sábado, 30 de julho de 2022

A Saudade

Ela me fez sentir saudade

Ela me fez sentir saudade

Da minha cidade

Não da sua sujidade

Não da sua maldade

Ela me fez sentir saudade

Ela me fez sentir saudade

Da minha cidade

Da sua inventividade

E da sua felicidade

Ela me fez sentir saudade

Ela me fez sentir saudade

Da minha cidade

Não da sua nulidade

Não da sua obscuridade

Da minha cidade

Ela me fez sentir saudade

Ela me fez sentir saudade

Da minha cidade

Não da sua fealdade

Não da sua perversidade

Ela me fez sentir saudade

Ela me fez sentir saudade

Da minha cidade

Não da sua atualidade

Não da sua validade

Da minha cidade

Ela me fez sentir saudade

Ela me fez sentir saudade

Da minha cidade

Da minha cidade

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Rotinas

São tão fascinantes a vida e a impermanência das coisas para citar Buda. Não saber se de novo os meus pés irão tocar as areias brancas de uma praia, e a minha boca a degustar um copo de cerveja no calor. Embora não goste de um ou outro, ou se os meus pensamentos estarão embotados com o gosto da fumaça adocicada, e se nesse estado me sentarei para assistir a um filme, ler um livro ou ouvir uma música. E se eu fosse opinar, eu diria que não, não há nenhuma indicação de que nada disso vá acontecer, novamente. Assim como compor, tocar com alguém, gravar, receber aplausos, e ter a emoção de ver um livro seu em papel. Talvez este filme seja um apelo a isto. Mas não posso contar. O que não pode deixar de me fascinar com as incertezas e dificuldades da vida, eu vou fazer com que elas me impossibilitem de agir. Como me disse Viktor Frankael naquele seu livro em que fala sobre a sua experiência nos campos de concentração. Não sei nem se voltarei a ver os membros da minha família. As melhores coisas são como a infância e a adolescência, nós as vivemos sem saber, sem nos dar conta. quando despertamos para elas, já estamos velhos. Como diz Herbert Vianna: "O trem da juventude é veloz" ou como se diz no Brasil: "A gente era feliz e não sabia" ou somos, pois no fim, o que nos deixa felizes não são as novidades, e sim, as rotinas.

Fato Consumado

Era ser

E foi

Acontecer

Aconteceu

O fim,

Fatídico

Enfim

Verídico

Assim

O termo

Sofrível

Um dia

Atípico

Teve

Provado

Profanado

Bateu

Gamado

De tom dom

Do coração

Primeiro amor

Primeira canção

 

