a casa vivia cheia. eram muitos filhos. eles se reuniam a noite em volta da televisão. iguais famílias de civilizações antigas se reuniam em volta da fogueira. o pai e a mãe conversavam até tarde. todos os dias. mesmo depois que os filhos já estavam dormindo. durante a manhã era aquele alvoroço. e o batalhão, como dizia a mãe, se arrumava para ir à escola. o pai e a mãe saíam trabalhar. nos finais de semana, aos domingos, eles tomavam o desjejum juntos. o pai ia cedo a padaria comprar pão, a mortadela, o leite, e trazia o jornal. eles sorriam. e juntos faziam aquele almoço suntuoso. depois que a mãe morreu todos foram embora. o pai foi o último a abandonar a casa. agora eles pouco se vêem. se falam sazonalmente. e se cumprimentam educadamente. é como se fossem estranhos. isso quando não param de se falar. a casa está vazia, mas ela continua respirando. é como se sentisse a falta deles. e ainda é possível ouvir suas vozes. e se deparar com o vulto dos vivos. mas isso já é passado. assim como o início do texto que você acabou de ler.
terça-feira, 15 de setembro de 2015
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