sábado, 5 de fevereiro de 2022

Letras de músicas brasileiras

Pouca leitura, nenhuma educação,

muitacachaça, e muita internet.

Letra na música popular brasileira?

Ninguém merece, então, esquece!

Seja no samba, no rock, ou na MPB,

no funk, sertanejo, ou no tal hip-hop.

Vejo surgir uma porção, muita gente,

mas nada inteligente, realmente top.

O que tem é discurso e bom blablablá,

muita conversa fiada, e perfumaria.

O meu coração precisa é de choque,

ele deseja berrar: "Isso, sim, é poesia!"

Os últimos tem mais de cinquenta.

Poucos do inicio dos anos noventa.

Os outros estão com setenta, oitenta,

até quando será que esta gente aguenta?

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

O Brasil tem um problema

O imbróglio do Brasil é tão grande que as pessoas (sabiamente) estão lutando contra uma injustiça que aconteceu agora, e já esqueceram os inúmeros assassinatos anteriores que ainda não foram resolvidos. Enquanto existirem casos em aberto e questões não respondidas isso nunca vai diminuir. A questão está além do racismo e do preconceito de quem quer que seja. Essas lutas são autênticas, mas a cova brasileira é bem mais profunda. Os negros americanos têm problemas com o racismo. O povo brasileiro tem o racismo e todos os outros tipos de problemas. O país tem um sistema de justiça historicamente falido que privilegia quem paga e faz com que a agressividade fique entranhada na pele de quem sabe que não será punido.

Uber

Escuta essa... Um cara entra num Uber numa rua do Rio. Papo vai, papo vem, pagode no rádio, sabe como é, futebol, e o Uber diz: "País, filho da puta! Todos os meus amigos viraram Uber!" O cara vira para o Uber e diz: "Eu também sou Uber!" O Uber olha assustado para ele: "Por quê tá aqui?", "Estou indo buscar o meu carro no conserto. Tá foda..." , "Tá foda..." É a conclusão à qual chegam.

Xennial

Eu sou um Xennial, nasci entre os Xis e esses molengas dos Millennials. Fomos os últimos a criarem os seus próprios brinquedos e a nos reunirmos espontaneamente, o que fortalecia a cultura e estimulava tanto a criatividade quanto o pensamento. Daqui para frente o que há é um bando de abobados que imaginam serem avatares e hologramas. Acabou! É o fim!

Constantin Stanislavski

Uma das maiores técnicas da arte do ator é o Se Mágico de Constantin Stanislavski, que consiste em se pôr no lugar do outro, e pensar: "E se eu fosse ele, como eu agiria? Se eu estivesse nesta situação, o que sentiria?" Você precisa defenderem a personagem, e talvez seja alguém com quem não concorde. Existe um outro exercício de teatro em que os atores participam de um debate em que mudam de opinião, e são orientados a defender o ponto de vista ao qual estavam atacando anteriormente. São ensinamentos para a vida. Vou tentar segui-los.

Esforços

 Vamos tentar valorizar o trabalho das pessoas. Não é preciso ir com a cara de ninguém. Temos de contabilizar esforços. É preciso esquecer as simpatias. Digo de coração, como um advogado de si mesmo, já conheci muito artista vagabundo e canalha, mas que respeito a sua história, empenho e talento. Tento não pôr as minhas expectativas nas pessoas. Caso contrário, não irei ver, nem assistir, nem ouvir nada. Até porque no quesito ser humano é sempre o sujo falando do mal lavado.

O Fim

Charles Chaplin vai embora sozinho ou com o cachorro e o garoto balançado a sua bengala caminhando na linha do trem. É o mesmo final de Pixote, depois de Betty Faria não querer fazer sexo com ele. Pobre menino, volta para São Paulo caminhando pela linha do trem. Com naquela foto das casas das avós do menino na linha do trem, vestido de cowboy e com a bunda de fora. É o mesmo final do Didi indo embora sozinho, no fim o Didi nunca fica com a mulher, apesar de ser o protagonista, nunca se dá bem. É o Russo do Chacrinha, indo embora sozinho naquele documentário, de chinelos, naquela rua triste do subúrbio. Acabou, chega, é o fim. Foi todo aquele turbilhão, foram tantas emoções, mas acabou. Aquilo foi só um momento. É assim nos filmes, e é assim também na vida.