desde que assisti a
este documentário sobre o Black Alien que não consigo parar de ouvir o Babylon
By Gus. sou parte do pessoal da minha geração que era Racionais-Nação-Planet, e
Rappa. vi o Black Alien ao vivo com o Planet, e, em dupla com o falecido Speed.
sei que assim como o Sabotage, e o samba, que é preto na poesia, ele é um
mestre. tem levadas, interpretações, e presença de palco infinita. seu estilo
se aproxima do noir. de um trhiller-psicológico. ou de um filme
pós-apocalíptico. cineasta, mostra cenas em suas letras que conseguimos
visualizar com facilidade. pena não ter conseguido compreendê-lo de imediato.
hoje entendo porque, porque ele desconstrói a linguagem. embaralha
tudo. é um artista sem cerimônia. sem máscara. não é fanático em suas
ideologias musicais, ou políticas. a sua cultura é caótica. assim
como a sua cabeça. é um Itamar Assunção fluminense. é um cabeça de
liquidificador. Black Alien é cru em sua entrevista. lava roupa suja em
público, como poucos artistas, e assume a parte que lhe cabe. um dos melhores
momentos do documentário em minha opinião, é quando ele diz que gastou muito
dinheiro com mulheres e drogas na época do Planet. discorre sobre o
"business" em sua palavras. fala sobre aquelas músicas que
desaparecem nas mãos de produtores. espalhar coisas por aí é ao que me parece,
é uma característica de quem produz muito. ele torna o improviso a
regra. mas o que ele faz no improviso dentro do estúdio, são músicas
antológicas. tenho a impressão de que ele solta frases no ar. volta e meia eu
pego alguma. mas tem que estar concentrado, e saber que o que a primeira
impressão parece uma verborragia, no final tem um significado profundo. pega
essa: eu tive lá. mas não te vi lá. no documentário você vê o Black Alien
gravando com o DJ. e reclamando, às vezes. e pessoas reclamando dele também.
indo para um show passam umas minas de carro, e o confundem com o Falcão. ele
fica puto. Black Alien toca num assunto chato que é o preconceito que um
artista preto pode sofrer de "algumas pessoas" ( as aspas são minhas)
em determinados segmentos, por não ser miserável. de forma madura diz
que não liga mais para isso. ainda rola ele cantando pra dez pessoas no norte fluminense.
sem holofotes. e o Black Alien na banda Reggae Bi, que tem o Bi Ribeiro e parte
dos músicos do Paralamas. Black Alien nos ensina que a música é criação de um
momento. não sei se ele concorda com isso. sem apego. bom filme. e bom disco
para você que não conhece. Ele diz numa letra "tirar foto é fácil, quero
ver quem se retrata". Black Alien se retrata.
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