todos os dias eu passo aqui nessa esquina, mais ou menos a essa hora. e, ele, com aquele colete da prefeitura está aqui. mas eu prefiro quando ele não está. pois me arrisco no meio dos carros, a adrenalina sobe pra cabeça, é uma loucura! eu sinto uma vibe parecida com a que um surfista sente perante uma onda gigante. mas os melhores dias são quando ele não está. pois quando ele está, eu tenho que esperar que venha alguma mulher. que alguma mulher me acuda, pois assim como muitos motoristas de ônibus, que só param no ponto se tiver alguma mulher, que ele julgue gostosa, é claro, este cara só fecha o sinal, se tiver alguma mulher por perto. ainda bem que ele não perde tempo escolhendo. a menina com o uniforme da empresa vai atravessar agora. é a sua vez de brilhar, ele gira o apito, e faz o escambau para impressionar a menina. eu vou aproveitar a carona, e atravessar. até mais! a gente se fala...
Delano Valentim é doutorando em Criação Artística pela universidade de Aveiro. Mestre em Estudos Artísticos pela Universidade de Coimbra. Ganhou o prêmio de cinema Gentes e Lugares com o filme Abrantes. O prêmio de literatura As Três Marias da cidade de Odemira com o seu conto Maria. Ganhou o prêmio Novos Autores Fluminenses com o romance Todo Mundo é Jhow! É realizador do filme Hoje é dia de Baile. E foi condecorado com o prêmio Halley por serviços prestados à cultura negra.
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