Sobre Pessoas Sem Malícia

Eu sempre tive interesse pela psique dos psicopatas. "Talvez você seja um!", "Na minha geladeira só tem comida saudável... não comeria restos humanos.." Eu não me interesso pelos "cínicos", que somos nós, a maior parte da população, as pessoas comuns. O cínico nunca me interessou nem como figura literária. Pois eu gosto de extremos. "Fulano não fede nem cheira", se dizia na Penha, esse tipo de gente me faz bocejar. Agora eu comecei a me interessar pelo que eu vou chamar de "puros", por falta de uma definição científica. Eles realmente existem. No meu realismo extremado, não consegui enxergar isso. São pessoas que simplesmente não conseguem perceber a malícia do mundo. Eles passeiam pela terra como se fossem Pollyannas. No início pensei que fosse fingimento. Eu conheci dois exemplares dessa espécie rara, e pretendo me debruçar sobre eles nos próximos anos. Talvez comece a escrever livros água com açúcar para comadres e compadres ao invés dessas obras recheadas de lunáticos. Pode ser que consiga vender livros para as universidades e ganhe um caraminguá com isso.

Sobre os sonhos utópicos dos movimentos músicas...

Verdadeiros rastas, grunges,  rappers, rockers, punks, e alternativos de toda espécie... É  hora vestir a sua roupa de super-herói. Pegar a velha camisa de flanela, o bermudão e a calça larga. É hora de buscar o carrinho no porão e o velho tênis com silvertape. Vamos pôr nossas barrigas e barbas brancas na pista e arrancar essa molecada fascista de seus quartos, mostrar a eles a cultura, e provocar no mundo a mudança que havíamos prometido. Mas que não fizemos porque chegou a hora de  pagar as contas.

Nem Oito nem Oitenta

 É Proibido Proibir! Frase pichada nós muros franceses durante a primavera de 68 e musicada por Caetano Veloso. Se a vida é feita de ciclos de ordem e caos. Então nem oito nem oitenta. Nem tanto nem tampouco.

Sobre a Criatividade

Fui ler do que se tratava o Squid Game. Mas durante a leitura senti um cheiro de algo requentado, refogado. Pode ser que seja ótimo. Pois existe criatividade inclusive no plágio. Aristóteles dizia que toda estória tem a mesma estrutura. Pondé disse que existem dois ou três tipos de seres humanos. E Nelson Rodrigues: "Um escritor tem duas ou três obsessões..."

Assédio nos dias atuais

 Nenhum ser humano seja ele homem ou mulher pode tocar em outro ser humano sem o seu consentimento. Seja por insinuação sexual ou atitude violenta, e também não se deve ser grosseira (o) com as palavras. Dito isto: Homens... caso a sua colega de trabalho, sabendo que também é solteiro venha a se  engraçar para você... denuncie! Se disser que está elegante ou gostar do seu perfume, denuncie! Se exaltar o seu sorriso ou a sua educação... denuncie! Se te convidar para almoçar e ouvir algum piropo ou cantada, ou galanteio à moda antiga, que possa configurar assédio, denuncie! Flores no dia do aniversário são provas na polícia. Convites para a igreja, idem. Agora... se a sua ex-patroa é famosa, tem dinheiro, e você passou no teste do sofá, mas depois se arrependeu... Eu te aconselho a arrumar um bom advogado que ninguém aqui é bobo nem nada!

Sobre parar de comer carne

Nós somos animais e temos de parar de comer animais. Pois não podemos maltratar outros animais. Mas animais continuarão comendo outros animais. Embora eu reconheça que comer menos carne pode ser melhor para a saúde e mais sustentável para o planeta, não creio que os leões irão pensar assim. Eles precisam de mais proteínas para sobreviver em seu ambiente, pois não ficam o dia inteiro sentados no ar-condicionado e depois vão para casa jogar e pedir i-Food. Será que conseguem se sustentar nas patas? Eu garanto aos protetores de animais que conviver com gente pode ser insuportável... Por isso entendo que gostem mais dos cães e gatos. Só fico triste por existir tanta criança abandonada no mundo. Mas entendo que neste caso a culpa é dos pais deles, e que não é seguro cuidar de um ser humano, pois ele fala, reclama, e às vezes frustra nossas expectativas. Um saco.

Ode ao Tecnopolo de Abrantes

Ah, Tecnopolo...

No começo eu não entendia;

os seus prédios brancos...

as suas salas frias...

Mas hoje.. 

Em teu solo me isolo.

E me consolo.

Em sua solidão.

No monólogo.

Da fábrica psicodélica.

De sua ilha de edição.