terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Na Rua...

Na rua uns tarados, humanos violentos.
Na rua tem ladrão, engarrafamento.
Na rua tem traveco, na rua tem puta.
Na rua tem drogado, na rua tem biruta.
Na rua o gosto amargo, na rua da amargura.
Na rua insanidade, a rua da loucura.
Na rua homem honesto, na rua desonesto.
Na rua tem modelo, na rua tem o resto.
Na rua não há tempo, a rua é correria.
A rua é pra bandido, a rua pra vadia.
Na rua das câmeras, nas ruas da cidade.
Na rua o desapego, na rua falsidade.
Na rua do cão… Levanta a mão!
Na rua do egoísmo… se joga no chão.
Na rua da prisão, na rua do cárcere.
Na rua da desova, na rua vai célere.
Na rua o que mais tem é gente nua.
Quem cultua a rua acaba na rua.
Na rua o meu passo, acelerado.
Na rua que eu passo, apressado.
Na rua jogam lixo.
Na rua viram bicho.
Na rua do valão.
Na rua do lixão.
Na rua dos crackudos.
Na rua tem de tudo.
Na rua da biqueira,
e das moscas varejeiras.

Hino...

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
No rosto o medo a expressão, é trágica
De um povo heróico brado retumbante
Onde moleques são ladrões ou traficantes
O sol da liberdade em raios fulgidos
Onde pretos permanecem sendo súditos
Brilhou no céu da pátria nesse instante
Um tiro de fuzil som de traçante
Se o penhor dessa igualdade
Não conseguimos conquistar nem com a morte
Em teu seio oh liberdade
Eu lhe peço que a minha nunca corte
Oh Partia Amada
Violentada
O alvo salve... O alvo salve
Brasil um sonho intenso um raio vívido
Mas saúde educação nunca é o mínimo
De amor e de esperança a terra desce
Criança faz criança nunca cresce
Se em teu formoso céu risonho e límpido
Que a paz reine em teu sistema límbico
A imagem do cruzeiro resplandece
Aqui embaixo tudo fosco escurecesse
Gigante pela própria natureza
É feliz, mas é cheio de tristeza
És belo és forte impávido colosso
E tem gente por aqui roendo osso
O teu futuro espelha essa grandeza
Você sabe que beleza não põe mesa
Violentada
Entre outras mil, és tu Brasil
Pátria enganada
Enquanto os filhos deste solo
Mãe sútil
Morrem de fuzil
Brasil de amor intenso seja símbolo
Não pise quem por ti chicoteado
O lábaro que ostentas estrelado
Apesar do seu tempo ainda nublado
E diga o verde e louro desta flâmula
Porque não cobre com uma campânula?
Paz no futuro e glória no passado
O futuro por ti sempre esperado
Mas se ergues da justiça e clava forte
Verás que um filho teu não foge a luta
Verás que um filho teu não se sepulta
Nem teme quem te adora a própria morte
E sairá vivo daqui quem tiver sorte
Violentada
Entre outras mil.… és tu Brasil
Oh! Pátria enganada
Enquanto os filhos deste solo
Mãe sútil
Morrem de fuzil

Como É Lindo O Amanhecer Do Dia No Rio de Janeiro...

Um carro é parado numa barreira policial
Um motorista é alvejado avançando o sinal
Entre garrafas de bebidas e anúncios de cigarros
Amantes suicidas o conto do mais bizarro
Criança prostituída e praia poluída
Hospital público é a negação da vida
A farra do pó, a puta na cama.
A passeata no centro, a verdadeira lenda urbana.
Mas o meu pão quentinho, e o meu café na padaria.
Que desfaz esse mau tempo até o céu desanuvia

Como é lindo o amanhecer do dia no Rio de Janeiro
Como é lindo o amanhecer do dia no Rio de Janeiro

No confim da madrugada uma notícia pro jornal
No toque da alvorada os olhos da colegial
Com guarda municipal e barracas de camelô
Que vendem de CD pirata a jogos de computador
Na vista pro mar no meu pensamento
A fumaça pro ar e o engavetamento
Deixa a rosa no canteiro e o morro com partideiro
E o padre que fala gíria dá à benção ao fogueteiro
Mas um dia vem chegando com ricos na ciclovia
O final do turno o ônibus para o vigia...

Como é lindo o amanhecer do dia no Rio de Janeiro
Como é lindo o amanhecer do dia no Rio de Janeiro

Não Há Nada Mais Bonito...

Não há nada mais bonito
Que um casal de namorados
Ele vai a casa dela
Ela vai a casa dele
Ele conta um segredo pra ela
E o quê só o casal sabe?

Não há nada mais bonito
Não há nada mais bonito mesmo
Que um casal de namorados
Ele cuida dela
Ela cuida dele
Nós somos seres humanos
E eles são outros seres

Não há nada mais bonito
Não há nada tão bonito assim
Que um casal de namorados
No cinema, o olhar.
Na música, o desejo.
Na dança, o passo.
No quadro, o beijo.

Não há nada mais bonito
Que um bonito casal de namorados
Na colação de grau
Numa enfermaria de hospital
Num dia nublado
E num dia normal

Ondas Gigantes...

