Pequena reflexão de domingo... Atualmente as pessoas acreditam no que elas querem acreditar. As pessoas acreditam no que elas querem que seja verdade. Não tem essa de "inocentes vítimas" de fake news. Há um ou outro bobo, mas a maioria sabe distinguir o certo do errado. As pessoas sabem que é mentira, mas continuam repetindo a mentira. E os motivos são os mais variados, desde a vontade de eliminar um inimigo até a de levar alguma vantagem. Deve ser isso, o que chamam de pós-verdade.
domingo, 10 de novembro de 2024
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Zé Povinho
Esse Zé Povinho que tá aí... é o mesmo Zé Povinho que não aceitou quando Galileu afirmou que a Terra não era o centro do Universo... é o mesmo Zé Povinho que acusava mulheres de bruxaria e as denunciava para a Santa Inquisição. Esse Zé Povinho que tá aí... é o mesmo Zé Povinho que vibrava diante das execuções públicas da Idade Média. Esse Zé Povinho que tá aí... é o mesmo Zé Povinho que festejou quando foi anunciada a primeira guerra mundial. Esse Zé Povinho que tá aí... A tecnologia evoluiu, mas não o Zé Povinho. O Zé Povinho continua apoiando ditadores e tiranos de direita e de esquerda. Esse Zé Povinho que tá aí, ao seu lado, no trabalho, no lazer, nos estudos, e até na família.
terça-feira, 5 de novembro de 2024
Ensino o seu filho a andar de bicicleta
Ensine o seu filho a andar de bicicleta. Aproveite para conversar com ele enquanto faz isso. Se não tiver uma bicicleta pode ler uma estorinha para ele ou ela à noite. Quem sabe junto disso algum afago e palavras que aumentem a sua confiança. Sempre que eu vejo um adulto feliz e seguro de si, eu me lembro dos pais com as crianças no parque onde eu caminho e penso: "O pai ensinou a ele a andar de bicicleta." Pode não ser uma regra, existem exceções. Mas normalmente é verdade. Abandone esse celular e vá lá. "Ensine o seu filho a andar de bicicleta."
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
A Paixão Por Uma IA
Nos Estados Unidos um garoto de 14 anos cometeu suicídio por uma personagem que ele criou com auxílio da IA. Assim como no mito grego de Pigmalião ele se apaixonou por sua própria criatura. Ele se matou para poder encontrar com ela em outro mundo na esperança de uma vida pós-morte assim como os religiosos sonham com o paraíso. No livro de Philip K. Dick, O Caçador de Androides, as pessoas têm os seus pets robôs. Dick previu que o mundo trocaria crianças por animais bem antes disso acontecer. No futuro, os pets serão substituídos por robôs. É tudo por uma questão de praticidade, da mesma forma que é mais prático e menos doloroso ter um pet do que uma criança, será mais fácil ter um robô do que um pet. Ele não morre, não come, e pode ser desligado a qualquer momento. Fico imaginando como será a febre dos robôs sexuais. Muitos irão optar por ter uma parceira ou parceiro robôs, pois será mais conveniente, alguém que só diga "meu amor" em vez de ficar reclamando. Enquanto isso, parte das crianças e adolescentes vivem trancados em seus quartos alimentando uma fantasia que no passado só era possível no cinema e na literatura.
sábado, 2 de novembro de 2024
Narcopentecostalismo
Onde está escrito na Bíblia que se deve agredir pessoas de outras crenças fisicamente? Se é tudo em nome de Jesus em que passagem Jesus diz isso? Hein? Se é sobre Jesus é preciso falar apenas do Novo Testamento. Onde está escrito na Bíblia que Deus autoriza homens armados a oprimir os que não compactuam das mesmas verdades? Em que passagem bíblica é legitimado o que está acontecendo no Rio de Janeiro? E aquelas imagens da freira sendo agredida? E aquela mãe de santo idosa tendo de quebrar o seu terreiro? Ô sociedade civil, ninguém vai fazer nada?! A não ser que a Bíblia desses traficantes e de seus pastores seja muito diferente das outras, não consigo perceber onde está escrito tudo isso. O Brasil, e principalmente o Rio de Janeiro, caminha a passos largos para ser uma república evangélica fundamentalista num regime próximo ao do Estado Islâmico dominado pelos traficrentes sob as bandeiras do narcopentecostalismo.
quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Sofrimento Ancestral
Mesmo depois de tanto tempo eu não consigo superar a sua morte. Embora hoje entenda os seus motivos. Mais do que negros nós éramos pobres. E não quero dizer com isso que os outros em outras condições não sofram. Mas nós tínhamos uma solidão diferente. Este abandono de não conseguir cumprir com o que esperam de nós. Somos homens que, ao carregar o peso da miséria, não comunicamos nossos sofrimentos. Era trabalhar excessivamente, ficar doente, beber a vida, e morrer relativamente jovem. Foi assim com o nosso avô, com os nossos tios, e até primos. Sempre era preciso buscar algum anestésico para aquela dor enorme; fosse o álcool, alguma droga, ou qualquer outro vício. As pessoas decentes e puras podem dizer o que elas quiserem sobre isso. Elas podem até conhecer o tipo de dor com a qual nós precisamos viver ou o contexto em que estamos inseridos. Mesmo assim, simplesmente não conseguem se pôr em nosso lugar. Nós pertencemos a mesma família. E isso faz com que a nós carreguemos esse temperamento. Para que um de nós sobreviva é preciso dobrar toda uma carga que apenas nós conhecemos. Pois ela é ancestral. Assim como um círculo que precisa ser interrompido.
terça-feira, 22 de outubro de 2024
Hoje ainda é terça-feira
A pessoa no atendimento não era muito simpática. Ela falou sem olhar para o meu rosto. Talvez ela odeie o seu trabalho. Talvez ela esteja na profissão errada. Talvez isso, talvez aquilo, vá saber. A senhora no supermercado passou na minha frente. Foi sem perdão. Não sei se corto o meu cabelo. Ele está igual ao do Jimi Hendrix. Estou com pena de cortar. E com preguiça. A minha barba está parecida com as dos Beatles. As pessoas podem não gostar ou se sentirem ofendidas. Eu estou numa encruzilhada. Essas indefinições e dúvidas da vida é que são chatas. E hoje ainda é terça-feira.