rola um louvor na maquininha de música. aquela hora não tem ninguém na rua. não, aqui, neste lugar, ermo. ela atravessa. está com um salto que não combina bem com a sua saia rendada. cheia de babados de festa de quinze anos. o salto branco, também, não. a pobreza é uma tristeza. o andar desengonçado. a gordura da comida grudada em nossos óculos. em nossas casinhas. assim como os canos de descarga dos caminhões estão enfiados em nossas narinas. o centro da cidade abandonada é assim. a poeira pinta todas as paredes de cinza. a menina do outro lado da rua está sentada em frente a uma casinha. sentada numa estrutura de cimento feita para barrar a água da enchente. a tevê ao fundo. a porta de madeira entreaberta exibe o programa de domingo. é um programa apresentado por um rapaz louro. e afetado. é domingo na zona...
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