Naquele tempo, se o sujeito
queria ser cantor, ele ia ao Cassino do Chacrinha. Se não cantasse nada recebia
logo uma “cornetada”, era vaiado pela plateia, levava troféu abacaxi, e era
expulso do palco. Agora do quarto ele vira a câmera para si, cola uma frase na
outra, vídeo de um minuto no “Insta”, e pronto. Temos um novo Michael Jackson.
Antigamente se o cara quisesse ser cientista político teria de ser formado por
uma universidade, mestrado, doutorado, pesquisa… E ainda assim era contestado
pelos maiores cérebros do país. Hoje em dia basta criar uma conta no “Face”.
Milhões de cientistas políticos. E ainda se você quisesse ser dançarino teria
de frequentar a Dança de Salão ou procurar o Carlinhos de Jesus, pois se no
baile atrapalhasse a coreografia do “passinho” era jogado para fora da pista de
dança. Hoje em dia é só fazer um vídeo de meio minuto para o TikTok, e John
Travolta está de volta. Aqueles que entendiam de vacina viviam dentro dos
laboratórios. Agora é só baixar o “Zap” e pegar a sua especialização. Toda
família tem os seus. Tudo é mais fácil atualmente. A gente era infeliz e não
sabia.
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