o Velho estava deitado ali debaixo daquela passarela que dá para o outro lado da Penha. quando veio uma dessas mulheres que passam Leite de Aveia Davene com um poodle no colo. o quadrupede vestido e calçado. esse deve fazer até ioga! pensei. quando o velho perguntou: pode me ajudar para que eu tome um café? ela não respondeu. e o velho retrucou: eu não sou cachorro não!
sábado, 23 de março de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
The Beatles - Please Please Me
o primeiro disco dos Beatles fez 50 anos. dizem que foi gravado numa noite. entre um show e outro. aproveitando a sugestão de George Martin para que conseguissem um baterista melhor pelo menos para gravar. Pete Best entrou para a história como o maior azarado da música. Era o beatle mais famoso entre as garotas do Cavern Club. os Beatles sofreram com os protestos. antes de serem famosos! dizem que Paul e John tinham ciúme de Best que não foi nem avisado por eles de sua saída. Paul fazia o trabalho sujo. John confiava em Paul, e ao mesmo tempo tinha ciúmes do amigo. a recíproca era verdadeira. os dois mantinham uma amizade motivada pela paixão. ao ver alguém pestanejar diante de uma ordem de Paul, John dizia: faz o que ele está mandando! os amigos de John sabiam que ele apoiava Paul. antes de John morrer os Beatles se reuniram numa festa, e tocaram juntos. uma noite John e Paul assistiam à televisão juntos, e foi feita uma proposta milionária para que eles voltassem. olharam um para o outro. E depois, provavelmente John deu a palavra final. mas por Paul, os Beatles se reuniriam novamente. Paul foi chamado atenção por ir a casa dele sem avisar. ele dizia: não estamos mais na época dos Beatles! quando os Beatles voltaram de Hamburgo e Paul arrumou um emprego, John teve uma depressão tão forte que chegou a engatinhar no meio da sala. após o apocalipse quando os Beatles acabaram de verdade, Paul foi com Linda para uma casa no campo abastecido de erva, e numa fase alcoólica pesada, e dessa vez foi ele quentrou em depressão. deixou a barba crescer e dizem as más línguas que mal conseguia se levantar da cama para tomar banho. Yoko já falou sobre o ciúme de John perante os êxitos de Paul. os dois mandavam as suas namoradas se vestirem igual à Brigitte Bardot. Jane Archer a namorada mais sofisticada de Paul, uma atriz de teatro, não conseguia conviver com o seu machismo e ciúme. embora Paul fosse uma pessoa de vanguarda, e acredito que tenha sido o homem que mudou a música pop. pois a maioria daquelas experimentações partiam dele. embora seja óbvio que John e o ofuscado George também tinham as suas pirações. mas John sempre foi mais rock and roll. embora ideologicamente, o John pós Yoko (por influência dela ou não), seja impecável. e como letrista, sempre, é claro. os Beatles surgiram em Hamburgo. eles vinham numa onda de literatura e música beat, que é uma das supostas origem do nome da banda. na Alemanha conheceram um casal de existencialistas. a fotógrafa alemã Astrid Kirchherr e seu namorado. alguns dão a ela os créditos pelo corte de cabelo moptop. outros dizem que é uma referência que John e Paul captaram numa viagem da dupla a França. Na Alemanha eles conheceram as anfetaminas. eles tocavam num bar durante horas. dizem que John frequentava bares de travestis. eles mantinham relações sexuais com prostitutas. os alemães bêbados queriam dançar. não entendiam muito bem John com seu humor sarcástico saudando Hitler. os Beatles ensaiavam o tempo todo. o alemão dono do bar pedia para que eles acelerassem o ritmo. eles já vinham tocando juntos há tempos. mas provavelmente daí veio a pegada própria das versões. Paul arrastou George que era um garoto com quem pegava ônibus. o caçula George ia na onda de Paul e John. foi por isso que que Pete Best se fudeu. não participava da farra. já o piadista, narigudo e bonachão Richard Starkey, amigo de camarim, o maior sortudo da história da música. além da habilidade com as baquetas, no convívio era igual aos outros, para os quais Pete Best não passava de um bom moço. quando voltaram de Hamburgo a banda acabou. depois se uniram com mais força. mas é como Ringo diz na Antologia, é a história de quatro rapazes que se amavam nas estradas da vida. Paul disse que depois que John morreu desejou nunca mais brigar com ninguém. quando George foi visitado por Paul, um pouco antes de morrer, sobre isso Paul diria. foi a primeira vez que eu abracei o meu amigo. eu nunca havia abraçado o meu amigo. sobre o disco, é melhor ouvir do que falar.
