Preços no Brasil de Bolsonaro

500 gramas de café 18 reais. Eu com dezoito euros aqui fico bêbado de café. Devem ter jogado Rivotril na água, por isso o brasileiro fica embriagado com praia, cerveja, churrasco e Big Brother. E a frase da moda é: "Bora ser feliz!", "Vai ser feliz no inferno, capeta!'' Mas é o que Bolsonaro diz: "O brasileiro é forte, mergulha no esgoto." Euclides da Cunha disse: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte!", mas o sertanejo de Euclides da Cunha não é esse  bonitinho da música ruim não, e sim aquele jagunço feioso de Canudos, que se pegasse o Bolsonaro e sua quadrilha acabaria com eles igual fez daquelas vezes, lembra? Quando os militares tomaram coça direto, e só derrubaram Canudos, depois, na covardia.  

Partygate

Um dia desses Boris Johnson com o seu cabelo espichado e bonito igual o meu, estava chamando os manifestantes de vagabundos maconheiros. Ironia do destino, o seu pai era o primeiro da fila. Agora ele está prestes a cair na Partygate. Mas eu fico imaginando as festas... Cheias de carreiras... de modelos... de moral. 

Diariamente

Isto não é um teclado e sim um spray. Isto não é uma tela e sim uma parede onde eu rabisco as minhas ideias todos os dias, igual Samo, antes de conhecer Madonna e Andy Warhol. Eu me filmo diariamente como Ai Weiwei por causa do governo chinês. Mark Zuckerberg fica doido. "Cadê as fotos fofinhas, porra!" Eu canto Titãs para ele: "Oncinha pintada, zebrinha listrada, coelhinho peludo... Vão se foder!", "A minha fonte abundante de versos... Jah faz com que não seque.", emendo com Black Alien. - Vamos? - Estou no banheiro... Já vou!

Vaso ruim não quebra

Depois que a Rússia invadir a Ucrânia, o país ficará igual ao Brasil após a invasão norte-coreana. Existem previsões de décadas para a humanidade ocupar outro planeta. Ou seja, antes do sol apagar. E tudo indica que a primeira vítima será Marte. Imagina perder a sua solidão vermelha e poética para um bando de predadores. Vaso ruim não quebra!

Escrevo para poucos

Eu tenho milhões de inspirações. 

Bilhões de ideias. 

Trilhões de palavras. 

Mas, escrevo, para poucos. 

Muitos... poucos.

Saudade da minha mãe

Hoje eu fui tomar a terceira dose lembrei da minha mãe tímida puxando àquele garotinho tímido pelas ruas de Caxias. Se fechar os olhos consigo visualizar o cartãozinho de vacinação com os quadrados informando quais foram tomadas. Não tomar uma vacina naquele tempo poderia deixar uma pessoa deficiente por causa da paralisia infantil. Antigamente as vacinas tinham alguma reação. Era normal. Ninguém ligava. Saudades da minha mãe... ela só estudou até à antiga quinta série, mas foi em colégio de freiras. Saiu por causa da matemática. Minha mãe possuía uma letra impecável em se caderno de orações. Eles tinham uma caligrafia linda antigamente, o sujeito precisava estudar mesmo, caso não, não conseguia passar de ano. Haviam ditados, era preciso saber ler... que saudade da minha mãe! Por falar em vacinas... eu lembro de uma geração inteira que foi dizimada pela AIDS, tanta gente bacana. Hoje em dia a ciência faz com que os seus portadores vivam mais e melhor, por isso muita gente nem liga para usar camisinha, pois não vê gente morrendo à sua frente como nos vimos. Voltando à minha mãe, que saudade!

Senso de socialização

Você conhece o Nelo? Ele era um rapaz comum como qualquer um de nós. Ia trabalhar de dia, à noite à escola, e passava boa parte do tempo livre em frente ao computador. Quando o tal colega de classe convidou o Nelo para uma daquelas reuniões. No início ele achou tudo meio esquisito, e o pessoal com ideias bastante radicais. Mas agora tinha onde ir aos sábados, conquistou amigos, uma namorada, e principalmente àquele grupo social onde foi acolhido. Assim Nelo virou quem é hoje, por causa desse senso de socialização. As crenças e ideologias ajudaram Nelo na afirmação de sua personalidade, e criaram a justificativa para a sua vida. Em alguns momentos ele nem acredita no que está dizendo, mas diz assim mesmo. Fico feliz por Nelo ter encontrado a si mesmo.