sábado, 8 de outubro de 2022

A menina do sorriso mais bonito

a menina do sorriso mais bonito

do sorriso mais bonito que eu já vi

fiquei perdido em seu sorriso tímido

e ainda ontem a vi passar por aqui


ela com o seu sorriso a me guiar

como se a vida fosse uma ilusão

Como num sonho uma recusa a acabar

e uma batida gravada no coração


a menina do sorriso mais bonito

alguma forma ninguém nunca haja dito

dito isto ninguém nunca tenha haja visto 

a fotografia do tempo que for preciso


o seu sorriso é a minha embarcação

meu devaneio leva a outra estação

uma expressão que fica de recordação

a luz de um filme de uma iluminação


Um salve pro crime brasileiro

Um salve pros manos linha de frente que sempre representaram o crime. Os manos que tão na correria do dia a dia. Aqueles mortos em combate nunca serão esquecidos por nós. Choramos com suas famílias. Assim como nossas lágrimas vão para os que estão sofrendo do outro lado do muro. Salve Beira-Mar, Lula, Marcola, Bolsonaro, Marcinho VP,  Cláudio Castro, Escadinha, Eduardo Paes, Lúcio Flávio, ACM, Elias Maluco, Maluf, Brasileirinho, Wilson Witzel, Bagulhão, Garotinho, Lampião, Sérgio Cabral, Queiroz, Pezão, Professor, Castor de Andrade, Mariel Mariscote,  Zé Pequeno, Zé Dirceu, Orlando Jogador, Mão Branca, Padre Kelmon, Capitão Nascimento, Capitão Adriano, Malafaia, Lamarca, Bispo Macedo, Uê, Aécio Neves, Comandante Brilhante Ulstra... É nós! Tamo junto irmãos!

Eu preciso de um amigo

Eu preciso de um amigo como nunca fui. Um amigo que saiba ouvir com atenção e demonstre interesse no que digo, e me espere  terminar de falar. Um amigo que não tenha receitas de sucesso sobre como viver melhor. Um amigo que não brigue por opiniões políticas, religiosas, ou futebolísticas. E não se importe com o fato de eu não gostar de cerveja. Um amigo que se aproxime de mim nos meus momentos de ostracismo, e que não surja apenas quando eu estou a brilhar. Um amigo que veja o que fiz, para me estimular, e que não venha com merdas de dizer se acha bom ou ruim. Um amigo que faça contato para perguntar como estou, e não apenas quando precisa de ajuda. E que se eu contar a ele sobre uma música, um filme, ou o livro que li, ele não venha dizer que acha uma porcaria, e sim enxegue nisso a oportunidade de saber mais sobre algo que não lhe diz muito. Um amigo em que possa confiar para expor alguns segredos. Um amigo que me visite quando estiver hospitalizado. Um amigo que neste momento em que do décimo andar eu olho para baixo entre por aquela poeta e diga: "Por favor, não pule!"

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

O tio e a sobrinha

Sônia tem 16 anos. Seu tio tem João quarenta. Ela idolatra ao tio desde à infância. Diferente do seu pai, um barrigudo inútil. João é uma espécie de ator de série dos seus sonhos. A sua amiga Renata diz: "Você sente atração por homens velhos porque o seu pai te abandonou você quando criança." Sônia pensa que tudo isso é lixo da amiga chata que anda lendo demais. "Sônia... ele é irmão da sua mãe!", "Mas e se ele quiser algo comigo?" Sônia pergunta Renata responde: "Os homens estão programados para isso. E sempre querem uma menina nova e bonita igual você." João é normal. Não é um tipo de academia nem nada. Mas é bem apessoado e com bagagem intelectual. Sônia diz à Renata: "Eu só quero uma rapidinha com ele. Depois esqueço isso." Renata diz: "Ele vai à igreja...", "Mas não é fanático!" Sônia lembra de tudo isso sentada no vagão em frente ao João. Ela muda a voz para falar com o tio. Faz caras e bocas e abre mais as pernas para que a sua saia suba. Sônia adora quando o tio está elegantemente vestido de terno. Ela pensa que ele a olha, mas disfarça, e que por seu olhar se sente constrangido. Eles deixam o vagão e entram no carro. Sônia poê a mão no pescoço do tio e procura por sua boca. Ele diz a ela: "Nem pense nisso!" Ela estaca. O olhar dele é sério e impassível. Ela diz: "Desculpa, por favor... não conta..." O tio responde firme: "Esquece que isso aconteceu." Ele liga o carro.