domingo, 17 de março de 2013
Nabocoviano
a minha esposa diz que eu me deprecio demais como artista. talvez eu seja um megalomaníaco e esteja querendo mostrar uma falsa modéstia. ou quem sabe isso se dê pelo fato de superestimar meus ídolos e pensar que alguns deles não eram de carne osso. de acreditar que nunca poderia tocar num Nelson Rodrigues, ou quem sabe assistir a um show de um dos Beatles, a ponto de declarar que nunca havia sonhado com isso. acredito que uma das maiores provas de que Deus existe, e que por isso a natureza através de suas imperfeições seja perfeita, é a passagem dos Beatles pela terra. hoje eu disse a ela: você acredita que o Nabokov era uma pessoa comum? ela me respondeu: não sei. talvez sim. isso acabou com essa ideia ídolo. ou pelo menos a partir de agora terei vergonha de propaga-la. mas acontece também, que as vezes um artista diz uma coisa querendo dizer outra. excesso de humildade é sinal de prepotência. eu assisto ao décimo terceiro apóstolo na televisão quase todos os dias. adoro quando ele diz que quem faz o milagre é deus e não ele. que ele é só um homem. supondo que ele não acredite em deus. pode pensar, porra nenhuma. porque a igreja do outro de dois canais a frente está vazia? eles bebem da minha água e tocam é, em mim! embora a gente saiba que dentro da visão religiosa, e até mesmo científica, para se ter milagre tem que ter haver fé. talvez a maioria desse pastores de ovelhas, saibam disso. talvez me depreciar seja uma estrategia de marketing, ou de vingança, por ver tanta merda ser tratada como ouro. mas também não deixa de ser uma auto analise por ver tanta gente depois de morto ser tratado como gênio sem nunca ter sido em vida. gente que os seus livros e suas músicas, não me dizem nada e só me provocam enfado e bocejos tediosos. embora reconheça que como dizia um grupo de rap das antigas, de São Paulo, estilo é que nem bunda cada um tem a sua. por isso acredito que não devemos achar que algo é indispensável para todo mundo. algumas pessoas as vezes não são dignas de determinados livros, ou talvez não consigam alcançar o seu raciocínio. mesmo que seja algo momentâneo. num país em que uma das músicas mais tocadas é uma palavra que se repete o tempo todo. é hora de repensar se não temos de agir com mais firmeza e não dar mole para o povo. no sentido de fazer algo sincero e verdadeiro para que eles comecem a repensar determinadas atitudes. em determinado momento de minha vida equivocadamente quis fazer parte do mercado mesmo que para isso tivesse que fazer algumas concessões ao meu trabalho. mesmo que meu trabalho tenha seus erros, pois os artistas também tem o direito de se equivocar. e como eu produzo muito, é aquilo que eu digo, quem fala demais acaba falando merda. recentemente passei a escrever, cantar e viver da maneira que realmente penso, me senti mais útil, "pacífico" e principalmente original. felicidade é algo relativo. independente da atenção que se possa ter. e agora falo sem porra de humildade nenhuma. pois o pouco vira muito. gostei do papa abandonar a igreja por coisas que não acreditava. independente das bobagens em que ele acredita. vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês. como diria Renato Russo.
quinta-feira, 14 de março de 2013
O Dia Nublado...
