quinta-feira, 14 de março de 2013

Galinha Pintadinha Volume 3...

como escritor eu sou um fracasso. e como cantor idem. então decidi acumular a função de babá em meio expediente. para ver se consigo ter alguma função social. a primeira cobaia é o meu sobrinho mais velho, de sete meses. espero que a segunda seja o meu sobrinho caçula, de um mês. a minha irmã deixa o moleque e diz. eu trouxe o DVD. ele gosta da Galinha Pintadinha Volume 3! quando me dei conta do tempo, não havia produzido nada. pois passei umas duas horas na sua brincadeira preferida que é pular. mas depois de algum tempo o braço começa a doer. parti para o DVD. o primogênito ficou todo serelepe. batia no carrinho como se fosse uma percussão. e falava uma porção de coisas em sua língua. ao terminar o vídeo, pus algum outro para relembrar a minha infância. tipo, Balão Mágico. logo no início ele não deu muita bola, e virou para o lado. tentei um desenho. nada. talvez ele só goste de vídeos com música, pensei. nada. bocejou. e fez questão de não olhar para a tevê. eu pensei, caraca, o moleque tá bolado! então apelei para o Galinha Pintadinha Volume 1. para que ele não ficasse ouvindo a mesma coisa. a reação de indiferença, foi a mesma. dava para ver o enfado em seu semblante infantil. pulei para o Volume 2. ele me olhou como se eu fosse incapaz de compreender a vontade alheia. não fui na guerra. cedi. e pus a Galinha Pintadinha Volume 3. ele voltou a batucar e sorrir sucessivamente... em apenas dois dias decorei todas as letras do álbum Galinha Pintadinha Volume 3...

terça-feira, 12 de março de 2013

segunda-feira, 11 de março de 2013

A Notícia Que Passou Batida!

não sei nada de política. e muito menos de geografia ou história. pois nos dias dessas aulas normalmente chovia, e eu me sentia impossibilitado de ir a escola. pois ficar embaixo dos lençóis era sempre mais agradável  tenho consciência do meu semianalfalbetismo. embora os noticiários estejam repletos, do pastor racista e homofóbico, da Doutora Morte, e do cadáver do Hugo Chaves, ainda fresco, uma noticia me chamou atenção. aquele presidente, ditador, ou sei lá o quê, de uma das Coreias  que está ameaçando botar tudo pelos ares. e a sua vizinha, a presidenta, ou sei lá o quê da outra Coréia, que ao invés de acalmar os ânimos, disse que se ele vier vai ter briga. os Estados Unidos, por sua vez, que são os "mediadores" de conflitos mundiais, ao invés de colocar panos quentes, foi meter o dedo na cara do Ping não sei das quantas. acredito que seja melhor pedir a ele, pelo amor de deus, que não faça isso. pois nós não sabemos que tipo de maluco está com o dedo no botão. deixei de acreditar que isso só acontece em filme. e temo muito pelo futuro. embora este conflito possa parecer distante, se acontecer alguma coisa lá, vai refletir aqui, provavelmente, e do jeito que os ânimos estão exaltados, vai sobrar para muita gente. e nós não sabemos realmente qual é o poderio desses chefes de estado. penso que mesmo nós aqui, que não apitamos em nada. devemos começar a nos preocupar com o que acontece lá fora no mundo. eu sei que nós aqui já temos nossos problemas. e por falar nisso, qual é o próximo jogo da Libertadores?

sexta-feira, 8 de março de 2013

Feliz Dia das Mulheres...

a produtora na sala conversa com a minha esposa. ela tem dois filhos e tem dez anos de casada. cara, o meu marido ele, é incapaz de trocar uma ideia dessa que nós estamos trocando aqui. a minha esposa ri complacente. a produtora usa óculos, tem cabelos vermelhos, e tatuagens. eu a imagino quando avó. ela diz: ele ficou feliz da vida que conseguiu ler um livro do Paulo Coelho. Coitado, mal sabe ele que os intelectuais são obrigados a odiar o Paulo Coelho. ele disse que leu o Paulo Coelho para todos os meus amigos como se eles achassem o máximo... um dia eu perguntei a ele quem era o seu maior ídolo, sabe o que respondeu? Zico, sim, o homem mais útil da humanidade para ele, é o Zico. como eu ia explicar que o meu é o Nietzsche? coitadinho do bichinho, mas gosto tanto dele. cuida tão bem das crianças... menina tem de ver o amor que ele tem pelos pequenos. é tão carinhoso comigo... o meu marido é o cara! ela sorri. a minha esposa sorri. eu penso. feliz dia das mulheres...

