Não há mais letras para decorar...
ou canções para serem gravadas.
Simplesmente acabou a música.
Assim como acabou o teatro,
a literatura,
e o cinema.
É uma pena.
Entendo que agora vivemos em outra época. Mas eu que experimentei o mundo no passado, estou de saco cheio de ouvir música digitalizada. Vou comprar uma vitrola e discos de vinil só para sentir aquela emoção de colecionador. Ouvirei os conceitos do conjunto da obra. A música na nuvem parece dispersa.
Ontem um homem de vinte anos em atitude suspeita foi abordado por dois policiais. O cidadão se encontrava agachado, e quando perguntado o quê fazia naquela posição, ele disse estar à procura de uma moeda. Ao sentir um forte odor, os policiais pediram para o revistar, e descobriram um estupefaciente em sua posse. Indagado sobre a origem da substância, o homem respondeu que a havia ganhado de um desconhecido na praça. Os policiais argumentaram que a posse de determinadas substâncias é ilegal, e que ele teria de ser autuado em flagrante e levado à delegacia. No que o homem argumentou que estava sendo preso por causa de uma planta. Independente de suas indagações, ele foi recolhido e o material apreendido. Como penalidade o homem terá de pagar dez cestas básicas e frequentar um programa de esclarecimentos sobre o uso de substâncias ilícitas para que possa ser reinserido à sociedade.
A compulsão sexual acaba com a dignidade. Ela toma conta do cotidiano de sua vítima. Ninguém sabe o que leva a esse tipo de comportamento. Mas, provavelmente, como a maior parte dos vícios, ele está relacionado a alguma carência que faz com que a pessoa queira ocupar esse vazio. É o vício menos levado a sério por estar associado a um prazer supostamente "natural". Em discursos machistas, o homem que mantém essas práticas é visto como "normal". Já as mulheres podem ser muito "malvistas". Preconceitos que tumultuam a busca por uma vida de melhor qualidade. A Internet parece ter potencializado o número de sexólicos, pois a busca por pornografia foi facilitada com o advento da rede. Com certeza é um dos vícios mais nocivos, já que a substância em que se está viciado se encontra no próprio corpo. Sendo a satisfação de muito fácil acesso. Esse deleite não se esgota, e o doente viciado caminha em círculos descendo cada vez mais fundo pulando de uma prática à outra sempre com a desculpa de que a atual está satisfeita. O compulsivo sexual gasta dinheiro em demasia, prejudica a qualidade de seus relacionamentos, de seu sono, arrisca a sua saúde e a dos outros, passa a ter dificuldades no trabalho e nos estudos, desenvolve vícios em outras substâncias, e pode chegar ao ponto de como em qualquer droga, emagrecer e negligenciar os seus cuidados. Quando procura ajuda não é raro ouvir que "não passa de sem vergonhice", ou "quem não queria ter um vício desses?" Com a facilidade do acesso ao sexo, e o preconceito, essa doença tem avançado a cada dia, contaminando cada vez mais jovens. A sociedade evita o assunto, e poucos profissionais das áreas de saúde mental estão prontos para lidar com o problema. Os viciados se escondem nas sombras e temem ser rechaçados. Por isso, se encontram sozinhos. É difícil saber qual é o limite entre o sexo saudável e o obsessivo, mas provavelmente é o quanto prejudica a vida de uma pessoa.
Havia assistido esse filme ainda criança. De madrugada. Ele passou na televisão. Naquela época eu não tinha como encontrá-lo. Não havia nem videocassete na minha família. Fiquei décadas com esse filme na cabeça. Só lembrava que a menina loura fugia de moto com o cara e que no caminho eles iam assaltando. Há uns três anos atrás eu estava procurando material sobre psicopatas e ouvi algo dizendo que esse filme contava a história de um deles. Fui atrás do filme, mas quando começou não tive dúvidas. Era o filme que eu procurava há décadas. O filme é mais maravilhoso do que eu pensei quando criança.