sexta-feira, 21 de outubro de 2011
A Vida Literária
Ele olhou para a tela do computador. Talvez tenha tido um “bloqueio
criativo”, como dizem àqueles escritores que nunca tem o que dizer. E o papel
que não é papel ou a folha que não é folha, em branco, na tela. E pensou. Pro diabo!
Não sou obrigado a escrever essas porcarias... Pegou uma música que não saía da
cabeça, e saiu assobiando. Viu a pichação de parede. A sujeira dos garis. A fumaça
que os carros soltam com a expiração. Os camelôs repletos de DVDs piratas. A criança
com cara e uniforme de escola pública. O solzinho que há dias não dava as caras.
E pensou. A vida continua literária.
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