a cara na janela,
encara o dia nublado
da mesma forma que encararia um dia de sol
e isto é um milagre
encara o dia nublado
da mesma forma que encararia um dia de sol
e isto é um milagre
O Pastor dos Infernos!
esse pastor dos infernos sabe que nós brasileiros, que temos vontade de passar por cima dele com um caminhão, não votamos e nunca votaremos em pessoas como ele. por isso que o desgraçado não se preocupa. desgraçado, em respeito a senhora mãe do rapaz. pois nós, cristãos, macumbeiros, espíritas, católicas, e evangélicos, nunca sabemos quando Satanás vai dar o ar da graça, e enfurnar um de seus emissários na história. mudando de assunto. até hoje Fernando Collor ri da minha cara que fiz papel de palhaço naquela passeata. pulei o muro da escola, driblei a diretora e o cacete. para depois descobrir que fui manipulado e que igual a mulher do PC perguntou naquela entrevista, porque só o Paulo Cesar. e aqueles empresários que almoçavam na minha casa todo dia? ela disse isso naquela entrevista, lembra? depois passaram o cerol no PC, e montaram aquele crime passional ridículo. e começou a morrer gente. muita gente. inclusive a própria mulher do PC. eu sei que existe uma máfia no Brasil que beira a teoria da conspiração. Tipo... Código da Vinci. graças a deus não tenho como provar, se não obviamente já estaria morto. mas não há dúvida nada que Ulisses, Getúlio, Tancredo, Jango, Lacerda, Juscelino, tenham tudo é rodado no cerol fininho. gente, eu sou do Rio, mas não é só bala que mata gente, não. existem outras formas de assassinato. voltando ao assunto. acredito que gente como esse pastor Marcos Feliciano, não se importe, pois ele sabe que a maioria do povo brasileiro não sabe nem o que é comissão de direitos humanos, e que também não está nem aí para um bando de viados e pretos que "só fazem nos envergonhar". mesmo, nós, pretos, que somos a maioria. por isso homens como esse pastor, não se importam. pois sabem que aquela corriola que se põe a gritar lá fora, é a minoria, e não vai fazer diferença alguma na próxima eleição.
Galinha Pintadinha Volume 3...
como escritor eu sou um fracasso. e como cantor idem. então decidi acumular a função de babá em meio expediente. para ver se consigo ter alguma função social. a primeira cobaia é o meu sobrinho mais velho, de sete meses. espero que a segunda seja o meu sobrinho caçula, de um mês. a minha irmã deixa o moleque e diz. eu trouxe o DVD. ele gosta da Galinha Pintadinha Volume 3! quando me dei conta do tempo, não havia produzido nada. pois passei umas duas horas na sua brincadeira preferida que é pular. mas depois de algum tempo o braço começa a doer. parti para o DVD. o primogênito ficou todo serelepe. batia no carrinho como se fosse uma percussão. e falava uma porção de coisas em sua língua. ao terminar o vídeo, pus algum outro para relembrar a minha infância. tipo, Balão Mágico. logo no início ele não deu muita bola, e virou para o lado. tentei um desenho. nada. talvez ele só goste de vídeos com música, pensei. nada. bocejou. e fez questão de não olhar para a tevê. eu pensei, caraca, o moleque tá bolado! então apelei para o Galinha Pintadinha Volume 1. para que ele não ficasse ouvindo a mesma coisa. a reação de indiferença, foi a mesma. dava para ver o enfado em seu semblante infantil. pulei para o Volume 2. ele me olhou como se eu fosse incapaz de compreender a vontade alheia. não fui na guerra. cedi. e pus a Galinha Pintadinha Volume 3. ele voltou a batucar e sorrir sucessivamente... em apenas dois dias decorei todas as letras do álbum Galinha Pintadinha Volume 3...
terça-feira, 12 de março de 2013
Leia Antes Que Seja Tarde!
