadores que pareciam desfilar em campo. Eu vi um ator famoso num filme de um diretor renomado interpretando um personagem rico e com classe, o resultado ele foi caricato. Enquanto a atriz ao seu lado esbanjava classe de menina rica, mesmo sendo doida na vida real. Querer ter classe sem ter nascido com ela é como querer ser simpático quando se é ranzinza.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Paixões Ideológicas

Deve ser ótimo seguir e acreditar no político A, B ou C, de direita, centro ou esquerda. Ter uma fé inabalável em determinado sacerdote, ícone, ideologia, ou time de futebol. Pois vocês não fazem ideia de como é viver sem estas doces ilusões.

Funk Carioca em Portugal

 Amigas (os)... O tal destino é mesmo de uma crueldade antropofágica. O sujeito vem fica dez horas espremido numa lata de sardinhas sem poder esticar as pernas, chega em Portugal e pensa: "Nunca mais eu vou ouvir àquelas porcarias. Na Europa só deve rolar Racionais, Legião, Jorge Aragão..." Se você também pensou isso és uma candidata (o) à freira. Eis que aqui chegando eu me deparo com os millenials, que são uma espécie de juventude transviada de outrora. E o que eles mais escutam? Rincon Sapiência! Não amigo (a), ledo engano. antes fosse! Eles gostam do pior do Funk Carioca. Temos bons funqueiros e tudo, mas as suas playlists são o ó do borogodó! Ironia do destino logo a "música" da minha cidade! É como vos digo: "Não subestimem o destino! Não o desafiem! Pois ele é um sádico!" Lá vem o meu busão. Ou melhor, o meu autocarro.

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Excesso de Informação

Ninguém vê.

Ninguém lê.

Ninguém quer saber de nada.

Todas os ouvidos tapados.

Todas as vistas cansadas.

De tanto estímulo.

Não há Biblioteca de Alexandria que aguente tanto fogo.

Entrei  nesse jogo.

Pensei que fosse trazer algo novo. 

E nada.

No seio de tanta informação, 

mergulhamos ainda mais na escuridão.

Eterna. 

Acorrentamos Platão naquela caverna.

Para adentrarmos infinitamente no  breu.

Como Prometeu, acorrentado.

No eterno retorno de Sísifo.

É hora de liquidar.

Ou melhor, liquidificar.

Passar ao estado gasoso.

Evaporar.

Neste mundo de resumos...

ser apenas mais um rascunho.

Não sou indispensável a lugar nenhum lugar

Neste lugar não tem nada..." Frase ouvida por todo canto. Quando mudei rumo à felicidade meu pai disse : "Lá você vai encontrar os mesmos problemas." Seremos felizes em Nova York? Pessoas reclamam dos lugares, e? A culpa é dos políticos! Felicidade eterna não existe. Dinheiro alegra pessoas dispostas e não preenche o vazio de ninguém. Tanto numa cabana quanto num palácio o que eu vejo é o meu reflexo no espelho, e não Einstein, Buda ou Brad Pitt. Não sou indispensável a nenhum lugar.