Junto de uma tomada de consciência maior sobre os direitos dos animais o mundo pet cresceu tremendamente. Hoje se percebe mesmo na televisão onde parte dos noticiários se dedica a vida dos animais. Não a vida dos animais em seu habitat natural ou coisa assim. Mas sim, a vida social do animal doméstico. A sua relação com o seu dono e com o mundo em que vive. Normalmente os donos dizem que os animais os amam e os compreendem incondicionalmente. De maneira que nos dão a entender que nenhum ser humano seria capaz de ouvi-lo como o seu cachorro ou gato. Mas eu cheguei a essa reflexão caminhando pelo bairro onde moro. Pois aqui, como nunca se viu antes, aumentou consideravelmente o número de dejetos de animais nas calçadas. É impossível caminhar sem prestar atenção única e exclusivamente onde se pisa. Esse status social do animal que hoje anda no colo. Veste camisa do time preferido. Tem enterro. Identificação. E creche. Ainda é uma novidade cá por essas bandas. Aquele animal de rua que não tinha pedigree, que era chamado de vira-lata, comia resto de comida, e corria atrás dos carros praticamente evaporou. Ele que era o cachorro da vizinhança. O cachorro de todo mundo. Hoje esse animal seria visto como um mendigo. Um indigente. Como se não fosse ninguém. Alguém que não tem vida, e que não tem uma história. Por falar em indigentes, existem bilhões deles pelas ruas dessa cidade. A maioria pelos mais variados motivos, coroados com algum vício mais degradante que os nossos na esperança de amenizar a dor dessa cidade cheia de órfãos. E por falar em órfãos, existem até casais que brigam na justiça por seus animas, e que obtém a guarda compartilhada. Vou limpar a sola do meu sapato. Até mais...
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