Quando Hugh Hefner fundou a revista Playboy, ele tinha a intenção de pôr na capa uma mulher de carne e osso que pudesse ser uma vizinha. Assim como a atriz Kristen Stewart que traiu o mocinho indo de encontro à imagem que o seu rostinho angelical representava, Suzane Richthofen nos decepcionou. A sociedade tem dificuldade em aceitar ricos assassinos. Como se o dinheiro tivesse uma capacidade redentora. Provavelmente Suzane é psicopata. Na época o argumento para o destaque do caso foi o parricídio. Mas qualquer leitor de diários sanguinolentos sabe que todos os dias um pobretão enche a cara de cachaça, mata a família, e vai ao cinema. Os casos ganham nomes na imprensa quando algum dos envolvidos, vítima ou agressor instiga nossa curiosidade. Por isso que o caso se chama Suzane Richthofen, e não O Caso dos Irmãos Cravinhos. Assim como O Caso Eloá (vítima), O Caso Isabela Nardoni (vítima), O Caso Bruno (agressor), e O Caso Elise Matsunaga (agressor). Ontem assisti a uma reportagem totalmente tendenciosa, em que os dois marmanjos eram colocados como vítimas inocentes da loura demoníaca. Se a gente fosse falar de frieza, como um adolescente, para quem o contrário do amor é o ódio, eles são tão frios quanto ela! Pois trucidaram aquele casal simplesmente por causa da grana. Não creio que a motivação fossem os supostos abusos, pois lucrariam muito mais indo à polícia e se livrando do pai, que preso ainda ia deixar uma grana para que curtissem em paz. O tom da reportagem foi que o namorado cometeu o crime motivado por sua paixão hollywoodiana. A imprensa ama Suzane, assim como ama Elise. Ela constrói o mito para vender mais. Mesmo que exista uma Suzane em cada esquina, sem o rostinho que representa nosso padrão de beleza atual. Sendo assim não conseguimos nos distanciar para que justiça seja feita. Como um amigo meu disse: eu acredito que o Bruno matou a amante, mas em qualquer país do mundo ele estaria solto, pois sem corpo não há crime. Como disse Hélio Luz: será que o povo brasileiro quer uma polícia justa? Para que a justiça sempre acontecesse, nós teríamos que deixar de lado nossas paixões (vingança).
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