Os leitores são raríssimos. Os meus são ainda mais raros. E percebo que os tenho perdido paulatinamente. Devem pensar que eu estou louco por causa das minhas opiniões com as quais não concordam. Mas, para se viver é preciso ter o mínimo de elegância. Não confundo as coisas nem ando por aí discutindo. Hoje, não mais... Em minhas relações evito assuntos polêmicos. Até porque atualmente eles me deixam entediado. Apenas gosto de escrever sobre as minhas reflexões solitárias. Meus sobrinhos que estão no Brasil, e que são crianças inocentes, sabem que sou uma pessoa tranquila no convívio. Fora isto, sinto uma pena imensa de mim mesmo... ah, como eu sinto pena de mim! Fico escrevendo feito um louco para pouquíssima gente. Mesmo com tanto desperdício de papel e de espaço na nuvem. O que serve de consolo é que figuras do naipe de um Kafka ou de um Fernando Pessoa também passaram por isso. Então, nós, os simples mortais, precisamos perseverar fazendo o que nos dá mais prazer; que é escrever.
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