A burrice é um problema de saúde pública mundial. A OMS precisa estar atenta a isso. Não confunda burrice com o analfabetismo que chega a ser poético quando um indivíduo nem sequer pensa na possibilidade de caminhar quilômetros no sol para ir bocejar numa escola e prefere arrancar o seu sustento da enxada. Existe analfabeto sábio por sua parcimônia para ouvir. Falo da burrice voluntária que se abateu sobre o mundo com o advento das novas tecnologias. Essa burrice que faz com que o sujeito não suporte a solidão de sentar a bunda sozinho e ler ou presenciar uma aula de cinquenta minutos sem ficar entediado. Ele vai ao YouTube assistir a um tutorial de cinco minutos sobre o assunto e saí de lá vomitando opiniões a torto e a direito com a certeza de ser um novo Sócrates. A burrice está relacionada à preguiça. Mas não àquela dos vagabundos que ocupavam as esquinas do passado, pois esta era muito mais lúdica e criativa. Os burros mais velhos num culto à burrice das novas gerações dizem: "É a geração deles... Eles são assim mesmo!" Enquanto isso ambos acreditam que são mais inteligentes que toda a história da humanidade, quando na verdade quem "sabe tudo" é o Google, e não eles.
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