terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Guerra ortográfica

Sobre essa guerra do acordo ortográfico Brasil-Portugal… pessoal, vós relaxai. Até porque a opinião de vocês e nada é a mesma coisa. Os homens da lei bateram o martelo faz tempo. Sabemos que não dominá-lo-emos; o angolano, português ou brasileiro. Continuem falando ou a falar o inglês mequetrefe que conhecem, e nos deixem em paz. A língua é viva, como dizem os linguistas. E nós mal conhecemos o teor semântico dessa discussão. Assinado: homem do povo, semiletrado, falante de português das arábias.

Extrema-esquerda versus extrema-direita

Eu gosto dessa análise que diz que a extrema-esquerda viu que não poderia vencer o capitalismo, abandonou a sua opção pelos pobres, e começou a radicalização do seu discurso ideológico. Impulsionou seus inimigos. Tudo que era nazista de armário limpou o pó da lapela, aparou os pelos das narinas, e veio à tona. Agora nós temos que aturar todos os tipos de aberrações e os fascistas cada vez mais subindo no poder por todo o canto. A extrema-esquerda continua onde sempre esteve, nos bares bebendo cerveja, e nos departamentos de humanas espalhados pelo mundo mordiscando bolsas. A diferença é que agora temos de aturar esses racistas da extrema-direita por todo canto, e com as redes sociais isso virou um inferno. E nós que não temos nada com isso, ficamos no meio desse fogo cruzado, e temos de ver parte dos nossos impostos irem para o bolso de gente que nos odeia.

Nós, os verdadeiros artistas

Nós, os românticos do século XIX, e polímatas da Renascença, somos raros e odiados por 99,9 por cento dos autômatos desde que o samba é samba. Como a maioria deles não consegue amar nada tão intensamente além do dinheiro, eles pensam que nós somos vagabundos ou que apenas queremos aparecer. Na verdade nós somos um bando de lunáticos dedicados a viver integralmente para o seu amor. É por isso que quando alguém põe o pé na minha frente para que eu possa cair, eu vou para casa, choro de ódio, bebo vinho, bato com a cabeça na parede, tomo remédio, falo com a minha terapeuta, vou dormir, e no outro dia estou bem. Até porque descobri que a minha arrogância é mais forte do que qualquer prepotência, e depois de trinta anos de sofrimento, o chão se torna macio igual veludo. Ali embaixo eu deito, cruzo as pernas, aproveito à paisagem, olho para o céu, descanso um pouco, e depois sigo em frente.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Rapaz congolês

Ainda sobre o impacto da morte do rapaz congolês ao ouvir às notícias soube que ele morava nas 5 Bocas em Brás de Pina. Quebrada com a qual tínhamos alguma intimidade, e que até um dia desses estava sofrendo com extremistas cristãos, impulsionados provavelmente por Bolsonaro, pastores de extrema-direita e o se fetiche com a bandeira de Israel, segundo notícias que me chegam, como diria o ilustre Sérgio Cabral Filho. Sobre o sofrimento de sua pátria, e com as terríveis colonizações, ele citou ainda o clássico Coração das Trevas, de Joseph Conrad, que inspirou o filme Apocalipse Now de Francis Ford Copolla, e que é um dos meus livros preferidos. E acrescento à lista O Sonho de Celta de nosso orgulho latino Mario Vargas Llosa, e que nós lemos recentemente aqui em casa. Outra coisa que eu não sabia, era que o quiosque demoníaco levava o nome da nossa querida Tropicália, e que entre os agressores, havia, só para variar, gente das nossas violentas forças de insegurança. E não posso esquecer dos milhares de linchamentos e execuções com os quais não aprendi a conviver.

Escrevo porque preciso

 Ainda havia café, pão com manteiga, arroz, feijão e ovo. A casa cheirava à morte, solidão e carestia. Todo mundo tinha ido embora e eu dormia no chão frio em cima de um lençol com o qual tentava me cobrir. Esqueceram um computador velho com algumas teclas faltando e sem internet. Eu olhava para ele e pensava: “O que posso fazer com isso?” Então escrevi o meu primeiro romance. E lembrei… Shakespeare escrevia por encomenda para sobreviver. Balzac com os credores à sua porta. Dostoiévski, idem. Salinger no campo de batalha. James Joyce com dores terríveis nas costas. Céline com dores, e zumbido no ouvido, mal conseguia dormir por causa das sequelas da guerra. O apagado Proust, como o descreveram, escreveu sua obra numa cama convalescendo. John Fante já debilitado e amputado por causa do diabetes, cego, ditava para a esposa. Lima Barreto bêbado e ignorado pelos baluartes da literatura brasileira, escrevia no hospício. Bukowski, alcoólatra convicto dizia que escrevia para não enlouquecer. Henry Miller esmolava em Paris. Nietzsche sentia dores inimagináveis a maior parte do ano, e ignorado pagou de seu bolso suas últimas edições. Esses são os meus heróis. Dificuldades não são pedras de tropeço, e sim gasolina para a minha inspiração. Eu não escrevo porque eu quero. Eu escrevo porque eu preciso.

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Irvine Welsh

Eu li Trainspotting e disse, Irvine Welsh não vai conseguir escrever um livro melhor que esse. Aí apareceu o Porno, e eu não ia ler porque esse negócio de continuação não dá certo. Mas adorei, e volta e meia eu me lembro dele. É claro que Trainspotting é o terror, pois é o primeiro; sopro, vômito, gozo. Depois eu li o livro dos cozinheiros que trata da inveja, e eu pensava que ele não ia conseguir fugir daquele mundo onde havia se enfiado, e me surpreendi, novamente. E agora cai em minhas mãos este Ectasy, que também eu me recusei a ler, pois é um que contém três estórias curtas, e poucos são os autores que conseguem me convencer com suas estórias curtas. Novamente quebrei a cara. Pirei com o livro, pois mostra o ser humano como ele é, e não como nas literaturas de compadres e comadres. Foda!

Amigos Patriotas

Amigos patriotas, mudança de planos. O Trump agora está defendendo a vacinação porque os seus eleitores estão morrendo e ele não terá quem vote nele nas próximas eleições. Bora nos vacinar para podermos votar em Bolsonaro 2022. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!