domingo, 22 de maio de 2022

Autorretrato

Meu amor não quero fazer parte desta aglomeração

Não quero viver ruminando ou arrumando confusão

Você acredita ultimamente tenho almoçado isso

Pingo garoto na máquina e um pão com chouriço

Exigência de mercado é ser letrado ter dinheiro

Porreiro pra rap, trap, é requisito de maconheiro

Logo eu que fui reprovado no tal colégio da vida

Nas redes sociais eu perco tempo arrumo briga

Um dia desses eu precisei voltar para a escola

E a ignorância ao mundo acadêmico me assola

Perguntam se estou fino sim é claro sempre estive

Pois não é só de bolar finos que um homem vive

Sei quem eu sou, mas nunca onde eu vou

Se o hoje sabe onde estou o amanhã não cabe onde vou

Depois que inventaram esse tal de politicamente correto

Quem sempre foi burro agora vive se achando esperto

Eu tenho ouvido muita gente cricri cheia de titi ti

Que quando comem piriri ficam cheios de minimi

Tanto movimento ilegal atualmente ficou chato

O tempo todo batendo na mesma tecla enchendo o saco

Tenho medo de ser cancelado por quem nem sabe que eu existo

Tomara que não julguem Judas Iscariotes como se fosse J… Cristo

Realizei o sonho da minha vida da arte de viver e amar

Nos dias correntes que também me deixa contente é não pensar

Preciso interpretar, fazer música, escrever livro, filmar e compor

Mas lembre-se sempre do ditado antigo estarei contigo onde for

Eu me sinto perseguido e muitas vezes inúmeras censurado

Pode ser que isso seja uma alucinação minha ou que seja errado

Eles sempre querem literatura de florzinhas e botão de rosas

Quanto a mim tenho sempre dito aqui que o mundo é foda

Preciso aprender a samplear no Reaper, pois a vida é dura

Eu faço música no aplicativo e o Youtube censura

Eu não envio mais as músicas para mais ninguém

Pois ninguém diz o que achou ou se ficou ruim também

É só tapinha nas costas e de tanta tapinha nas costas

Você pega a Síndrome de Estocolmo e no fim até gosta

Não quero ser igual aquelas meninas que posam de vítimas

E se a cara for rica e famosa o juiz logo então íntima

Eu passei tanto tempo com meu talento no ostracismo

Que atualmente abracei o cinismo, estoicismo e niilismo

E tudo que eu tenho eu vou guardar para mim e para você

Vamos abraçar a liberdade inventando um novo jeito de ser

Acho que não consigo mais parar apenas acho que não

Eu sou um relógio ligado no duzentos e vinte e sem direção em sua rotação

 

Não há voltas a dar...

Não há voltas a dar

Não há como voltar para o mesmo lugar

A vida é cíclica e circular

Onde você estava é onde você está

O início é o começo do fim

Tudo começa onde vai parar

Tudo termina onde tem de começar

O meio é o que dá para alcançar

Regredir às vezes é continuar

Permitir nem sempre é regressar

Partir de um vez pode ser parar 

Tudo para viver que não há voltas a dar

quarta-feira, 30 de março de 2022

Mau gosto ou censura...

O limite entre a comédia e o mau gosto existe. Ele não é o que esses tarados de direita desejam propor, de vamos liberar tudo de ruim que existe, e criar um partido nazista, mas também não é o que a esquerda puritana e ultraconservadora deseja, que é nos transformar nos santos que nós nunca fomos, e que nunca seremos, graças a Deus. Se Adão e Eva não tivessem comido aquele bendito fruto, plantado ali por Deus, ainda seríamos autômatos num paraíso tedioso como aquelas meninas apetitosas que passam o dia todo exibindo os seus dotes primários no TikTok em busca de grana e fama. A censura mata a criatividade. E se os chineses comunistas imaginários dos bolsonaristas implantaram chips em brasileiros através das vacinas, o meu veio com um agente do DOPS, da PID ou do DOI-CODI Pois toda vez que sento paea escrever sinto como se tivesse um censor interno. Os escritores malditos não poderiam sonhar que nós passaríamos pelo mesmo que eles passaram na pré história. Existe também o limite em que a violência é autodefesa, onde é compreensível perder as estribeiras como aconteceu com Will Smith, e que é diferente da violência gratuita, de trumpistas, e venturistas, onde eu vou te agredir porque não vou com a sua cara.

terça-feira, 29 de março de 2022

A Bofetada de Will Smith

É como eu digo para este meu amigo John. Dois dias para os algoritmos são uma eternidade. Mas a bofetada de Will Smith anteontem ainda ecoa em minha cabeça. Nelson Rodrigues dizia que o mais humilhante da bofetada é o som que ela produz. E os moleques da minha rua diziam que na cara de um homem não se bate. Ninguém aqui está contestando a validade da tapa na cara, pois ela foi justa e hoje Todo Mundo Odeia o Chris. Os pobres sempre disseram como forma de consolo que dinheiro não trazia felicidade. E nós vimos um homem rico e famoso com a sua amada doente, perdendo o controle, agredindo outro, chorando, e pedindo desculpas após receber um dos maiores prêmios do planeta. O que me leva a pensar: "Imagina nós, os reles mortais, o que nós não sentimos? Vontade de esganar um... e bater com a cabeça na parede." Essa é a prova que querer ser correto e são o tempo inteiro é um luxo que apenas o Dalai Lama em sua vida tranquila de meditação pode alcançar. Mas, não nos entreguemos! Embora a sanidade seja uma piada. Da minha parte eu queria me juntar a máfia de Scorsese junto de Joe Pesci e de Robert de Niro e bicar e pisar como eles fazem em o Cassino e os Bons Companheiros,  em um ex-presidente barbudo, traidor, ladrão e mentiroso, e num atual branco de olhos claros de um país pequenino de terceiro mundo. Mas eu e o meu amigo John somos da paz. "Vamos Senhor Dêdê! Hora do remedinho!", "eu estou conversando com o meu amigo John...", "infelizmente os Beatles acabaram, John Lennon morreu, e o sonho acabou."