quinta-feira, 7 de março de 2013

Mais Leitura Menos Televisão...

assisti um documentário em que um cara diz que a leitura é a atividade mais criativa dos seres humanos. quando a diretora de uma escola municipal aqui da Penha, que tem uma das avaliações mais altas ao longo da história, foi indagada sobre o aproveitamento dos alunos, ela disse que a diferença é que uma vez por semana durante meia-hora, eles podem escolher o que quiser para ler. é uma tradição da escola. assisti num programa de tevê, um casal que educa seu filho em casa, com ótimo rendimento, dizer que ele não é obrigado a estudar, e sim a ler o que quiser durante meia-hora todos os dias. Machado de Assis. autodidata. Nelson Rodrigues. autodidata. Plínio Marcos. autodidata. e por aí vai... não tenho dúvida que o que fez a diferença na vida desses ídolos foi a leitura, e o convívio com a palavra. mesmo num tempo em que ainda existia educação no Brasil. um dos filhos de outro casal que foi educado em casa, passou no vestibular de medicina (acho), aos doze anos de idade, só de sacanagem, para mostrar que era capaz. e hoje ele, e seu irmão tem uma carreira bem sucedida na área de informática. é lógico que não se trata apenas disso. embora toda obrigação seja um porre. pois o pai do moleque que é obrigado a leitura diária, diz que a escola não educa o alundo para ser humano. é isso que a leitura, sem direcionamento, faz. ela quebra barreiras. preconceitos. abre as portas para o senso crítico e para a criatividade. pois ter habilidade, é diferente, de ter sabedoria. a educação formal, na maioria dos casos, te dá habilidades. mas não sabedoria. um prêmio Nobel pode ser um imbecil com o qual eu não consiga trocar um dedo de prosa na Rio Branco. nesta época de democratização da informação. a busca do conhecimento tende a ser ignorada por todas as facilidades embutidas nela. basta ver o que as pessoas mais procuram na internet. então quem tiver conhecimento, terá tudo. como sempre. leia em pé no ônibus. sentado na privada. ou enquanto espera na fila. sempre há um espaço para a leitura. e por mais insignificante que ele seja, daqui a algum tempo você verá que aquilo que leu naquele livro, irá servir para alguma coisa. televisão não. a televisão explora o sensacionalismo. com rara exceções. e noticiário faz mal ao espírito. evite principalmente os noticiários.

domingo, 3 de março de 2013

Renato Russo, Raul Seixas... (Cultura Pop)