Adquira o máximo de conhecimento.
segunda-feira, 11 de março de 2013
A Notícia Que Passou Batida!
não sei nada de política. e muito menos de geografia ou história. pois nos dias dessas aulas normalmente chovia, e eu me sentia impossibilitado de ir a escola. pois ficar embaixo dos lençóis era sempre mais agradável tenho consciência do meu semianalfalbetismo. embora os noticiários estejam repletos, do pastor racista e homofóbico, da Doutora Morte, e do cadáver do Hugo Chaves, ainda fresco, uma noticia me chamou atenção. aquele presidente, ditador, ou sei lá o quê, de uma das Coreias que está ameaçando botar tudo pelos ares. e a sua vizinha, a presidenta, ou sei lá o quê da outra Coréia, que ao invés de acalmar os ânimos, disse que se ele vier vai ter briga. os Estados Unidos, por sua vez, que são os "mediadores" de conflitos mundiais, ao invés de colocar panos quentes, foi meter o dedo na cara do Ping não sei das quantas. acredito que seja melhor pedir a ele, pelo amor de deus, que não faça isso. pois nós não sabemos que tipo de maluco está com o dedo no botão. deixei de acreditar que isso só acontece em filme. e temo muito pelo futuro. embora este conflito possa parecer distante, se acontecer alguma coisa lá, vai refletir aqui, provavelmente, e do jeito que os ânimos estão exaltados, vai sobrar para muita gente. e nós não sabemos realmente qual é o poderio desses chefes de estado. penso que mesmo nós aqui, que não apitamos em nada. devemos começar a nos preocupar com o que acontece lá fora no mundo. eu sei que nós aqui já temos nossos problemas. e por falar nisso, qual é o próximo jogo da Libertadores?
sexta-feira, 8 de março de 2013
Feliz Dia das Mulheres...
a produtora na sala
conversa com a minha esposa. ela tem dois filhos e tem dez anos de casada.
cara, o meu marido ele, é incapaz de trocar uma ideia dessa que nós estamos
trocando aqui. a minha esposa ri complacente. a produtora usa óculos, tem
cabelos vermelhos, e tatuagens. eu a imagino quando avó. ela diz: ele ficou
feliz da vida que conseguiu ler um livro do Paulo Coelho. Coitado, mal sabe ele
que os intelectuais são obrigados a odiar o Paulo Coelho. ele disse que leu o
Paulo Coelho para todos os meus amigos como se eles achassem o máximo... um dia
eu perguntei a ele quem era o seu maior ídolo, sabe o que respondeu? Zico, sim,
o homem mais útil da humanidade para ele, é o Zico. como eu ia
explicar que o meu é o Nietzsche? coitadinho do bichinho, mas gosto tanto dele.
cuida tão bem das crianças... menina tem de ver o amor que ele tem pelos
pequenos. é tão carinhoso comigo... o meu marido é o cara! ela sorri. a minha
esposa sorri. eu penso. feliz dia das mulheres...
quinta-feira, 7 de março de 2013
Mais Leitura Menos Televisão...
