eu li o caçador de
androides. e gostei da caixa de empatia. do Mercerismo. ou seria Cristianismo,
Budismo, ou Islamismo... são metáforas do livro. e o teste Voight-Kampf para
detectar os androides que ao que me parece são psicopatas, assim com a maioria
de nós, que assim como psicopatas, nós homens da sociedade moderna somos mais
inteligentes. e o preconceito contra os especias, que ao que me parece tem uma
especie de esquizofrenia. assim como a maioria de nós. eu sei disso porque me
observo. e o observo os outros. ainda existem homens "santos" que
conseguem suportar todo esse estresse de viver numa grande cidade, competitiva,
perigosa e veloz. as vezes corremos sem saber porquê. e na maioria das vezes
nossa correria não nos leva a nada. ao invés de desejar mais, desejar menos,
cada vez, menos. mas com a mídia nos aplicando um tratamento de choque, em que
logo depois caímos numa Síndrome de Estocolmo amando aos nossos inimigos. mas
na maioria das vezes, reagimos de maneira violenta. temos uma crise dos nervos,
entramos numa escola atirando, temos um enfarto, ou esganamos o pescoço mais
próximo. a gente segue comendo mais, bebendo mais, fantasiando mais, se
drogando mais, trepando mais, consumindo mais, rezando mais, fazendo cada vez
mais festa, e se entediando cada vez mais com todo o excesso. pois ninguém pode
ser tão feliz. a nossa caixa de empatia é a nossa caixa de remédio tarja preta.
é só engolir uma pílula. assim que funciona a caixa. é só apertar um botão. até
a nossa tristeza normal, por causa do nosso vazio que a certeza da morte causa,
estamos tratando com remédio. seja ele, sexo, cerveja, videogame,
antidepressivo, ou esporte radical. para um tratamento com menos drogas é
preciso tempo. e tempo é tudo o que nós não temos. pois somos uma sociedade
dedicada ao prazer imediato. você pode até trepar com uma androide como fez
Rick Deckard. não, é verdade? quantas pessoas acordam todos os dias ao lado de
androides. androides com botox, bombas, enchimentos, silicones, recauchutadas,
reinventadas, plásticas. bonecas infláveis. assim como no Mercerismo nos
ligamos a todos. todos estamos conectados a internet que funciona como uma
espécie de inconsciente coletivo. virtual. física quântica. androides incapazes
de formular um raciocínio assim como os nossos analfabetos funcionais que
acreditam no que o repórter, ou o pastor diz a eles. que tem como exemplo
de vida o empresário boçal. que teme os vândalos, e os quebra-quebras. o que eu
mais gosto é da depressão do Rick Deckard, e de sua esposa Iran. e a falta de
autoestima que é curada com a compra do animal de estimação. será que Deckard
desejaria tanto qualquer animal de estimação, se eles não estivessem extintos?
é parecido com nosso consumismo que paga por exclusividade. que diz que não sei
o que é uma pedra preciosa só porque é rara. e a nossa incapacidade de lidar
com outros seres humanos, e com outras culturas, descarregando todo nosso amor
aos nossos animai de estimação. mesmo estando conectados com outros seres
humanos 23 horas por dia. o que leva Rick Deckard a entrar em crise, é
justamente uma trepadinha como uma androide. ah, nossos escândalos sexuais, e
quem nunca pecou que atire a primeira pedra! como aquelas atiradas, Wilbur
Mercer. que talvez seja uma fraude. um bufão. apesar de muito coerente em
algumas colocações insatisfatórias. a polícia cobra a Rick Deckard que ele não
sinta empatia por androides, para que isso não atrapalhe o seu trabalho. será
por isso que amamos essas lutas em que se dá porrada no outro, e que o deixa
retardado para o resto da vida, assim como ficou John Isidore. Buster Friendly
que é o comediante que fica vinte e três horas por dia no ar, e que é a pessoa
pública mais importante do mundo, declarou que a terra morreria debaixo de uma
camada, não de pó radioativo. mas de traste. não duvido nada!
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