Você consegue imaginar a vida sexual das outras pessoas?

Você consegue imaginar a vida sexual da pessoa sentada ao seu lado no ônibus? Ou por onde passou a mão do colega de trabalho que aperta a sua? A  boca que beija o seu rosto? Não, melhor não. Deixa, quieto. Pior seria se tivéssemos acesso às fantasias alheias. Pois, acredito eu, que o que  a maioria faz, não é nem metade do que faria se tivesse chance, e não fosse se comprometer com os julgamentos de Deus, com a vergonha, ou os dedos da família e dos vizinhos. Quantos ídolos, heróis, e santos cairiam se pudéssemos acessar os seus pensamentos! Consegue imaginar o seu pai com a sua mãe? O que eles pensavam no momento? Ou você como todo mundo é fruto de uma noite de amor com uma linda canção ao fundo e declarações poéticas? Você consegue imaginar um pai que vai comprar fraldas para o filho e que no caminho paga para fazer sexo oral num travesti? Consegue imaginar a mãe que vai com o pai à casa de swing para manter relações com um grupo de homens? A menina que sonha que algum dia o avô à leve para a cama? Ou a sobrinha que vive torcendo para que a tia perceba a sua excitação? Consegue imaginar a sua noiva ou o seu noivo... É bom que você seja muito tranquilo em relação a isso, para que não corra o risco de se decepcionar com os segredos e impulsos da natureza humana. Inclusive da sua. Caso contrário, é melhor parar por aqui. Vamos vivendo...

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Análise sociológica de redes sociais

nunca te vi na febre do rato. no cara a cara. desfilando no chão sem fantasia. nunca te vi empunhnado um microfone. carregando uma caixa de som. empurrando carro alegórico. nunca te vi levando dura encostado com as mãos para trás e a cara virada para o chão. nunca te vi sufocando com gás lacrimogêneo. confeccionando coquetel molotov. nunca te vi numa reunião. nunca te vi lendo um livro sentado no fundo de um ônibus. nunca te vi falando para meia-dúzia de gatos pingados. nunca te vi na pista. só te vi na quebrada em grandes eventos. eu vejo mais a Anitta na rua do que eu te vejo. nunca te vi num evento vazio. nunca te vi na subida do morro. sendo intimidado. eu só te vi nas festinhas com os seus amigos de barzinhos e metidos a intelectuais de faculdade... mas eu gosto da sua análise sociológica de redes sociais.

O clichê do medo paralisante

a família emocionalmente desequilibrada dentro do meio social decadente junto da predisposição genética podem deixar o indivíduo mais vulnerável a esses estímulos psicologicamente fragilizado. a civilização com as suas exigências e censuras ao comportamento humano que deseja obter prazer para alcançar a felicidade inalcançável como alivio do peso da existência com suas limitações inerentes podem piorar este quadro doentio. talvez o mundo moderno cheio de estímulos, informações velozes, e disputas tenda a fazer com que esse processo de degradação seja mais rápido do que em outras épocas da humanidade. a pessoa se vê no labirinto onde busca uma fuga para os seus dramas. E isso cria um quadro de ansiedade crônica, depressão, apatia, vícios, violência, fanatismo, ou suicídio. pois o paciente se vê prostrado dentro de um sistema que não sabe o que fazer com ele. daí vem o medo paralisante dos que têm consciência de quão complexo é o problema.