todo dia naquele horário nós estávamos sentados naquele portão. então ele passava por nós, e dizia. eu vou bater o ponto. e se encaminhava até o orelhão da esquina. um dia eu disse, nossa, que legal... cool. você bate o ponto por telefone! o pai dele me olhou como se eu estivesse viajando. eu havia achado o máximo uma pessoa trabalhar em casa, e bater o ponto pelo orelhão. era algo que me remetia a grandes empresas de tecnologia. achei aquilo super evoluído. e moderníssimo para a visão mundo cão, que parte de nós brasileiros temos do trabalho. quando cheguei a casa comentei o acontecido com a minha esposa. e fiquei decepcionado ao descobrir que o rapaz não se referia ao trabalho. e sim, ao ato de telefonar para a mesma pessoa todos os dias, ritualisticamente, no mesmo horário. fiquei triste ao vê-lo dia seguinte de manhã cedo de uniforme do trabalho no ponto do ônibus.
domingo, 2 de agosto de 2015
Eles Estão Lá
Eles estão lá, e lá estão elas, vidrados em seus copos, seus cigarros, suas telas. Eles estão lá, e lá estão elas, conectadas ao rádio, ao ...
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“Estar bem ajustado a uma sociedade doente não é medida de saúde.” Jiddu Krishnamurti Johann Hari conclui em seu livro, que a depr...
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O algoritmo é onipotente, onisciente, onipresente. O algoritmo sempre vence. Ele nos dá o que nem sabíamos que precisávamos. O algoritmo tr...
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Eu vou-me embora para Marte. Pois em Marte não há vida. Sem vida não há depressão. Em Marte apenas, o silêncio. Em Marte apenas, a solid...