E aí… qual vai ser ano que vem? Mais um ano sem regime… O nutricionista disse que não consegue lembrar da sua aparência. Os ferros da academia sentem saudades. Desde a sua última crise nervosa o psicólogo manda lembranças. O cardiologista perguntou: “Será que eu disse alguma coisa demais?” As ladeiras fazem fofoca para ele sobre você: “Hummm… não sobrevive a cem metros rasos…” A mulher da secretaria do curso está querendo confirmar a sua matrícula até hoje. A professora pergunta o tempo todo se o seu filho é órfão. Se alguém indaga a sua mãe sobre você, ela diz: “Pergunta ao Zuckerberg que ele sabe.” Ela tem razão, pois as fotos sorridentes não param de chegar nas timelines da vida. Mas o remedinho está sempre na mesinha ao lado da cama, caso contrário o sono é pesado e cheio de sobressaltos. A cervejinha gelada é uma constante. Mas o cartão está estourado. A prestação do carro e da casa, idem. O jantar romântico para apimentar a relação sempre fica para depois. Sem a azulzinha nada funciona. Nem a solidão do banheiro ou as delícias virtuais. A sua casa continua precisando de uma faxina, mas você sabe como salvar o país, discute, e esbraveja para defender o seu candidato. Espuma por causa de um time de futebol. Furou o travesseiro todinho com uma faca e pôs a culpa no coitado… “E agora eu vou te foder, espelho falastrão… filho da puta!” Onomatopeia: ploft. Eu precisei acabar com ele.
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