Ela só tem dezesseis anos. E tem um filho com um mês. A sala está cheia. O neném não vai com a cara de nenhum dos presentes. A mãe põe ele no colo de um tio alto, e de óculos, e diz: vai com o tio. Ele segura o menino por alguns segundos. O neném tem dificuldades para fazer virar a cabeça. Mas ele faz isso. Parece que perdeu alguma coisa. Olha desolado para as paredes brancas da sala. E de repente dá um grito. Faz um barulho parecido com um ai. O tio balança o neném. Ele dá outro grito. Ouve a voz da mãe perguntando o que foi, e percorre todo o caminho com os olhos até chegar a ela. O tio diz: acho que ele quer ir no teu colo. E devolve o embrulho para a mãe que diz: as vezes ele estranha... O tio diz: ele não gosta de ficar no alto? Você vai ficar sentada com ele? E a mãe: sim. Ela continua. Mas eu não fico em pé com ele, não! E agora o neném está em silêncio e com os olhos arregalados. Ele não fica em pé com o tio. Mas fica sentado com a mãe. Ele é apenas um cotoco de gente, mas como toda gente já sabe o que quer. E o tio pensa que esta é a sua maneira de dizer. Não é a mamãe!
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