você olha a manhã pela janela. faz um dia bonito. você diz. eu vou comprar pão, e aproveitar para pegar um solzinho. os pássaros estão cantando em frente a sua janela. o beija-flor bebe a água que você deixou para ele num daqueles troços de plástico que vende na feira, e que têm flores artificiais em volta. você caminha olhando o céu azul. na esquina da padaria um caminhão arrasta um carro e uma árvore. começa a esquentar. a temperatura. e as pessoas. você vê o trocador do ônibus dizendo ao motorista, que palhaço! o motorista olha para o retrovisor com aquele olhar de gavião. de rabo de olho. ele bufa atrás do volante. parece que vai jogar o ônibus em cima do carro do cara. na entrada da favela você vê os policiais abordarem três moleques pretos. de mão pra parede. eles devem ter entre treze, e quinze anos. o moleque do banco da frente diz. tenso. o senhor está discutindo com três mulheres com uniforme da Claro. ele grita. você não é a gerente! você é a gerente?! a mulher grita ao telefone. manda ele pro inferno, Soraia! os camelôs saem correndo. aconteceu alguma coisa. mais, mas, o quê? você olha as imagens do arrastão na tevê. você está em pé em frente aquele pé-sujo. você olha as pessoas correndo na praia. você diz pra mulher. caralho, anos noventa!
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