segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Logos in loco

In loco. 
Em bloco.
Sigo logo.
Tenho logos.
A Deus,
ateus,
adeus,
eu jogo.
Não cobro.
Não troco.
Não logo.
Dialogo.
Aos seus,
aos teus,
aos meus,
eu rogo.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

Ouvindo Billy Paul cantando Purple Rain...

Hoje a tristeza veio com tudo. Nesta manhã de domingo ensolarada. Eu lembrei do meu livro Cidade Nova e de seu protagonista e fiquei triste. Ele morre na estante. Os meus tios todos mortos. Eles, os meus pais, e os meus avós estão no livro. Eu carregando a mesma árvore genealógica deles. Com os mesmos fracassos. Os mesmos vícios. Ouvindo Billy Paul cantando Purple Rain. Eu queria chorar mas não tenho lágrimas. Tem tanta gente com quem eu quero falar, e tanta gente que eu sei que ficaria feliz se eu entrasse contato. Mas simplesmente não tenho essa disposição. Devia ter ido caminhar. Vou ver o que eu faço. Ouvindo Billy Paul cantando Purple Rain...

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Raul Seixas e Edith Wisner

Edith Wisner foi o grande amor da vida de Raul Seixas. Ou, melhor, Edith foi o grande amor da vida de Raulzito. Antes da invenção Raul Seixas. Tudo o que aconteceu depois na vida de Raul, teve início com a quebra dessa paixão. Toda a depressão e as drogas onde ele tentou aliviar a sua dor. Raul não amou nenhuma mulher com a mesma intensidade com à qual amou Edith. Assim como Salinger com Oona O'Neill, ou Henry Miller com June. Todas as vezes que fingiu amar profundamente alguém foi apenas para chamar à sua atenção. Edith amou Raul com a mesma efervescência. Basta ver o seu depoimento magoado para o documentário sobre ele. Se Edith não sentisse mais nada por Raul, ela teria simplesmente ignorado. Mas, depois de tanto tempo se manifestou de forma agressiva. Ficou frustrada tanto quanto ele pelo fim do romance. Não é possível tanto sofrimento. Eles deveriam ter se acertado. Talvez hoje não existisse Raul Seixas. Quem sabe se o casal não estaria vivendo uma vida comum nos Estados Unidos. Com o Raul tendo um cotidiano normal com as suas alegrias e tristezas. Mas ao lado do seu amor. Creio que eles ainda vão se reconciliar um dia. O mundo não pode ser tão injusto. Talvez eles já estejam vivendo juntos em outra dimensão. 

Chico Buarque e a Zona Sul Carioca

Quando ouço músicas como Todo o Sentimento, Leve, e As Vitrines… eu me lembro da Zonal Sul Carioca. De sua beleza. "De um tempo em que eu não vivi". Lembro do sonho de Jovelina Pérola Negra em Garota Zona Sul. E da tristeza que eu sinto em não ter explorado essa parte da cidade ou conhecido as suas Lauras e Marianas. Da bronca pelo Rio de Janeiro não ter mudado e feito com que eu precisasse mudar. Provoca mágoa a minha cidade. Ela foi injusta demais comigo depois de tudo o que eu fiz por ela. Não há gente, como gente de teatro, como diz Caetano Veloso. As lembranças que eu tenho da Zona Sul, é de seus morros, e das coxias de seus teatros. De ouvir Chico Buarque com os elencos. Um dia desses aqui em Portugal, nos bastidores do teatro ouvíamos Chico Buarque, antes da peça, e eu me lembrava de tudo isso.

ChatGPT e a literatura

Pedi ao ChatGPT para criar textos como se fosse escritores aos quais eu domino completamente, pois li tudo o que eles escreveram. Por exemplo, Nelson Rodrigues e Henry Miller. O resultado foram trabalhos clichês e caricatos visivelmente baseados na média do que o senso comum diz sobre esses artistas. Ele tentou se inspirar na primeira fase de Henry Miller, apenas parte de sua escrita, além do vulgarmente dito sobre ela, e montou uma baboseira qualquer. O mesmo aconteceu com Nelson Rodrigues. Tive a impressão de ler alguém sem conhecimentos desse autor e que escreveu a partir do que ouviu falar. A inteligência artificial terá de comer muito feijão com arroz se quiser substituir os seres humanos em algumas funções da vida. Quanto a isso, os escritores podem ficar sossegados.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

A importância dos laços afetivos na luta contra a depressão e a bipolaridade

No momento em que sentimos necessidade de nos isolar devemos recorrer à companhia dos outros. Caso contrário nos afastamos mais e mais e ficamos viciados em solidão. Mesmo relutantes precisamos nos expor a presença de outras pessoas para que sintamos um prazer saudável. Se faz necessário saber escolher as nossas amizades e com quais de nossos familiares temos relações de respeito mútuo. Principalmente nas horas em que estamos fragilizados. Tendo feito isso, não há porque não manter contato. As conversas agradáveis e os sorrisos compartilhados melhoram a nossa autoestima e fazem com que nos sintamos amados e úteis. Tudo o que a depressão e a bipolaridade não suportam. Não importa se você tem tendência para se manter isolado ou se é solitário por temperamento. A ligação com entes queridos quando estamos abertos sempre ajudam a melhorar o nosso humor. 

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

Bandidos no desfile do Sambódromo

Para entender como funciona o Brasil e o Rio de Janeiro basta ver a promiscuidade das relações nos desfiles das escolas de samba. O bicheiro e contraventor (bandido) Anísio Abraão David, presidente de "honra" de uma das maiores agremiações; a Beija-Flor de Nilópolis, desfilando alguns passos atrás de Arthur Lira, presidente da câmara dos deputados (bandido). Os desfiles são transmitidos pela maior rede de televisão brasileira, a Rede Globo. A mesma que mostra as operações quando os bicheiros são presos e acusados, por exemplo, de serem mandantes de assassinatos. Nos camarotes a história não é diferente, no mesmo ambiente respirando o ar podre e fétido, estão artistas famosos e todo tipo de gente, corruptos e etc. Sou a favor da descriminalização do bicho. Gosto de samba e não sou santo. Mas o jogo precisa ser às claras. Não podemos festejar com bandidos importantes, enquanto ladrões de galinha, pobres e negros, são executados à luz do dia e apodrecem nas cadeias. Isso mostra porque o país é tão desigual. Como dizem, a lei precisa ser para todos.