é um cenário conhecido, uma cena de filme nacional. um bar decadente na rua da zona. num domingo, ou num feriado santo qualquer. três da tarde, aquele sol vespertino, e deprimente. o dono do bar lendo um jornal velho atrás do balcão, com o qual também espanta as moscas. pega a toalhinha que está sobre o balcão e seca o suor da testa. o cheiro de gordura impregna o ar. no boteco adentra um rapaz de outro estado, nordestino, talvez, e que tenta manter algum tipo de raiz com o seu lugar de origem. uma mulher que foge. vai embora com outro. volta para a sua terra. enquanto o rádio ao fundo toca alguma música do Roberto Carlos.
terça-feira, 23 de abril de 2013
terça-feira, 16 de abril de 2013
A Rua dos Quebra-Molas!
naquela esquina sempre colava uma rapaziada. que fumava um baseado, e que fizesse chuva fizesse sol tava sempre ali no carteado. com o tempo ele mesmos fizeram uma proteção contra a chuva. fizeram bancos mesas, e uma churrasqueira de cimento. sem a ajuda da prefeitura. e alguém arrastou um sofá cortesia de uma tia aposentada. existiam uns que praticamente moravam ali. independente das reclamações de "suas" "mulheres" ou da "polícia", ou dos fofoqueiros da rua. o que eles também eram. mas eram eles também que agitavam os blocos de carnaval e as festinhas juninas. e ainda o campeonato de golzinho. ou seja, eles eram imprescindíveis para a economia, cultura e desenvolvimento local. por isso que todo mundo acabava aturando aquela rapaziada que quando exaltada pelo jogo de buraco, falava mais palavrão que o Kid Palavrão. que era o moleque que mais xingava palavrão nas redondezas. numa manhã de sábado de sol escaldante, e de todo mundo sem um puto no bolso. na sexta feira todo mundo se entocou cedo por falta de grana, tudo que era malandro tava liso. olhando pro tempo naquele sol de onze da manhã. um deles com os olhos perdidos na parede da firma do outro lado da rua, disse: vamos fazer quebra-molas! como assim? lá em casa tá cheio de cimento e de material de construção que sobrou da obra do meu pai. e daí? e daí que a gente passa o caderninho, igual nós fizemos na copa pra pintar a rua. pra poder comprar as coisas pra fazer os quebra-molas. e aí todo mundo vai ficar tocado, e vai querer proteger as criancinhas dos atropelamentos, e vai contribuir nem que for com dez contos. é início de mês, e todo mundo tá com dinheiro. um deles disse: rapa, tu é um gênio! dito e feito. rolou toda aquela encenação de recolher dinheiro, e de ir comprar cimento. e a noite aconteceu o maior churrasco que aquela rua já teve. cortesia do pai do rapaz e dono da obra. pelo aniversário do filho que seria comemorado na semana seguinte. e a rua ficou conhecida como A Rua dos Quebra-Molas.
domingo, 14 de abril de 2013
Pé-Sujo!
ele sempre parava naquele bar que fica próximo ao hospital e funciona 24 horas. e parece não fechar em nenhuma data, seja ela, santa ou pagã. um ambiente frequentado por todo tipo de gente, ou melhor, pelo pior tipo de gente. esse que recebe adjetivos como boteco. caga-sangue. pé-sujo. última-gota. onde se encontra o clássico torresmo, a linguiça frita, e os ovos coloridos. amarelos e cor de rosa. onde a maquininha sempre toca Maluco Beleza. debruçado no balcão o cidadão tomava o seu refrigerante, quando adentrou ao local um bêbado conhecido. ele havia pulado o corpo de outro bêbado da redondeza, que derrotado, jazia na porta do bar. esse bêbado que ainda não chegara as vias de fato, um tipo que balança, mas não cai. ou vaso ruim não quebra. disse: cachaça na veia! e depois de cuspir ao apontar o bêbado caído na porta do bar. balão! e se dirigiu até um dos bolsos do bêbado derrotado, e tirou de lá algumas moedas. pôs no balcão, e ordenou: uma cachaça! o dono do distinto estabelecimento, sem pestanejar, serviu-lhe uma dose. depois de furtar o gole do santo, e jogar toda a maldita goela abaixo, o bêbado se encaminhou ao bêbado derrotado e vistoriou o seu outro bolso. puxou um pacote de biscoitos recheados. pôs no balcão. uma cachaça! o dono do ambiente familiar, não teve dúvidas. pegou o pacote, misturou na prateleira com os outros, e depois de uma que desceu na pancada, o bêbado que estava de pé, cedeu e caiu dormindo numa cadeira. o cidadão que tomava o seu refrigerante apoiado no balcão gritou. Caralho!
domingo, 7 de abril de 2013
Assassinos por Natureza!
nada justifica um
assassinato. quando um psicopata empunha uma arma, e todos aqueles que têm
armas são psicopatas, sejam eles das forças de paz da ONU, das polícias
que foram criadas para nos "proteger", ou soldados que protegem
os seus países, ou quem porte uma arma para proteger a sua
família, ou o que quer que seja, é um assassino em potencial. mesmo que se
apodere dessas imundícies ideológicas que justificam atos violentos. Lao Tsé
disse que "a simples existência das instituições é uma prova de
declínio do cárater do homem." se você dirige alcoolizado, você é um
psicopata que gosta de desafiar a morte, e pôr em risco a tua vida, e a vida
dos outros. quando você mata alguém, na verdade, você está matando quem irá
ficar vivo. a pior morte que existe é a morte em vida. andar
arrastando um corpo morto por aí. antigamente se acreditava que os homens
nasciam bons, e que o ambiente os corrompia. hoje, eu acredito, que é o
inverso, nascemos tenebrosos, e talvez alguém faça alguma coisa para mudar
isto. a maior parte de nós, brasileiros, somos extremamente violentos. assim
como a maior parte do povo americano, indiano, mexicano e etc. somos
a favor da pena de morte, que já existe, não institucionalizada.
Justiça é vingança, como já foi dito. e a maior parte de nós, agora,
queremos ter o direito, de se vingar dos marginais ainda mais
jovens. alimentando o ciclo de ódio. para se diminuir a
violência neste país, será necessário mexer no bolso de muita gente
corrupta, e materialista. inclusive de nós, mesmos. nunca o mundo irá viver
numa paz eterna. a não ser que a você acredite em estórias da
carochinha. sempre irá existir um psicopata trancafiando a filha num
porão durante décadas. mesmo num país civilizado. vejo por mim, a minha esposa
pintou os cabelos. eu estou barbudo e cabeludo. um verme ficou rindo da gente
num supermercado. pois o brasileiro é racista e preconceituoso. mas quem
vive com eu vivo, não pode reclamar de chamar a atenção
de imbecis no meio da rua. a intenção é esta. pois sou um transgressor,
e tudo que faço é lutar contra os preconceitos. mas se eu tivesse um revólver
ali, teria matado o desgraçado. ainda bem que pelo menos, aparentemente, sou
contra a violência. igual a todos nós. preferiria morrer. do que matar alguém
em legítima defesa. ao invés de ficar igual o avô de Garcia Marques. que após
voltar de uma guerra em que matou um homem. passou o resto da vida a dizer.
caralho, como pesa a morte em minhas costas!
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