terça-feira, 18 de outubro de 2011

Como Se Samuel, Fosse Eduardo

Eduardo chamou Samuel. Samuel. Vamos à outra rua? A outra rua é a rua paralela a rua de paralelepípedo em que eles moram. Samuel disse: não. Eduardo disse: tá. Samuel não quis ir não sabe nem por que, se sua mãe nem estava lá. Mas simplesmente não quis brincar. Preferiu assistir desenho. Eduardo atravessou aquele corredor imenso, e cheio de casinhas, que dá para outra rua. A senhora que estava no tanque viu Eduardo passando. Se o corredor estivesse cheio, talvez ele parasse para conversar com as outras crianças. Mas àquela hora estava vazio. Ninguém havia chegado da escola, ainda. O caminhão. Samuel só ouvia falar daquele caminhão. Ele ainda ia ouvir falar muito daquele caminhão, que nunca viu. E talvez crescesse, e o caminhão, quem sabe. A mãe de Samuel ao chegar do trabalho abraçou o filho e beijou de maneira que ele nunca viu. E depois ela o puxou para aquela casinha do corredor ao lado, em que Eduardo vivia com a mãe e o pai. Samuel teve que contar a ida de Eduardo a sua casa mil vezes. E nunca esqueceu a maneira como a mãe de Eduardo o abraço e beijou. Como se Samuel, fosse Eduardo.

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