São tão
fascinantes a vida e a impermanência das coisas para citar Buda. Não saber se
de novo os meus pés irão tocar as areias brancas de uma praia, e a minha boca a
degustar um copo de cerveja no calor. Embora não goste de um ou outro, ou se os
meus pensamentos estarão embotados com o gosto da fumaça adocicada, e se nesse
estado me sentarei para assistir a um filme, ler um livro ou ouvir uma música.
E se eu fosse opinar, eu diria que não, não há nenhuma indicação de que nada
disso vá acontecer, novamente. Assim como compor, tocar com alguém, gravar,
receber aplausos, e ter a emoção de ver um livro seu em papel. Talvez este
filme seja um apelo a isto. Mas não posso contar. O que não pode deixar de me
fascinar com as incertezas e dificuldades da vida, eu vou fazer com que elas me
impossibilitem de agir. Como me disse Viktor Frankael naquele seu livro em que
fala sobre a sua experiência nos campos de concentração. Não sei nem se
voltarei a ver os membros da minha família. As melhores coisas são como a
infância e a adolescência, nós as vivemos sem saber, sem nos dar conta. quando
despertamos para elas, já estamos velhos. Como diz Herbert Vianna: "O trem
da juventude é veloz" ou como se diz no Brasil: "A gente era feliz e
não sabia" ou somos, pois no fim, o que nos deixa felizes não são as
novidades, e sim, as rotinas.
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