A crítica aos trabalhos artísticos é uma bobagem. Pensar que existe um critério para julgar uma obra de arte é uma idiotice. Só os imbecis podem julgar algo intuitivo e subjetivo.
sábado, 16 de março de 2024
Raulseixista
Começou quando eu tinha quinze anos. Comecei a ouvir boleros, deixei a barba crescer, passei a usar óculos escuros. Disseram quê essa breguice toda era uma moda passageira. Se era ou não, não sei. Só sei que perdura até hoje.
As pessoas passam por nossas vidas
As pessoas passam por nossas vidas. É como a música de Milton Nascimento diz: "A hora do encontro é também despedida..." Fico pensando em tanta gente que conheci, com as quais passei algum momento, e que hoje já não tenho nenhum contato. Nem tudo as redes sociais resolvem. O que foi feito de fulano? O que aconteceu com beltrana? Será que ainda estão vivos? Será que sabem o quanto foi agradável ter desfrutado das suas companhias? E o quanto me arrependo de não ter mostrado isso na época? Vá saber. É assim. Infelizmente. Faz parte. As pessoas passam. Fica a saudade. A inspiração é pouca. Cheia de lugares comuns. Mas o sentimento é verdadeiro. Posso dizer que o que sinto é saudade.
quarta-feira, 13 de março de 2024
Ás vezes o silêncio
Às vezes o silêncio.
Nenhuma trilha sonora.
Nenhum som ambiente.
Nada.
Nada mais que o silêncio.
Às vezes o silêncio.
Sem nenhum trator.
Sem nenhum motor.
Sem sol, lá, ou dó.
Só.
Só.
Só.
O silêncio.
terça-feira, 12 de março de 2024
Beatlemania
Nós somos os órfãos da beatlemania. Nós que acompanhamos os Beatles desde o Cavern Club. Não ficamos tristes apenas quando a banda acabou. Nós estamos tristes desde quando eles deixaram de tocar exclusivamente, e deixamos de ser o seu público alvo e cativo. Antes daquela treta de John Lennon e o sonho acabou. Só nos resta ouvir Martha My Dear no rádio nessas manhãs de sol. A começar por seu piano de introdução … e sair a caminhar debaixo das árvores.
Eu converso com a tela em branco
Eu converso com a tela em branco. Quando se escreve para ninguém é isso que se faz. Como num diálogo interno. Ninguém sabe porque um escritor cisma em escrever, mesmo não tendo a mais remota chance de publicar. São tantos. Eu não sou o único. Parece que arriscamos alguma companhia. Deve ser isto o que almejamos: ter alguém com quem conversar. O tempo todo. Falam também do prazer. Um satisfazer solitário, talvez. Como a masturbação. Qual graça tem praticar esse hobby na solidão do quarto como se fosse um dever. Entupir caixas de livros, os armários de contos, e os blogs de crônicas. Talvez por não ter a mínima habilidade social para puxar assunto. Mesmo fantasiando conversar com inúmeras pessoas ao mesmo tempo. Só nos resta escrever. Talvez seja destino. Outros irão romantizar e dizer que é o que eles conseguem fazer. A verdade é que ninguém sabe o porquê disso.