assisti um documentário em que um cara diz que a leitura é a atividade mais criativa dos seres humanos. quando a diretora de uma escola municipal aqui da Penha, que tem uma das avaliações mais altas ao longo da história, foi indagada sobre o aproveitamento dos alunos, ela disse que a diferença é que uma vez por semana durante meia-hora, eles podem escolher o que quiser para ler. é uma tradição da escola. assisti num programa de tevê, um casal que educa seu filho em casa, com ótimo rendimento, dizer que ele não é obrigado a estudar, e sim a ler o que quiser durante meia-hora todos os dias. Machado de Assis. autodidata. Nelson Rodrigues. autodidata. Plínio Marcos. autodidata. e por aí vai... não tenho dúvida que o que fez a diferença na vida desses ídolos foi a leitura, e o convívio com a palavra. mesmo num tempo em que ainda existia educação no Brasil. um dos filhos de outro casal que foi educado em casa, passou no vestibular de medicina (acho), aos doze anos de idade, só de sacanagem, para mostrar que era capaz. e hoje ele, e seu irmão tem uma carreira bem sucedida na área de informática. é lógico que não se trata apenas disso. embora toda obrigação seja um porre. pois o pai do moleque que é obrigado a leitura diária, diz que a escola não educa o alundo para ser humano. é isso que a leitura, sem direcionamento, faz. ela quebra barreiras. preconceitos. abre as portas para o senso crítico e para a criatividade. pois ter habilidade, é diferente, de ter sabedoria. a educação formal, na maioria dos casos, te dá habilidades. mas não sabedoria. um prêmio Nobel pode ser um imbecil com o qual eu não consiga trocar um dedo de prosa na Rio Branco. nesta época de democratização da informação. a busca do conhecimento tende a ser ignorada por todas as facilidades embutidas nela. basta ver o que as pessoas mais procuram na internet. então quem tiver conhecimento, terá tudo. como sempre. leia em pé no ônibus. sentado na privada. ou enquanto espera na fila. sempre há um espaço para a leitura. e por mais insignificante que ele seja, daqui a algum tempo você verá que aquilo que leu naquele livro, irá servir para alguma coisa. televisão não. a televisão explora o sensacionalismo. com rara exceções. e noticiário faz mal ao espírito. evite principalmente os noticiários.
domingo, 3 de março de 2013
Renato Russo, Raul Seixas... (Cultura Pop)
eu não vou usar a minha caneta para danificar a imagem de pessoas que admiro. ainda mais agora que estão "mortas" e não podem se defender. então se você é um analfabeto funcional igual a maior parte da população que não consegue ler um livro por ano, e nem consegue interpretar o que lê, por favor, não vá sair por aí dizendo que falei mal deles. mas não deixe de ler para que pegue o hábito. Renato Russo é um letrista de uma classe suntuosa. alcançada por poucos, como Chico Buarque e Cartola Ou Jorge Aragão. uma poesia extrema. já o Raul era a criatividade em pessoa. não acredito em comparações, mas mal comparando, o Renato Russo é uma espécie de Rimbaud para a letra de música. o Raul junto do Caetano e do Gil, foi o artista que talvez mais tenha experimentado estilos musicais. quem vê o Raul como roqueiro não conhece a sua obra. pois ele é roqueiro, também. o Raul é o maior propagador da liberdade na letra de música. assim como Henry Miller para a literatura. o Brasil tem os maiores letristas do mundo. e normalmente os ídolos são superados. eu vi isso com os meus próprios olhos. Gilberto Gil destruiu no show em Copacabana e depois... acontece que nós falamos português. talvez por isso tenhamos os melhores letristas. embora as regras do português sejam idiotas, o português é uma língua com mais recursos. e talvez por tudo que fuja do inglês nossos artistas não tenham um status maior, como tem aqueles que escrevem nessa língua como Lennon, Shakespeare, Dylan e Marley. você pode ficar puto por não ganhar um Oscar por causa do preconceito. mas também não pode achar que o Oscar seja importante. ou o prêmio Nobel , que ainda não temos. ou o que quer que seja. sei lá, um novo papa. ou santo. mas nós podemos construir um país que não precise de nada disso. embora eu saiba que só um milagre... assisti o documentário sobre o Raul, que é o melhor documentário que assisti sobre um ídolo até agora. gostei que apareceu todo mundo que faz parte