Após pedir um cigarro ele disse: "Neste calor bate maior neurose!" Este é mais um daqueles pobres diabos que ao retornarem da guerra ou da colônia penal ficam dando voltas no quarteirão. Eles violam a lei do silêncio, quebram a liberdade condicional e são arrastados aos órgãos competentes por perturbação da ordem pública, atentado violento ao pudor, excesso de embriaguez, posse de substâncias ilícitas, e principalmente por desacato às autoridades; pois respondem às vozes de prisão com palavras de baixo-calão e ironias. Imobilizados têm as suas caras viradas no asfalto para serem algemados. Dessa vez são enviados ao manicômio judiciário onde passam por um processo de reabilitação. Comem três refeições diárias. Tomam banho. Recebem uma muda de roupas limpas. As suas cabeças são raspadas. Levam choques e mata--leão. Conversam com os assistentes sociais. Reinseridos de volta à sociedade passam os dias nas esquinas pedindo moedas de baixo valor. À noite ainda mais agitados voltam a perturbar a vizinhança trabalhadora que não consegue dormir e presta queixas de suas gargalhadas felizes. E o mesmo ciclo tem reinício.
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