A compulsão sexual acaba com a dignidade. Ela toma conta do cotidiano de sua vítima. Ninguém sabe o que leva a esse tipo de comportamento. Mas, provavelmente, como a maior parte dos vícios, ele está relacionado a alguma carência que faz com que a pessoa queira ocupar esse vazio. É o vício menos levado a sério por estar associado a um prazer supostamente "natural". Em discursos machistas, o homem que mantém essas práticas é visto como "normal". Já as mulheres podem ser muito "malvistas". Preconceitos que tumultuam a busca por uma vida de melhor qualidade. A Internet parece ter potencializado o número de sexólicos, pois a busca por pornografia foi facilitada com o advento da rede. Com certeza é um dos vícios mais nocivos, já que a substância em que se está viciado se encontra no próprio corpo. Sendo a satisfação de muito fácil acesso. Esse deleite não se esgota, e o doente viciado caminha em círculos descendo cada vez mais fundo pulando de uma prática à outra sempre com a desculpa de que a atual está satisfeita. O compulsivo sexual gasta dinheiro em demasia, prejudica a qualidade de seus relacionamentos, de seu sono, arrisca a sua saúde e a dos outros, passa a ter dificuldades no trabalho e nos estudos, desenvolve vícios em outras substâncias, e pode chegar ao ponto de como em qualquer droga, emagrecer e negligenciar os seus cuidados. Quando procura ajuda não é raro ouvir que "não passa de sem vergonhice", ou "quem não queria ter um vício desses?" Com a facilidade do acesso ao sexo, e o preconceito, essa doença tem avançado a cada dia, contaminando cada vez mais jovens. A sociedade evita o assunto, e poucos profissionais das áreas de saúde mental estão prontos para lidar com o problema. Os viciados se escondem nas sombras e temem ser rechaçados. Por isso, se encontram sozinhos. É difícil saber qual é o limite entre o sexo saudável e o obsessivo, mas provavelmente é o quanto prejudica a vida de uma pessoa.
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