O dia virou noite naquele final de tarde
Tudo engarrafado em todo canto da cidade
O sol escondido, o tempo nublado
Um vento esquisito, o céu carregado
O pássaro voando, fugindo não sei de quê
Como que prevendo o quê iria acontecer
A chuva caindo cada vez mais forte
Uma frente fria, vinda lá do norte
Da minha jangada eu vejo toda choradeira
A lágrima jorrando feito numa cachoeira
Espere por mim minha mina
Espere por mim meu amor
Eu sigo o canto da sereia
Foi ela quem me salvou

Eu tava com pressa, doido pra chegar em casa
E quando eu to assim sempre tem algo que me atrasa
A saudade do lar, da mulher pra beijar
Da comida quentinha, da cama pra esquentar.
Chuva torrencial, onda gigante temporal
Catarata tromba d água com força marcial
Todo mundo querendo falar no telefone
No Rio de janeiro enchente Tsunami
Da minha jangada eu vejo toda choradeira
A lágrima jorrando feito numa cachoeira
Espere por mim minha mina
Espere por mim meu amor
Eu sigo o canto da sereia
Foi ela quem me salvou

Cenas de terror, cinegrafista amador
Uma casa caiu, um barraco despencou
Desabamento, afogamento, lixo na encosta
Um velho perde tudo, o governo sem resposta
Falta de previsão, debate na televisão
A fúria da natureza, o povo sem prevenção
O celular não dá linha, não consigo falar
Todo mundo ao mesmo tempo querendo ligar
Da minha jangada eu vejo toda choradeira
A lágrima jorrando feito numa cachoeira
Espere por mim minha mina
Espere por mim meu amor
Eu sigo o canto da sereia
Foi ela quem me salvou

A falta de luz, a cidade no breu.
A sua casa encheu? Quanta gente morreu?
Será que é isso mesmo? Será que tem jeito?
Pergunta o cientista, responde o prefeito
E daqui pra frente, toda vez que chover
Nós vamos sair na rua com esse medo de morrer?
Que Deus nos perdoe e não mande mais pra gente
Que ele nos proteja desse tipo de enchente
Da minha jangada eu vejo toda choradeira
A lágrima jorrando feito numa cachoeira
Espere por mim minha mina
Espere por mim meu amor
Eu sigo o canto da sereia
Foi ela quem me salvou

Cenas de terror, cinegrafista amador
Uma casa caiu, um barraco despencou.
Desabamento, afogamento, lixo na encosta
Um velho perde tudo, o governo sem resposta
Falta de previsão, debate na televisão
A fúria da natureza, o povo sem prevenção
O celular não dá linha, não consigo falar
Todo mundo ao mesmo tempo querendo ligar
Da minha jangada eu vejo toda choradeira
A lágrima jorrando feito numa cachoeira
Espere por mim minha mina
Espere por mim meu amor
Eu sigo o canto da sereia
Foi ela quem me salvou

A falta de luz, a cidade no breu.
A sua casa encheu? Quanta gente morreu?
Será que é isso mesmo? Será que tem jeito?
Pergunta o cientista, responde o prefeito
E daqui pra frente, toda vez que chover
Nós vamos sair na rua com esse medo de morrer?
Que Deus nos perdoe e não mande mais pra gente
Que ele nos proteja desse tipo de enchente

domingo, 14 de janeiro de 2018

A Minha Cidade...

A minha cidade é isso,
essa porção de gente.
Esse bando de macumbeiro,
esse monte de crente!

A minha cidade é isso,
é puta, é traficante, é camelô.
Os que vivem do ódio,
e os que morrem por amor.

Se falar da minha cidade…
entra na porrada!
Pois da minha cidade…
ninguém pode falar nada!

A minha cidade é isso,
é bunda, é funk, é pagode.
É de quem só se dá bem,
e de quem só se fode.

A minha cidade é isso,
é essa gente engravatada.
Essa cachaça quente,
essa cerveja gelada.

Se falar mal da minha cidade…
Entra na porrada!
Pois da minha cidade…
Ninguém pode falar nada!

Onde É Que Tá O Controle Da Televisão?

Onde é que tá o controle da televisão?
Onde é que tá o controle da televisão?
Em cima do sofá, embaixo do colchão
Na panela de pressão em cima do fogão

Onde é que tá o controle da televisão?
Onde é que tá o controle da televisão?
Dentro do armário, longe da visão
Numa ilha deserta, ilha de edição

Mas é que a televisão não tem controle não...
É que a televisão não tem controle não...
Mas é que a televisão não tem controle não...
É que a televisão não tem controle não...

Onde é que tá o controle da televisão?
Onde é que tá o controle da televisão?
Dentro da mente, ou do bolso do bermudão
Longe da própria TV, na casinha do cão

Onde é que tá o controle da televisão?
Onde é que tá o controle da televisão?
Dentro do livro, do aparelho de som
Longe do computador, perto do violão

Mas é que a televisão não tem controle não...
É que a televisão não tem controle não...
Mas é que a televisão não tem controle não...
É que a televisão não tem controle não...