segunda-feira, 11 de maio de 2020

Ela Vai Chegar Agora…

Ela vive no mundo do centro da cidade.
Ela é a minha visão da Avenida Rio Branco.
Deve ter 50 anos, ou mais, quem sabe.
Penso nisto parado na fila do banco.

Ela é discreta com uma postura ereta.
Desfila segura em cima de um salto.
Eu sei a hora que ela vem almoçar,
O coração avisa num sobressalto.

Não sei se vem a pé,
se vem de carro,
ou de metrô.
Sei, foi ela quem me encontrou.
Não sei se é secretária,
executiva, ou funcionária,
ela ainda não me contou.

Um dia desses uma sessão no Odeon.
Depois do filme um chopp no Amarelinho.
Ou quem sabe à noite ir à praia no Leblon.
Foi ela quem parou no meio caminho.

Ouça Sete de Setembro e Rua do Ouvidor.
Não sei de onde ela vem ou onde mora.
Cada segundo é uma imensa demora.
Está na hora ela desceu do táxi agora.

Não sei se vem a pé,
se vem de carro,
ou de metrô.
Sei, foi ela quem me encontrou.
Não sei se é secretária,
executiva, ou funcionária,
ela ainda não me contou.

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