Ontem a minha mina disse que não aguentava ver os crackudos na linha do trem. Eu já estive várias vezes numa cracolândia, e sei que é o inferno na terra. E que só não vê espíritos vagando quem não quer. Eu disse a ela que escrevesse sobre isso para poder desabafar. Nenhum individuo ou grupo tem o poder de mudar nem uma rua se a maioria não quiser. Nelson Mandela não libertou África sozinho. Alemanha nazista não era Hitler. O ministro Joaquim Barbosa não é o salvador da pátria. O Brasil não funciona. O apoio a cultura é ridículo. A educação é uma piada. E a saúde pública não existe. O sonho de mudar o mundo hoje é patético. O que tem feito o mundo avançar em alguns pontos é a sua própria história. Não há nada que garanta que uma ação vá ter um efeito imediato. Ou mesmo que vá ter um efeito a longo prazo. O quê não nos exime de fazermos a nossa parte. Não só para que possamos deitar tranquilos no travesseiro. Mas sim porque alguma coisa nos diz que a harmonia é o melhor negócio. Quando eu não jogo papel no chão, não faço isso por causa de uma propaganda, porque não tem ninguém vendo, ou porque alguém me disse que não deveria fazer. Faço porque junto a toda a informação que recebi, cheguei a conclusão de que realmente é o certo. Mas podia ter concluído o contrário. Sem essa pieguice de que mundo eu vou deixar para os meus filhos. Ninguém pode se anular como individuo em prol da sociedade. Mesmo nesta época do politicamente correto. Até porque quando somos bonzinhos, não nos desvencilhamos da sociedade. Nós somos o mal e o bem que habita nela. Eu também mato, estupro, e roubo. Embora não seja eu quem puxe o gatilho. Ninguém pode carregar o fardo. Até porque só muda quem está em dúvida. As verdadeiras vítimas são minoria. O Brasil é assim porque nós brasileiros queremos ou deixamos que ele fique assim. E mesmo que tenhamos avanços nas áreas mais críticas, nada nos garante que vamos evoluir como sociedade, ou que seremos felizes, que acredito ser o objetivo final. Em países ricos malucos entram em lugares atirando. E é onde estão os maiores índices de suicídios Por isso o pensamento não pode estar restrito a uma época, ou situação que normalmente é passageira. Mesmo para a minha filosofia teen.
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