da história do Raul. foram entrevistados os familiares. as mulheres americanas e suas filhas, todo mundo. adorei o final com o Caetano dizendo: Raul, as pessoas não morrem! mas o Raul se matou. assim como o Renato Russo. a Amy Winehouse. e o Kurt Cobain. esses se mataram porque queriam virar mártires. outras pessoas como o Cazuza e o Tim Maia não queriam morrer. esses parecem ter feito de tudo para facilitar as coisas. no documentário Rock Brasília tem uma hora em que o Dado diz: quebrar hotel... sabe aquela coisa de biografia... cortar os pulsos (adolescente) e chamar a mãe... o próprio Renato havia dito que as pessoas gostavam de ver o Kurt Cobain se destruindo. no Rock Brasília mostra como o Renato manipula a sua própria história de ídolo. não julgo quem faz isso. que evidente naquela confusão em Brasília. ele podia ter tocado músicas de andamento menor para esfriar o público. mas ele ataca, vai pra cima. ou pelo menos a edição do documentário dá essa impressão. e tem uma hora em que ele conta uma história em que debocha de um usuário de drogas. debochar de drogas de frente para um público que em boa parte é por drogados putos que esperaram por mais de duas horas a Legião. as biografias sobre o Renato Russo, e olha que eu já li três delas, talvez as principais. não conseguiram me explicar porque aquilo tudo aconteceu. por isso nunca entendi aquele dia. sempre me perguntava. pô, o público ficou puto com ele? e o Renato ainda chama Brasília de cidade de merda ou coisa parecida. eu posso falar mal da minha cidade, você não. decifrado o enigma. nossos ídolos são de carne osso. eu vi Paul McCartney no Engenhão, o homem que revolucionou a música pop, e que é o Beatle mais vanguarda. tudo indica que fuma maconha até hoje. e mais importante que isso, está vivo. isso para não falar no Chico, Caetano, Dylan... então acredito que para a criatividade não exista uma época. assim como quando surgiu o Nirvana ninguém acreditava que o rock and roll a música dos nossos colonizadores fosse se renovar, e veio o grunge e toda aquela história. e assim eu vi surgir a Amy e lançar um dos melhores discos do mundo. misturando o que ouviu do jazz com o hip-hop. assim como aquele disco da Lauryn Hill, o Chico Science e a Nação Zumbi, os Racionais, e até bandas como o Strokes, que eu, considero tão boa quanto bandas que eles mesmos idolatram. nossos ídolos as vezes são vítimas da nossa própria idolatria. mas nem sempre morrem de overdose. as vezes morrem com cem anos, felizes da vida, e com uma vida toda equilibrada. isso também é atitude. eca.
sexta-feira, 1 de março de 2013
Nelsonrodrigueano
o rapaz é um casto. um puro. parece um bebê gigante. um bonecão do posto. tem os traços finos e delicados de uma adolescente carola. a secretaria diz: homem nenhum faz mais as unhas... Edgar faz as unhas. as mãos são impecáveis. aparenta ter bem menos idade, diz a copeira. os amigos de infância dizem: Edgar tomou formol! o rapaz é de uma educação finíssima. clássica. um gentleman perdido na selva tropical. trabalha num desses prédios da Presidente Vargas. é funcionário público. a mulher, Clarisse, não destoa em nada do marido. profissão. idade. religião. beleza. e o mesmo temperamento angelical. a mãe diz: nossa, parecem irmãos... Clarisse diz a Edgar que as meninas do trabalho dele são simpáticas. ma algumas delas atacam Edgar quando não há ninguém por perto. ele parece não se importar com a malícia. é como se não existisse. esse aí, não trai mesmo! dizem as destruidoras de lares. os homens exortam. és um pulha, Edgar! ele pensa. fazer o quê? sou assim, ora bolas! não sinto vontade, sei lá! a única coisa que me incomoda é o meu nome. o meu nome é que mata! nome de velho... coisa de mamãe. Edgar entra no restaurante self-service e sua frio ao ver Palhares, um amigo que foi transferido. o outro grita: és um santo, Edgar! és um santo! você devia ser o novo papa! pois foi o único que eu não consegui corromper naquela repartição! e Palhares grita para os outros comensais, que observam Edgar em sua timidez arrasadora... esse homem é um santo! vocês estão diante de um santo... e eu sou a besta do apocalipse! ele não, ele é um santo! Edgar corou. não por causa do que foi dito. e sim pelo nome esfregado em sua cara daquela maneira.
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