eu não vou usar a minha caneta para danificar a imagem de pessoas que admiro. ainda mais agora que estão "mortas" e não podem se defender. então se você é um analfabeto funcional igual a maior parte da população que não consegue ler um livro por ano,  e nem consegue  interpretar o que lê, por favor, não vá sair por aí dizendo que falei mal deles. mas não deixe de ler para que pegue o hábito. Renato Russo é um letrista de uma classe suntuosa. alcançada por poucos, como Chico Buarque e Cartola Ou Jorge Aragão. uma poesia extrema. já o Raul era a criatividade em pessoa. não acredito em comparações, mas mal comparando, o Renato Russo é uma espécie de Rimbaud para a letra de música. o Raul junto do Caetano e do Gil, foi o artista que talvez mais tenha experimentado estilos musicais. quem vê o Raul como roqueiro não conhece a sua obra. pois ele é roqueiro, também. o Raul é o maior propagador da liberdade na letra de música. assim como Henry Miller para a literatura. o Brasil tem os maiores letristas do mundo. e normalmente os ídolos são superados. eu vi isso com os meus próprios olhos. Gilberto Gil destruiu no show em Copacabana e depois... acontece que nós falamos português. talvez por isso tenhamos os melhores letristas. embora as regras do português sejam idiotas, o português é uma língua com mais recursos. e talvez por tudo que fuja do inglês nossos artistas não tenham um status maior, como tem aqueles que escrevem  nessa língua como Lennon, Shakespeare, Dylan e Marley. você pode ficar puto por não ganhar um Oscar por causa do preconceito. mas também não pode achar que o Oscar seja importante. ou o prêmio Nobel , que ainda não temos. ou o que quer que seja. sei lá, um novo papa. ou santo. mas nós podemos construir um país que não precise de nada disso. embora eu saiba que só um milagre... assisti o documentário sobre o Raul, que é o melhor documentário que assisti sobre um ídolo até agora. gostei que apareceu todo mundo que faz parte da história do Raul. foram entrevistados os familiares. as mulheres americanas e suas filhas, todo mundo. adorei o final com o Caetano dizendo: Raul, as pessoas não morrem! mas o Raul se matou. assim como o Renato Russo. a Amy Winehouse. e o Kurt Cobain. esses se mataram porque queriam virar mártires. outras pessoas como o Cazuza e o Tim Maia não queriam morrer. esses parecem ter feito de tudo para facilitar as coisas. no documentário Rock Brasília tem uma hora em que o Dado diz: quebrar hotel... sabe aquela coisa de biografia... cortar os pulsos (adolescente) e chamar a  mãe... o próprio Renato havia dito que as pessoas gostavam de ver o Kurt Cobain se destruindo. no Rock Brasília mostra como o Renato manipula a sua própria história de ídolo. não julgo quem faz isso. que evidente naquela confusão em Brasília. ele podia ter tocado músicas de andamento menor para esfriar o público. mas ele ataca, vai pra cima. ou pelo menos a edição do documentário dá essa impressão. e tem uma hora em que ele conta uma história em que debocha de um usuário de drogas. debochar de drogas de frente para um público que em boa parte  é por drogados putos que esperaram por mais de duas horas a Legião. as biografias sobre o Renato Russo, e olha que eu já li três delas, talvez as principais. não conseguiram me explicar porque aquilo tudo aconteceu. por isso nunca entendi aquele dia. sempre me perguntava. pô, o público ficou puto com ele? e o Renato ainda chama Brasília de cidade de merda ou coisa parecida. eu posso falar mal da minha cidade, você não. decifrado o enigma. nossos ídolos são de carne osso. eu vi Paul McCartney no Engenhão, o homem que revolucionou a música pop, e que é o Beatle mais vanguarda. tudo indica que fuma maconha até hoje. e mais importante que isso, está vivo. isso para não falar no Chico, Caetano, Dylan... então acredito que para a criatividade não exista uma época. assim como quando surgiu o Nirvana ninguém acreditava que o rock and roll a música dos nossos colonizadores fosse se renovar, e veio o grunge e toda aquela história. e assim eu vi surgir a Amy e lançar um dos melhores discos do mundo. misturando o que ouviu do jazz com o hip-hop. assim como aquele disco da Lauryn Hill, o Chico Science e a Nação Zumbi, os Racionais, e até bandas como o Strokes, que eu, considero tão boa quanto bandas que eles mesmos idolatram. nossos ídolos as vezes são vítimas da nossa própria idolatria. mas nem sempre morrem de overdose. as vezes morrem com cem anos, felizes da vida, e com uma vida toda equilibrada. isso também é atitude. eca.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Nelsonrodrigueano

o rapaz é um casto. um puro. parece um bebê gigante. um bonecão do posto. tem os traços finos e delicados de uma adolescente carola. a secretaria diz: homem nenhum faz mais as unhas... Edgar faz as unhas. as mãos são impecáveis. aparenta ter bem menos idade, diz a copeira. os amigos de infância dizem: Edgar tomou formol! o rapaz é de uma educação finíssima. clássica. um gentleman perdido na selva tropical. trabalha num desses prédios da Presidente Vargas. é funcionário público. a mulher, Clarisse, não destoa em nada do marido. profissão. idade. religião. beleza. e o mesmo temperamento angelical. a mãe diz: nossa, parecem irmãos... Clarisse diz a Edgar que as meninas do trabalho dele são simpáticas. ma algumas delas atacam Edgar quando não há ninguém por perto. ele parece não se importar com a malícia. é como se não existisse. esse aí, não trai mesmo! dizem as destruidoras de lares. os homens exortam. és um pulha, Edgar! ele pensa. fazer o quê? sou assim, ora bolas! não sinto vontade, sei lá! a única coisa que me incomoda é o meu nome. o meu nome é que mata! nome de velho... coisa de mamãe. Edgar entra no restaurante self-service e sua frio ao ver Palhares, um amigo que foi transferido. o outro grita: és um santo, Edgar! és um santo! você devia ser o novo papa! pois foi o único que eu não consegui corromper naquela repartição! e Palhares grita para os outros comensais, que observam Edgar em sua timidez arrasadora... esse homem é um santo! vocês estão diante de um santo... e eu sou a besta do apocalipse! ele não, ele é um santo! Edgar corou. não por causa do que foi dito. e sim pelo nome esfregado em sua cara daquela maneira.